Tudo estava confuso. Ela mal conseguia distinguir ruídos suaves ao seu redor, um 'tinir' aqui, uma 'vibração' aqui. Parecia que ela estava sonhando.
— Ah que bom que você acordou. — Uma voz cortou seu devaneio e ela não conseguiu identificá-la. — Você teve uma provação e tanto. — Hermione tentou se sentar.
— O qu... — ela foi interrompida por um acesso de tosse. Um copo de água foi entregue a ela e ela bebeu avidamente. — O que aconteceu? — Madame Pomfrey, que ela decidiu ser de fato a dona da voz, sorriu para ela.
— Você foi atingida por um feitiço. Um bastante desagradável também, devo acrescentar.
— Oh. — Ela tentou se lembrar dos detalhes, mas ainda estava confusa. Ela estava na aula? Não, um corredor talvez? E ela estava com alguém... — Há quanto tempo estou dormindo?
— Apenas alguns dias querida.
— Alguns dias! — Ela começou a entrar em pânico — Eu tenho faltado às aulas! Eu preciso... — Ela fez menção de sair da cama do hospital.
— Eu não acho! — Madame Pomfrey agarrou firmemente a perna dela e a moveu de volta para a cama. — O que você precisa fazer é descansar. Mas não se preocupe, o Sr. Longbottom vem aqui duas vezes por dia com seus trabalhos escolares e seus contatos de emergência Sr. Potter e Sr. Weasley foram notificados. — Droga. Se Harry e Ron soubessem, ela ficaria surpresa, ambos ainda não haviam invadido o local e exigido duelar com quem quer que a tivesse enfeitiçado. Ela teve que mudar suas informações de contato de emergência no início do semestre devido ao estado de seus pais.
— Quem?
— Sr. Malfoy, — Suas sobrancelhas se ergueram.
— Malfoy me enfeitiçou? — A bruxa balançou a cabeça.
— Não, querida, foi ele quem trouxe você. Outro garoto estava mirando no Sr. Malfoy e bateu em você. Pelo menos foi o que ele me disse.
— Oh. — Suas memórias estavam preenchendo. Ela e Draco no corredor, Adler vindo para atacar Malfoy. E oh, ela estava beijando Malfoy. Seu rosto esquentou e ela esperava que Madame Pomfrey estivesse muito ocupada olhando seus gráficos para perceber. — Ele veio me ver? — A bruxa mais velha ergueu os olhos.
— Não. — Não? Isso significava que ele tinha se metido em problemas? Talvez ele estivesse envergonhado por ela tentar defendê-lo. Ou talvez ele se arrependesse de beijá-la e não soubesse como encará-la. Seu coração afundou. Ela era bastante agressiva em seus avanços, talvez ele sentisse que precisava. Mas, novamente, ele disse que queria. Bem, pelo menos ela pensou que sim. Ele estava bastante entusiasmado com a coisa toda. Ela passou o polegar sobre os lábios. Na verdade, foi sem dúvida o melhor amasso de sua vida. Ele era um beijador brutal. Ele era apaixonado e fanático... Merlin, se ela precisasse de algo assim. Ela não sabia que beijar podia ser assim e Hermione estava bastante esperançosa de que ele iria querer beijá-la novamente.
Isto é, se ele não estivesse desejando nunca tê-la conhecido. Ela precisaria falar com ele.
***
Draco se odiava. Odiava-se fervorosamente. Ele se sentia completamente responsável pelo estado atual de Hermione no hospital e não conseguia imaginá-la passando por algo assim novamente em seu nome. Não, ela não deveria ser sugada por seus próprios horrores. Ele merecia que Adler o tivesse enfeitiçado. Ele merecia que Hermione dissesse que o odiava. Ele merecia estar com o resto dos Comensais da Morte em Azkaban. Ele estava pensando em enviar uma coruja a Potter e repreendê-lo por testemunhar em seu nome. Mas ele não o fez. Ele não podia. Se não fosse por Potter, ele nunca saberia o que era pedir desculpas na cara. Ele nunca saberia o que era alguém perdoá-lo, mesmo que Salazar soubesse que ele não merecia. Ele nunca saberia o que era ser adotado por um grifinório. Ou o rubor de Hermione. Ou livros trouxas. Ou o que era uma 'estrela de brinquedo'. Ou os lábios de Hermione. Então ele não podia ficar ressentido, não mesmo. Porque sem redenção, ele nunca teria conhecido Hermione. Ela deu a ele motivos para fazer melhor. Para ser melhor. Querer fazer algo pelo qual era apaixonado e investir no futuro da Malfoy Industries na fabricação de poções. Pela primeira vez em sua vida, ele queria fazer algo por outra pessoa.
E era por isso que ele ficava longe. Ele ficaria longe dela. Pelo menos, ele tentaria. Ela merecia mais do que ter seu passado de Comensal da Morte a seguindo. Ela precisaria de muito apoio público para suas ambições ministeriais. Ela queria mudar o mundo e ele só seria um incômodo.
Mas ele cometeu o erro de sair de sua vida antes. Ele cometeu o erro de escolher por ela no baile, não deixando que ela tivesse escolha. Então, em vez disso, ele escreveu uma carta. Uma carta bastante crua. Ele derramou todas as razões pelas quais ela nunca deveria considerar ser qualquer tipo de 'coisa' com ele. Ele andava secretamente pela ala hospitalar muitas vezes ao dia para se manter atualizado sobre sua condição, então ele sabia que ela estaria de volta em seu dormitório esta noite. Então ele entrou no quarto dela, colocou o bilhete na cama dela e saiu. O que aconteceu a seguir estava em suas mãos.
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I'm Begging You To Not Want Me Too | Dramione
FanfictionTradução concluída. - Sou egoísta, Granger. Estou acostumado a conseguir o que quero. E não acho que desejei nada mais do que desejo você. Mas você não deveria querer isso. Me querer. Então, por favor, eu estou implorando para você não me querer tam...