CAPÍTULO 1

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- Anne - 

O baile de primavera acontece sempre, uma vez por ano, na época em que as flores desabrocham e o inverno dá adeus, abrindo as portas para o verão tomar a frente. Confesso que a primavera é a minha época favorita do ano, um tanto pela diversidade de cores, mas também por causa do clima, nem tão frio e nem tão quente, resumindo, o período perfeito. Outro fator que soma é – que rufem os tambores – o tão esperado – pelo menos por mim – baile.

Eu adoro a expectativa para saber quem irá convidar quem, adoro escolher os vestidos com as minhas amigas e, com certeza, amo passar o dia do baile me arrumando com elas. No último o tema foi discoteca dos anos 70. Eu e as meninas nos vestimos a caráter e dançamos a noite inteira. No desse ano o tema é Noite Estrelada, então, basicamente, o tema é meio que livre, pedindo, somente, que as pessoas usem algo que remeta a noite estrelada. E eu, como uma boa amante de Madonna, vou me inspirar na minha diva para montar o meu visual.

Não, eu não vou contar qual será a minha roupa para vocês, mas prometo que ela é gatíssima!

- Chegamos, Gatinhas – Sandy buzina ao adentrar o estacionamento do colégio.

- Não precisa anunciar para todos, Sandy – Jenna cantarola. Irritação está saindo de seus poros.

Eu sei o que todo mundo pensa...nossa, que menina chata! Ela é, mas quando você passa a conviver com ela, percebe que Jenna só é requintada, não metida e, muito menos, ignorante. Então de uma chance para ela, garota, como Sandy diria.

- Não precisa ser uma estraga prazeres, Jenna – Ela diz, estacionando. Jenna revira os olhos, pelo menos eu imagino que ela revira os olhos, pela sua pequena jogada de cabeça para trás.

Sandy estacionou ao lado do Jeep amarelo de Jessie, então eu já sei que ele está na escola. Não é normal ele e os meninos chegarem cedo. Portanto, decido perguntar mais tarde para Jessie o porquê dessa mudança radical.

- Qual a primeira aula de vocês? – Mary questiona, assim que descemos do carro.

- Biologia – Digo.

- Literatura estrangeira – Jenna diz, desinteressada.

- Biologia – Sandy completa.

- Argh! Ninguém para sofrer comigo na aula de ética – Cerro os dentes, fazendo uma careta.

- Boa sorte – Bato em seu ombro.

Nosso professor de ética tem...como posso dizer? Hum...muita ética, ou seja, o cara é extremamente correto. Logo, se você escreve uma vírgula entre o sujeito e o verbo é a mesma coisa que um "C" menos na matéria.

- Você vai tirar de letra, lollipop – Sandy fala, enganchando o braço nos ombros de Mary e a puxando em direção ao corredor de entrada.

- Sem essa, Sandy – A doida da minha amiga ri, balançando a cabeça.

Mary é nossa lollipop, pequena e doce como um pirulito.

Assim que passamos pelas portas principais, o ambiente é preenchido por aquele caos de vozes misturadas, juntamente com muitos alunos, desde os arrumados até os que esqueceram de colocar uma calça para saírem de casa. Credo! Acho que acabei de ver uma bunda!

- Esqueceu a calça, mané! – Jenna grita, fazendo cara de nojo – Isso é o cumulo, como eles esquecem a regra básica da convivência? Esteja vestido, sempre!

- Hum...até eu, gatinha? – Doody abraça Jenna por trás, assustando a ruiva com seu modo repentino de aparecer.

Doody Broderick, alto, corpo magro, olhos castanhos e um cabelo preto ralo, porém volumoso. Uma definição para ele é: idiota. Certo, ele não é idiota, mas com certeza se passa por um idiota na maioria do tempo. Apesar disso, eu gosto de Doody, ele é o tipo de pessoa que deixa situações estranhas ou pesadas, leves e engraçadas. Ah, ele também faz parte do grupo de Jessie, os Gatões.

Quer ir ao baile comigo?Onde histórias criam vida. Descubra agora