Sentada sem reação com Beatrice ao meu lado respirei fundo. Decidi que se enrolasse muito tempo por ali não estaria agindo da maneira que eu deveria. Ajudei minha amiga a levantar e ela disse que estava bem para caminhar sem qualquer apoio. Sem mais enrolações saí do pub em meio aos destroços e corpos feridos procurando por algum sinal de consciência por ali, mas todos estavam desacordados. Meu estômago revirou no momento em que pensei que possivelmente havia algum morto por ali.
Saí definitivamente do lugar acompanhada de Beatrice, que tinha um pequeno corte superior a sua sobrancelha e toda a coragem no lugar. Eu estava anestesiada. Eu precisava dar um jeito de limpar a bagunça e sair de vez daquela circunstância. Eu precisava fugir do mundo mágico.
– Charlie? Beatrice? – a voz de Pansy soou do outro lado da rua enquanto ela atravessava correndo.
Beatrice a segurou firme em um abraço e as duas suspiraram aliviadamente por todas nós estarmos bem. Pansy se aproximou de mim colocando uma das mechas do meu cabelo para trás da orelha me abraçando e sussurrou:
– Você foi incrível, Charlie. – e então continuou – Obrigada por salvar a minha vida.
– Eu... – falei gesticulando assim que ela me soltou do abraço – Eu preciso dar um jeito nisso.
– O Ministério já foi comunicado, Charl. – Pansy falou – Aurores já estão a caminho, e será péssimo para nós permanecermos aqui no momento em que chegarem.
– Venha, querida, vamos para a sua casa. – Beatrice me puxou e segurou no meu braço, Pansy fez o mesmo do outro lado.
Caminhamos na calçada nevada debaixo da garoa fina que começava a cair. "É natal" pensei comigo mesma "Era para ser um natal..."
Casa dos Ledger, 25 de Dezembro de 1996, 1:30 p.m.
– Abre o meu primeiro, Charlie! – Pansy pediu apontando para o grande embrulho rosa claro debaixo da minha árvore.
– Eu vou abrir o seu primeiro, Pansy, deixa só eu acabar de anunciar os presentes. – comentei sorrindo de canto e pegando um embrulho longo e pesado, parecia conter algo de vidro lá dentro – Esse aqui é da Beatrice para o papai!
– Beatrice, eu disse que não precisava! – ele pegou o presente de minhas mãos e minha amiga levantou para abraçá-lo.
– Pare de bobeira, eu nunca deixei de presenteá-los! – ela comentou fazendo todos rirem – Charlie, dê a sua mãe o que eu e a Pansy compramos para ela.
– Um presente coletivo? – minha mãe perguntou enquanto pegava o presente que eu a estendi – Obrigada queridas.
– Não há de que, senhora Ledger. – Pansy disse rapidamente – Mesmo porque Beatrice não tem um gosto tão sofisticado quanto o meu.
Todos na sala riram abertamente com o comentário espontâneo de Pansy até que meu pai chamou a atenção de todos:
– UMA GARRAFA DE VINHO SECO ARGENTINO! – comemorou o homem animado abraçando Beatrice mais uma vez – Eu vou abrir agora mesmo para comemorar.
Meu pai saiu da sala na procura de taças suficientes para todos enquanto eu voltava para a pequena pilha de presentes disposta debaixo da árvore.
– Olha só esse! – comentei empolgada – De Pansy Parkinson para Vovô Ledger!
– Deixa que eu entrego! – Pansy tomou o embrulho de minhas mãos levando-o até meu avô no sofá e sendo recebida com um abraço muito caloroso.
– Obrigada, querida! – ele falou enquanto rasgava o embrulho devagar, ao acabar a questionou. – Como funciona?
YOU ARE READING
Misconception
FanfictionNão é de longe a coisa mais fácil de lidar quando se é uma nascida trouxa em meio a tantos bruxos de famílias puras. Mais difícil ainda é ser selecionada para uma casa onde a maioria espera que você tenha algo a oferecer: poder, influência, dinheiro...