você é o cara

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Estou suado e tem apenas três locais riscado da lista, mas não desisto. O próximo endereço é a catedral do centro, estaciono o carro de qualquer jeito e subo os degraus da fachada, abro as grandes portas de ébano e entro. Procuro Louis onde a orquestra deveria ficar, mas ele não está lá.

E quando as portas batem num eco estrondoso nas minhas costas, os noivos me olham.

E eu nem posso acreditar que é Donald e Jeremy.

- Ah! Qual é? - Donald grita do altar.

Eu ainda estou ofegante da escadaria lá fora, mas digo: - Abençoada seja essa união e que ela traga frutos! - viro as costas e corro de volta até o carro.

Tinha começado a anoitecer, o crepúsculo caindo calmo em Boston, e fui a mais quatro lugares sem sucesso depois da catedral, e o trânsito estava congestionado e me deixando temeroso e estressado.

Talvez meu pai não perdoasse, mas eu abandonei o carro e saí correndo pela rua.

O motivo do cogestionamento era a comemoração de um casamento indiano. E eu comecei a chamar pelo Louis naquela multidão, até perceber que ele não estava ali também.

Com o trânsito parado eu não penso direito quando vejo uma bicicleta de entregador de pizza encostada em um muro, num prédio residencial. Eu a pego.

- Carro azul, as chaves estão no contato! - grito ao entregador.

O próximo endereço é um evento grande. E privado.
Os flashes das cameras me atingem assim que paro com a bicicleta em frente ao tapete vermelho, perto do frentista do local.

- Obrigado. Você pode se servir de pizza! - digo ao frentista e ando apressado até a entrada para a festa de casamento.

- Seu nome? - um segurança me pergunta, depois de eu andar por um corredor enorme de pessoas e curiosos.

- Eu, eu - tento olhar para as pessoas mais distantes e outro segurança aparece. Suspiro. - Eu sinto muito.

Assim que as palavras saem de minha boca eu ouço a voz de Louis. Eu o acho no palco, cheio de pessoas ao redor no espaço aberto.

- Eu espero que estejam se divertindo essa noite, eu sei que estão. A próxima música é de uma banda local. Espero que gostem.

Os seguranças se colocam em meu campo de visão, e eu acabo saindo dali.

Começo a rodear o local até achar um cercado baixo e sem seguranças.

Eu subo no cercado, meu cabelo suado colando na minha nuca e nas minhas bochechas, caindo em meus olhos e os sapatos machucando os meus pés. Minha respiração está muito pesada e eu tento controla-la para não ter uma crise asmática.

- Isso é ridículo. - digo a mim mesmo, me equilibrando no cercado. - Por que eu simplesmente não esperei no apartamento dele?

Eu acabo caindo nos arbustos.

- Merda. - me levanto e tem várias crianças me olhando, de vestidos e terninhos.

- Merda, merda. - um deles fica repetindo como mantra e eu saio correndo caçando o palco.

Eu tento chamar sua atenção, mas ele nem olha para onde estou.

Vou para atrás do palco e acho uma meia-lua e bem, eu subo na lateral do palco sacudindo o instrumento.

Louis não me vê, ele fica absorto olhando para as pessoas que estão dançando. Eu acabo empurrando o baixista e pego seu microfone.

- Acho que você é o que eu precisava. - cantarolo no meio da música e Louis olha para mim. - Eu preciso falar com você. Agora.

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⏰ Última atualização: Feb 14, 2023 ⏰

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