traição

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Pov Marília

Uma angústia crescente me dominava. Já eram quase quatro horas da manhã e nada de Maiara voltar. Eu não consegui dormir, óbvio. Sem notícias, sem saber realmente o que estava acontecendo. Andava de um lado a outro no quarto tentando me acalmar. Merda! Eu queria minha esposa de volta.

Por que não me deixou ir? Ainda mais com a
Cardoso por perto. Maiara ainda ficava brava com meu ciúmes. Mesmo longe essa praga vinha me perturbar. Pensei em ligar para ela, mas isso provavelmente só provocaria sua ira e quando ela voltasse... eu estaria perdida. Sentei-me novamente na cama, pela milésima vez naquela noite.

Balançava minhas pernas incessantemente.
Perdi a conta de quantas xícaras de chá de
camomila tomei e nem assim conseguia pregar os olhos.

Às vezes temia por Maiara. Ela era poderosa,
mas não era Deus e se pegassem ela? Atirassem nela... sei lá. Só de pensar nisso estremeci.Ficaria louca se a perdesse. Ouvi passos do lado de fora e vozes alteradas. Corri até a janela e vi o carro de Maiara e o carro que os rapazes usavam. Ela estava de volta. Fiquei um tempo parada pensando se ia até lá ou não.

No entanto, antes que eu saísse do lugar
ela adentrou no quarto. Passou direto por
mim indo até o closet voltando com uma caixa de madeira nas mãos.

- O que houve, Maiara?

- Agora não, Marília- Mas era uma cavala
mesmo. Deus do céu... custava ter o mínimo de educação?

Antes que eu desse uma resposta à altura ela
deu meia volta, parou à minha frente e com apenas uma mão segurou-me pela nuca, buscando minha boca. Imediatamente enrosquei minha língua na dela, mas logo Maiara me soltou, beijando minha testa e se afastando novamente.

- Fique aqui. Eu volto logo.

- Bipolar do caralho - resmunguei assim que
ela fechou a porta.

- OLHA A BOCA, HEIN! - Merda! Ainda
ouvia através das paredes, só pode. Hoje eu não queria briga com ela. Então tratei de obedecer. Fiquei sentadinha na cama como uma boa menina. Ouvi outro carro chegando, mas antes que eu fosse ver quem era Maiara e estava de volta.

- Vou precisar de você, Marília.

- O que está acontecendo?

- Você vai cuidar de Deolane

-O QUÊ? Ficou doida? - Ela apenas ergueu
uma das sobrancelhas e cruzou os braços.

- Lembra-se de quando Hanna cuidou de você? Agora é sua vez.

-Então é isso? Sua mulher cuida da sua próxima mulher?

- Não seja ridícula. Vista-se e venha comigo-
Cruzei meus braços em frente ao peito em sinal de desafio.

-Não! Não irei tratar da sua próxima
mulherzinha - Maiara me puxou com tanta
força que senti meus ossos estalarem ao
bater ao encontro do seu peito. Sua mão
segurou meus cabelos num rabo de cavalo.

- Agora escute aqui idiotinha e ouça Muito
bem por que é a última vez que irei falar essa porra: Você é a minha mulher. Única e exclusivamente, agora pare com esse chilique. Não temos tempo - Ou eu era muito burra mesmo, ou fazia isso apenas para deixar Maiara nervosa.

Eu era única, eu sabia. Então... queria provocar mesmo. Para que ela me pegasse assim, com força.

-Eu vou, mas depois quero meu pagamento.-Ela riu... cansada, mas riu.

Vesti um roupão por cima da camisola e Maiara me pegou pela mão, resmungando pelo corredor.

- Não sei o que faço com essa porra dessa
mulher

A Poderosa Pereira - Mailila G!P (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora