<𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑚𝑒𝑢...>

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...

Será que a gente conhece mesmo os nossos pais?

Meu pai, por exemplo. Sempre o considerei um livro aberto. Um homem propenso a atos reprováveis e demonstrações exageradas de afeto.

Mas, quando ele era aluno, foi acusado de um assassinato que aconteceu ali em cima.

Arrumei o sobretudo e olhei pra cima. A névoa atrapalhava um pouco, mas era o lugar exato de onde o garoto caiu.

O que me levar a pensar no que realmente aconteceu naquele fatídico dia.

...

Coloquei o corpete e a calça larga e logo calcei o coturno. Eu lembrava uma viúva negra em busca de sua próxima vítima.

Vesti o Blazer por cima dos ombros e sai do quarto, logo indo até a estátua. Hoje seria a visita de pais e família e eu não estava afim de ver os meus.

Eu tinha recobrado todas as memórias de quando criança, até a adolescência, mas nada de quando cheguei a NerverMore.

Eles me mandaram pro exterior e nem me deram tempo de despedida, Wednesday estava certa, no lugar dela, eu também pensaria que eu a abandonei.

Estalei os dedos duas vezes e logo a passagem secreta se abriu, me possibilitando de entrar na sala de reuniões.

Beladona foi fechado a trinta anos atrás, desde então os alunos dessa geração viram como uma brecha pra que pudessem fazer o que bem entendessem, em nome da Beladona é claro.

Subi pro andar de cima e fiquei olhando pela janela. O carro dos meus pais tinha acabado de chegar. Gomez desceu e abriu a porta para Morticía, logo dando um beijo em sua mão.

Sem elegância alguma, Pug abriu a porta rapidamente e saiu, logo topando em mamãe que só lhe deu uma olhada meio torta, mas logo recolocou seu sorriso.

Pude captar alguns apelidos carinhosos de ambas as partes e algo que me chamou a atenção. Ela falava sobre Wednesday e de como ela insistia em a ignorar, mas nada sobre mim.

Eu não sei bem o que eu esperava. Talvez, um pedido de desculpas ou no mínimo algum arrependimento, mas nada. Ela só estava meio pra baixo porque Wandinha não a respondia.

Pug os chamou e logo eles fizeram caminho até a porta. Sai em velocidade vampira e corri até a sala de instrumentos, que tinha vista privilegiada para o Pentágono.

-- Nunca Mais foi criada como um santuário para as nossas crianças aprenderem e crescerem, sem importar quem ou o que são. - Larissa começou e olhei em volta, procurando por Wanda, não obtendo sucesso. Uma salva de palmas ecoou alto pelo pátio. - Sei que ficaram sabendo sobre o terrível incidente com um de nossos alunos. Mas fico feliz em comunicar que Eugene está melhorando e que logo estará de volta a nossa amada escola...

Ela continuou a falar e sai da janela, logo saindo também da sala secreta da Beladona e indo até o telhado, encontrando Wednesday com os olhos. Ao lado de Enid.

Elas falavam sobre Eugene e deduzi que elas tinham feito as pazes. Ambas estava me ignorando e decidi não correr atrás, na hora certa elas vão me perdoar.

Fiquei observando por um longo tempo, famílias rindo e conversando. Ajax e sua família com o tradicional Hijab. Xavier sozinho, olhando todos, assim como eu.

Vi minha família se aproximar de Wanda e foquei minha audição e visão neles.

-- Olha só minha tarântulazinha. - Papai disse e a abraçou, mesmo que não tenha sido correspondido, o que já era normal. - Que saudade desses olhares acusadores e dessa zombaria juvenil.

Sᴛᴀʏ, Tyler Galpin (Sendo Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora