mini x-burguer

35 6 3
                                    

- Oi, Jake Adams. É o Harry, Harry Styles, do ensino médio. Vai, Vikens!

Depois do Louis deixar o número do Jake num papel rabiscado pelo vão da porta ainda naquele início de noite catastrófica e depois de um ponderamento que durou toda a escultura de argila, para o bolo do casamento da Gemma, que eu fiz em dois dias, resolvi ligar para ele. E acabamos combinando um encontro.

Eu luto com meu cabelo em frente ao espelho. Eles parecem extremamentes indomáveis. Acabo amassando ele com as mãos, deixando as ondas mais definidas e montinhos de cachos nas pontas. Passo um pouco de laquê para permanecer assim até o fim da noite.

Visto uma camisa branca e uma calça social preta, a camisa com os primeiros botões abertos. Ambos eu comprei hoje, e preservo suas etiquetas para devolver a loja depois de inventar qualquer desculpa para não ficar e ter que pagar pelas peças. E passo perfume como um louco.

Quando chego no restaurante nem precisei constatar que era chique. Tinha um espaço aberto, onde a mesa para dois no nome Adams estava reservada, e tinha um chafariz bonito jorrando água sem parar. Inclusive, alguns pratos eram preparados na mesa como na mesa atrás de mim.

Mas o lugar era um mero detalhe quando Jake Adams apareceu, usando um terno caro e sapatos pretos lustrosos.

Parece que os anos fizeram bem para todos.

Ele não mudou quase nada. Ele continua com a mesma áurea de líder e capitão do time desde a infância e da época do ensino médio, e a falta da barba contribui para a sensação jovial que ele transmite mesmo com as marcas de expressões no rosto enquanto as pessoas o reconhecia e o cumprimentava.

Senti um cheiro de queimado. Viro para um lado e para o outro até sentir uma quentura e perceber que é as pontas de meus cabelos. Dou batidinhas agoniado até apagar, bagunçando meu cabelo no processo.

- Harry. - ele diz se aproximando da mesa.

- Jake. - o comprimento, depois de tossir por conta da fumaça de meus cabelos queimados.

Ele se senta e logo pedimos nosso jantar.

- Meus irmãos prefiriram trabalhar nas empresas e é... Quando meu pai pediu que eu administrasse a fundação foi mais natural pra mim, sabe? Eu sempre fui melhor em dar dinheiro do quê ganhar. Ah, meu Deus, olha, eu não parei de falar um instante, eu faço isso o tempo todo. - Jake diz risonho.

- Não, não, de jeito nenhum. Mais ou menos, mas é interessante. - digo rindo para ele.

Estou ouvindo o seu monólogo a quase dez minutos. Ele falando sempre dos seus irmãos, seu pai, empressas e a fundação, o assunto trabalho sempre circulando, saindo de sua boca de uma forma robótica e numa monotonia como se fosse a milésima vez que ele faz isso.

Meu cerébro não o deixou de comparar ele com Louis, que sempre entonava quando falava e deixava o sotaque se arrastar pela frase. E as vezes cantarolava. Fazia bicos em alguma palavra ou outra. Seus olhos brilhavam quando falava da família ou dos programas de detetive.

Balanço a cabeça em negação como tenho feito toda vez que lembro ou penso nele.

- Agora fala de você, da última vez eu soube que estava na área de marketing, não é?

- É, na verdade eu estou mudando de emprego. - digo passando as mãos em meus cabelos.

Faz quase um mês que estou desempregado. Porra.

- Então me fala o que você quer, que eu consigo uma entrevista para você na Adams rapidinho.

- Ah, obrigado. - digo, lembrando de Louis de novo. - Mas sabe, na verdade estou pensando em mudar.

What's Your Number? • [Larry Stylinson-ADAPTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora