O silêncio é ensurdecedor, como copos tilintando em um bar vazio.
Não havia ninguém, mas as vozes insistiam em soar gritantes, doídas, maldosas. Já não sabia mais se vinham de sua cabeça ou se, em algum momento, passou a estar acompanhada de uma multidão no próprio quarto.
De que adiantariam suas reclamações, afinal? Presa, amordaçada, enclausurada, agoniada, continuaria assim até que definhasse, como um passarinho engaiolado.
A dor lhe queimava por completo, assim como cada lágrima salgada que deixava rastros avermelhados no rosto tão pálido quanto o de um fantasma.
Não havia paz. Não havia felicidade. Não havia um sorriso sincero ou reciprocidade, apenas a tortura constante de todo o cinismo e ódio que residiam seu mundo.
Deus, ajudai a pobre alma perdida, Deus, salvai a criança que chora e implora por alento, Deus, suplicaivos, faça algo, ao menos uma única vez, cuida de sua alma pelo menos por um instante.
Deus, exista pra algo.
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Compilado de Aleatoriedades
Short StoryDiferente do meu habitual, deixarei aqui alguns contos e Oneshots que escrevi durante os anos, para que vocês possam ler e aproveitar um pouco das minhas aventuras literárias nada convencionais, assim como meus devaneios literários que tenho guardad...