ARRASTADO

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~ DAVID LUIZ NARRANDO. . .

Eu não quero sair de casa, não tô afim. Mas quem disse que os chatos do Dudu e do Gustavo me ouvem? Ninguém? Pois então. Não ouvem. Simplesmente me ignoram e desligam na minha cara dizendo que me esperam lá. Os dois saíram primeiro mas nem isso os impediu de irritaram ao absurdo e voltarem em casa pra me buscar. Hoje o Dudu está empolgado. Disso eu tenho certeza. Ele canta o tempo alguma música que ele diz ser inglês pra ele e eu ainda tive que dirigir ouvindo aquele barulho insuportável... Não sei quantas mulheres já jogaram os peitos pra cima de mim ou tentaram me beijar. Mas eu não tenho que contar mesmo já que estão todas bêbadas.

Same Girl - Usher. Gosto muito dessa música.

Batida eletrizante, instigante, empolgante, tudo ''ante''. Continuei olhando para a pista. Uma mulher de vestido ou saia não sei distinguir bem o que ela usa, mas posso reparar bem enquanto ela dança ao som da música.

Meu pai do céu.

Me aproximo mais um pouco em uma distância segura dela e continuo a observação enquanto ela dança. Começa a tocar *Trading Places - Usher* que é uma música... sexy, digamos assim. Mas os movimentos daquela morena na minha frente são bem mais sexys do que a música.
Dudu: Tá fazendo o que? -ele olha pra onde eu olho- Nossa, que gata.
Eu: Linda.
Dudu: Vai lá. -e me empurrou.

Filho da mãe.

Quando olho pra trás nem lá o infeliz está mais.

Mulher: Mais que droga! Não tá me vendo aqui? -Ela falou em português?
Eu: Desculpa. -ela se virou e mesmo com a pouquíssima luz eu pude ver que é a ex do Lavezzi- Dayanny?
Dayanny: David?
Eu: Me desculpe por ter te empurrado.
Dayanny: Não faz mal. Tá uma bagunça esse monte de gente aqui.
Eu: Não era minha intenção ter te empurrado, só queria saber se quer dançar comigo.

Diz que aceita.

Dayanny: Não precisa me empurrar pra me perguntar isso.
Eu: É.

Legal. Ela não aceitou. Já posso cavar um buraco e enfiar minha cara dentro dele.

Dayanny: Quero. -O que?!
Eu: O que?
Dayanny: Quero dançar com você.
Eu: Eu ouvi. Só queria ter certeza de que não ouvi errado. -ela riu.
Dayanny: E por que não aceitaria?
Eu: Por vários motivos. Seu ex tentou me espancar por causa do nosso abraço e você foi chamada de coisas terríveis porque eu fui atrás de você. - ela se virou e começou a dançar- Esses são apenas dois de muitos outros motivos.
Dayanny: Esquece isso. Não tem importância. É ele lá e eu cá. E você não tem culpa de nada.

Acho que tô com uma cara de bobo incrível aqui vendo ela dançar de costas pra mim.

Ô meu Deus...

Ela tateou meu peito ainda de costas e quando achou meus braços, desceu as mãos até as minhas e as colocou em sua cintura onde eu segurei firme. Ela canta a música em voz baixa e começa a descer rebolando sem se encostar em mim. Não aguento uma coisa dessas. Não sei o que ela estava fazendo ou pensando em fazer, mas sei que estou gostando muito disso. No refrão da música ela cola seu corpo no meu ainda de costas e continuamos dançando. Ela se vira e coloca as mãos no meu ombro sem parar de dançar em nenhum momento. Minhas mãos ficam espalmadas em suas costas que eu aliso a medida que ela dança.

É Usher...

Penso em tentar beija-la mas se eu fizer e ela não gostar é capaz de que eu leve um tapa no meio da minha cara no meio de um monte de gente, o que só de imaginar deve ser constrangedor. Então logo esqueço a idéia quando percebo que ela sorri quando nota que não tiro olhos de sua boca que mesmo com o batom básico chama muita atenção.

Caramba...

''... U get on top tonight
I'm on the bottom
Cuz we're trading places
When I can't take no more, you say you aint stopping
Cuz we're trading places
Now we gon do this thing a lil different tonight
Trading places
Stay tuned for part 2
You've been me, I've been you
But we gon switch this thing back
Ima put it on your ass ...''

Mas já terminou?

Ela olha pra mim sorri e se afasta.

Dayanny: Amo essa música.
Eu: Também gosto.
Dayanny: Não imaginava que você frequentaria esses lugares.
Eu: Por que não? -Frequento muito.
Dayanny: Não sei te explicar por que. -olhou para os lados- Vamos nos sentar?
Eu: Vamos sim.

Nos sentamos junto com a amiga dela e o irmão. Ficamos conversando por um tempo enquanto Dayanny conversava com alguém por mensagem que ela parecia não estar muito satisfeita com quem conversava. Ela chingava em sussurros quase imperceptíveis que seria impossível de ouvir se eu não estivesse do lado dela. Ela se levantou uma vez pra buscar bebida e as outras acredito que para encher o copo.

Dayanny: Sério mesmo, você é muito lindo. Nossos filhos seriam maravilhosos. -ela estava bêbada, com certeza. Suas pernas estavam em cima das minhas e ela falava perto de mim. Era perceptível o cheiro de vodka em seu hálito.
Angeles: Para Dayanny. -disse puxando suas pernas de cima da minha.
Anthony: Vamos embora anda. Tá feio já.
Dayanny: Não quero.
Eu: Vai pra casa, você não tá bem. -me levantei e a segurei pela mão ajudando-a levantar- Vem, levanta. -ela se levantou e rodou os braços em volta do meu pescoço olhando para os meus olhos, eu acho.
Dayanny: Lindo. -tô me controlando muito pra não rir dela.
Angeles: Para com isso agora Dayanny. -a tirou de perto de mim e saiu segurando a Dayanny pela cintura.
Anthony: Pô cara, me desculpe pela minha irmã. Ela custa a beber mas quando bebe fica assim.
Eu: Não foi nada.
Anthony: Já vou indo então.
Eu: Também vou.

Caminhamos até o lado de fora e quando chegamos nos deparamos com a Angeles empurrando a Dayanny que mesmo estando no estado que se encontra tinha mais força que ela e não entrava.

Anthony: Colabora maninha.
Dayanny: Não quero ir embora.
Angeles: Deixa eu te explicar uma coisa Dayanny. -Chamou pelo nome, agora a coisa ficou feia.- Ninguém perguntou se você quer ir embora ou não. Só entra nessa merda desse carro e não me estressa sua chata. -Caramba!

Acho que tanto eu quanto o Anthony estamos assustados com a forma que ela falou com a amiga.

Dayanny: Para! Não fala assim comigo Angeles.
Anthony: Menos Angel. -falou baixo.
Dayanny: Agora é que eu não vou mesmo. -cruzou os braços.

Difícil.

Eu: Dayanny? -segurei em suas mãos e ela me olhou- Vai pra casa. Você não tá bem e ainda pagando o maior vexame. Tá todo mundo te olhando. -Mentira. Não tá não- Olha que vergonha.
Dayanny: Quero ir no meu carro. Quem vai dirigir meu carro?
Eu: Seu irmão ou a sua amiga.
Dayanny: Por que você não dirige?
Eu: Porque eu não vou pra sua casa.
Dayanny: Ata.

Expliquei a ela tudo bem detalhado como se eu falasse com uma criança. Se bem que quando falamos com uma pessoa bêbada estamos quase falando com uma criança de tantas perguntas que fazem e teimosia. Chego em casa me troco e me deito.

Ele não me merecia |D.LOnde histórias criam vida. Descubra agora