Raro momento

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Pov Maiara

Mais de três horas de reunião e ainda não
tínhamos chegado a um consenso. Embora eu desse a última palavra e o que eu dissesse
deveria ser cumprido, hoje não estava
funcionando. Simplesmente porque minha
mente estava longe. Não tinha um pensamento específico.

Era tudo muito confuso e misturado. Mas em
todos os pensamentos Marília estava neles.
Principalmente depois da notícia que Naiara me dera mais cedo. Há tempos vasculhávamos o ocorrido cerca de seis anos buscando o culpado.

Embora eu tivesse quase certeza, não podia
afirmar. Mas agora felizmente já sabia a
verdade. E isso complicaria demais a minha
vida. Simplesmente porque eu não conseguia
deixar de ser uma mulher rancorosa e vingativa. Era meu pior defeito, eu acho.

- E então, Maiara O que acha? - Henrique pergunta.

- Acho que já podem ir. Não estou com cabeça para pensar nisso - na verdade, nem sabia do que estávamos falando.

-Mas Maiara ...

- Rique... agora não. Aliás, nossa cabeça
funciona quase da mesma maneira. Repense
algumas coisas e depois me diga - vi Naiara
fuzilar Henrique com os olhos. Dei de ombros. Rique era o único que trabalhava e agia da forma que eu gostava.

-Podem ir. Já são quase duas da manhã e
daqui a pouco teremos que nos encontrar lá no galpão.

- Certo chefe... Boa noite então.

- Boa noite - Os homens se levantaram, mas Naiara permaneceu quieta.

-Posso falar com você rapidamente? - sentia
a incerteza em sua voz.

-Diga.

- Com relação aquele assunto... sobre a garota.

- O que é que tem?

- Você não está ficando com a Marília... por
vingança não né?

-Deixa de ser idiota, Naiara. Eu ainda nem
tinha certeza disso quando a quis pra mim.

- Claro que tinha. Você sempre tem certeza de tudo.

- Pode até ser, mas desse jeito você ofende
a Marília. Acha que ela não tem qualificação
suficiente para ser minha mulher? Que serviria apenas como vingança?

- Não! É que..

- Além do mais, Naiara.Eu já me vinguei
Matei o pai dela.

- Entendo... Bom! Desculpe-me se fui intrometida.

-Tudo bem, Naiara. No fundo, sei que se
preocupa comigo e sei que às vezes sou bruta e rude com você, mas... eu não quero continuar nessa vida eternamente. Alguém terá que assumir um dia.

-Seu filho...

-Se eu tiver um... ou então você assume - Vi o brilho de surpresa em seus olhos.

Eu jamais dirigi uma palavra reconfortante ou que parecesse mais carinhosa. Essa realmente foi a primeira vez e era o máximo que eu me permitia.

Mas, no fundo, eu amava demais minhas irmãs. Daria minha vida para defendê-las. Eu só não falava. Como diria minha mãe: o que a mão direita faz, a esquerda não precisa ficar sabendo.

- Bom... não sei se me adequaria ao papel..

-Se encaixaria perfeitamente. Basta deixar de
ser manteiga derretida. - Acabei sorrindo e ela também.

- Agora vá. Estou morrendo de sono.

- Boa noite, Maiara.

-Boa noite, Nai - saiu fechando a porta
atrás de si.

A Poderosa Pereira - Mailila G!P (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora