celular do Louis

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Quando acordo a primeira visão que tenho é de Louis dormindo de frente para mim, ressonando, e minha mão pousando em seu rosto sereno, quando tenho consciência tiro minha mão rapidamente.

Me viro na cama para pegar minha escova de cabelo e ir para o banheiro, mas a voz sonolenta e com uma rouquidão de Louis me impede antes que eu o faça:

- Oi.

Eu logo me viro para ele com minha mão parada no ar.

- Oi. - digo fitando seus olhos num tom de azul cristalino.

- Você é tão lindo. - ele diz, sua voz e suas palavras causando um estrago de dentro para fora em mim, que eu quase deixo transparecer um sorriso grande no meu rosto.

Eu sei que meu cabelo deve está desgrenhado, meu rosto inchado de sono e na minha bochecha possivelmente tem marcas do travesseiro, mas eu apenas olho para ele com minha naturalidade matinal.

- Eu sou? - digo, me apoiando de lado na cama e ficando totalmente virado para ele, já com meu lábio tremendo num sorriso.

- É, muito. - eu apenas olho para ele coçando os olhos, sentindo seu cheiro fraco em mim e na minha cama. É injusto o quanto ele é lindo e cheiroso. Ele estende sua mão, segurando minha coxa. - Que tal um lance diferente? Programas de detetives no PayPerview o dia todo. - ele tira a mão para colocar no próprio peito. - Eu vou até o mercado comprar ovos e salsas para fazer Uevos Recheros. - eu apenas assinto olhando para ele. Ele aponta para mim. - Enquanto você fica aqui preparando umas margueritas. Que tal?

Estou ainda olhando para ele, o vendo falar animado sobre passarmos um dia juntos, mas como um time perfeito, nessa bagunça que me encontro desde Washington, me lembro que estou atrasado para me encontrar com minha irmã na floricultura, que marcamos para duas da tarde.

E eu nem preciso olhar a hora para saber que já passa das umas e eu ainda tenho que pegar o metrô.

- Caramba! Eu não posso. Ai meu Deus. - passo por cima dele na cama para chegar a mesinha que fica ali, perto da cabeceira. Acabo caindo num baque no chão de meu quarto.

- Quer cereal?

Me levanto rápido, minha visão ficando com pingos escuros.

- Não! Eu vou encontrar a Gemma. - digo pegando minha carteira, meu celular e um hidratante labial na mesinha. - Já estou atrasado ela detesta quando me atraso. Ai não. - choramingo caçando uma roupa.

Pego minha toalha e, antes de correr para o banheiro, olho para Louis ainda meio esparramado em meu colchão de olhos fechados e com a mão pousada no estômago.

Dou uma corridinha até ele e lhe dou um selinho, me afastando a tempo de ver um sorriso se formando em sua boca e seus olhos ainda fechados.

Na floricultura, eu me dei conta que peguei o celular do Louis invés do meu. E apesar de estar com um catálogo de flores e com várias delas ao redor, eu não parava de pensar na madrugada. Na instalação, ele tocando Lionel Richter, no The Garden, na Marina, no beijo.

E nele.

Em todas elas. Com seus olhos azuis sempre acompanhando os meus e um sorriso fazendo morada em sua boca enquanto... Brincavámos no The Garden. Antes de pularmos nas águas frias da Marina. Nos beijavámos até acabarmos apenas roçando as bocas e apagar pendurados um no outro.

Quando Gemma se aproxima, dou minha atenção ao catálogo em minhas mãos.

Quando cheguei atrasado ela não disse nada, só separamos algumas flores opcionais. Mas nem um sermão. Nem uma pergunta por eu ter chegado quase meia hora atrasado. Nada.

What's Your Number? • [Larry Stylinson-ADAPTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora