CAPÍTULO 8

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- Jessie -

- Eu quase beijei Anne Parker!

É primeira coisa que digo quando Doody entra no carro.

Tive alguns minutos para remoer o que aconteceu no meu quarto. Entre esperar Mike, parar na casa do Tom e, por último, na do Doody, eu tive bastante tempo para pensar no que aconteceu.

E cheguei a uma conclusão: Anne também está atraída por mim.

Se não fosse isso, ela não coraria, não é? Ela não me deixaria chegar tão, mas tão perto. E, definitivamente, ela não confessaria que eu faço borboletas levantarem voo em seu estômago.

- VOCÊ O QUE?!

Doody grita.

Tom se engasga com a bala que estava comendo.

E Mike pisa no freio com tudo.

Sorte nossa que a rua está vazia e não há nenhum carro atrás, porque senão era uma vez a traseira de uma caminhonete.

- Eu e Anne quase nos beijamos – Repito.

Mike vira para mim, com o queixo no chão.

Tom tosse, tentando desafogar.

E Doody grita como a Madonna, na música Like a Virgin.

Faço uma careta, mas não demoro para contar em detalhes o que aconteceu.

Quando Anne entrou no meu quarto foi como se eu tivesse visto uma miragem. Eu realmente achei que estava vendo uma miragem, porque antes de ela chegar eu estava encarando esse objeto que passou a ser o meu amuleto da sorte, já que não o tiro mais do meu bolso.

Esse objeto destinado a Anne...a minha pêssego.

Fiquei divagando por vários minutos, pensando na minha melhor amiga, no baile e em um jeito de tornar o convite e esse momento especial para ela.

Então, quando decidi espairecer jogando, ela apareceu como uma deusa, com a boca avermelhada, por causa das cerejas que eu tenho certeza que a minha mãe a fez comer, e com aquele olhar...o olhar sincero, feliz e amoroso que só a minha pêssego tem.

Eu fiquei hipnotizado. Fissurado. Gamado!

E então aquele olhar encontrou o meu. Aquelas bochechas ganharam o mais lindo tom de vermelho. Sua respiração ficou irregular e eu soube que aquele era o momento certo. Eu beijaria Anne Parker e depois a convidaria para o baile....

- Calma ai, Romeu! – Doody bate em meus ombros, enfiando a cabeça no vão do banco do passageiro e do motorista.

- É, se segura.... – Mike concorda.

- O momento pode ter sido lindo e maravilhoso....

- Mas você não pode se precipitar e convidar Anne para o baile assim, na lata! – Mike completa a fala do Doody.

Franzo a testa, não entendo o ponto dos caras.

- Vocês complicam demais! Eu senti que aquele era o momento...aquele realmente era o momento, até você ligar e estragar com tudo! – Aponto para o meu melhor amigo.

Mike revira os olhos, voltando para a sua atenção para a estrada. Ele liga o carro, pronto para nos levar para a pista de patinação, no entanto, o veículo permanece no ponto morto até resolvermos os arranjos de hoje.

- As meninas gostam de coisas grandiosas, Jessie! – Doody afirma.

- A sua garota, né, Doody?! Anne não é assim....

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