Quando chego no meu prédio e começo a subir as escadas eu olho para o topo, mas Louis não está lá, mesmo que eu tenha ligado depois do fiasco com o Papper.O elevador ainda está com problema e os sapatos de três centímetros na sola estão machucando meus dedos e a roupa, mesmo com a camisa social estourada agora embaixo de minha axila, ainda me aperta.
Quando estou subindo o quarto andar eu vejo o homem do 4D saindo com seu cachorro.
- Oi, Bandite - balbucio baixo, nem o dono nem Bandite tem alguma reação, mas sei que ambos ouviram.
Quando enfim chego em meu apartamento eu escuto a voz de Louis assim que faço menção de descer os três degraus que dão para a sala: - Espera, espera aí, não se mexe. - ele diz na escuridão me dando um vislumbre da sua silhueta. - Fica aí.
Acendo a luz perto da porta, e Louis continua perambulando rápido no escuro.
- O que está fazendo aqui? Não estou deprimido ao ponto de dormir com você.
- Fecha os olhos. - o Louis pede perto da minha bancada onde brinco com argila.
- Ah, isso não vai adiantar. - resmungo, mas fecho os olhos sem ânimo.
- Agora abre. - eu ouço o barulho do interruptor e abro os olhos vendo um cenário que fiz com os bonequinhos de argila serem iluminados.
Ele logo acende outro.
- Que tal? - escuto a voz de Louis.
Mas pareço que estou longe. Perdido em minhas próprias esculturas iluminadas na escuridão, ganhando uma forma de vida com a luminosidade.
- A instalação está meio ruim. - ele continua e eu desço as escadas ainda sem formar palavras. - Quando elas acendem a luz do banheiro queima, mas eu acho que vale a pena. - ele abre os braços na escuridão, sua voz saindo branda e chegando suave até mim.
Eu me aproximo do cenário iluminado, perto da bancada de argila.
- O que você fez? - pergunto como dá, um sorriso querendo rasgar meu rosto.
- Eu acho que destaca os detalhes. - ele se aproxima do mesmo cenário. - Eu não tinha notado que Louis tem dente de ouro. A propósito, eu batizei ele de Louis.
Eu olho o Louis de argila. Não se parece nada com o Louis de carne osso, mas o nome combina e soa bem, e o dono original do nome batizou então.
- Eu não acredito. - olho para ele, do meu lado, encostado na parede com as mãos nos bolsos, para variar, de sua calça jeans com cinto preto em seus quadris. - Ficou incrível.
- Você estava meio mal no telefone, aí eu... - ele se perde, eu o vejo me olhando mesmo que eu ainda esteja encantado com a instalação que ele fez. - Tá com fome? - ele pergunta se afastando.
Eu ainda me agracio com mais alguns segundos olhando o cenário de argila. Está lindo, as luzes fazendo reluzir e ressaltando a argila, fazendo meu coração retumbar no meu peito com a cena e meus olhos brilharem para ele.
- Estou faminto.
A gente acaba na mesa da minha cozinha, comendo pizza e tomando as minhas cervejas que estavam na geladeira.
- Eu achei o July da faculdade e agora é mulher e solteira. - ele diz trazendo mais cerveja do congelador e eu choramingo e jogo a borda da pizza que comi nele, que pega em sua camisa social branca. Ele também está usando uma camisa manga longa de moletom e com capuz, para variar. - Ela é bonita.
- Quer saber? Mesmo que ele fosse totalmete gay não daria certo. - digo pegando mais uma fatia de pizza com a mão. - É preciso ser cavaleiro pra essas coisas e eu não sou cavaleiro.
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What's Your Number? • [Larry Stylinson-ADAPTAÇÃO]
FanfictionBoston. Harry Styles fica horrorizado ao ler, em uma revista, que as pessoas têm em média 10,5 parceiros sexuais ao longo da vida. Acreditando que o número é baixo demais, ele puxa da memória todos os homens com quem já transou e passa a investigar...