CAPÍTULO 7

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- Anne -

- Fase dois, patinação! – Sandy grita, quase estourando os meus tímpanos através da linha telefônica.

Depois do fracasso da fase um, ou quase fracasso - isso porque, eu acredito que a primeira parte se sucedeu bem, já que um clima doce e....eletrizante envolveu eu e Jessie. Porém, para as Gatinhas, o plano foi um fracasso, uma vez que eu não dei o meu primeiro beijo e não ganhei um acompanhante para o baile.

Bem, quem se importa com a opinião dessas malucas? Para mim, eu e Jessie evoluímos...a passos de tartarugas, mas evoluímos um pouco.

Pelo menos agora eu sei que ele é, minimamente, atraído por mim. E a atração pode levar a paixão, que leva ao amor, que leva ao primeiro beijo, que leva a um pedido para o baile, seguido de um pedido de namoro e rumo ao felizes para sempre.

Viu? Passos de tartarugas são demorados, mas eficientes. E eu pretendo me suceder com os meus pequenos passos...mas, para isso, terei que aceitar a ajuda das maluquetes...ops, das Gatinhas.

- Aaah! – Gemo, revirando os olhos – Mas eu sou uma péssima patinadora. A gente não pode ir...não sei...jogar vôlei?

- Tenha santa paciência, Anne! Eu tenho que pensar em tudo?! – Posso ouvir Sandy batendo na cabeça, muito irritada – Essa é a questão! Você é uma ótima jogadora de vôlei e nesse esporte não há muito contato físico. Já com a patinação, você sabe o básico, que se resume a ficar de pé e flexionar os joelhos. Então o Jessie terá que servir de cavalheiro dourado e ajudar a sua pêssego – Ela dá gritinhos, muito animada com o seu plano maquiavélico – sem a parte maligna.

- Certo...

Balanço a cabeça, sabendo muito bem que a probabilidade de eu cair e levar Jessie comigo é maior do que nós estabelecermos uma conexão patinando.

Enfio uma colher generosa de sorvete de chocolate na boca, aproveitando esses minutos de calmaria, até Sandy começar a tagarelar na minha cabeça.

Ouço tudo com clareza...ou quase. Estou mais preocupada em me empanturrar de chocolate do que com a futura lesão que irei adquirir quando cair de bunda no meio da pista.

- Certo, garota. Vá convidar o seu garoto dos sonhos, enquanto isso eu ligo para o resto do pessoal.

Sandy não espera eu responder. Assim que termina de falar, ela desliga na minha cara.

Odeio essa mania dela! É por isso que não falo com ela pelo telefone. Sandy sempre tem a palavra final ali, como se ela mandasse nas nossas ações.

É isso ou você nunca irá a um baile com Jessie McFly!

Argh! Eu também odeio quando ela tem razão.

Como mais uma colher do sorvete, antes de guarda-lo e sair em direção a casa McFly.

Toco a campainha por costume mesmo, porque a senhora McFly não ligaria nem um pouco se eu só entrasse em sua casa, como o meu melhor amigo faz, de vez em quando. Por falar nela, quem me recebe é a mãe do Jessie, Lory McFly.

Jessie não é nem um pouquinho parecido com a mãe. Enquanto ela é baixinha, tem olhos bem escuros e um cabelo castanho, meu amigo puxou o pai na estatura – alto -, nos cabelos – claros – e nos olhos – claros também. A única coisa que ele herdou da senhora McFly é o sorriso...um belíssimo sorriso, por sinal.

- Anne! – Lory me abraça, puxando-me para dentro da casa – Chegou na hora certa! Eu estou fazendo alguns bolinhos de cereja e, bem, Jessie odeia cereja, então não posso confiar no julgamento do meu filho.

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