Carma

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Sala de Estudo dos Trouxas, segunda-feira, 10:10 a.m

Como de costume, sentei em um canto onde costumavam se sentar os alunos que gostavam de ficar sozinhos nas aulas, e como eu era a única sonserina que preencheu o horário de Estudo dos Trouxas, não tinha muito com quem me sentar. A aula já havia começado há alguns minutos, mas eu não estava o que se pode chamar de atenta ao que era dito. O sono tomava conta do meu corpo e eu poderia a qualquer momento cair com o rosto em cima das minhas anotações, o que não seria muito formidável, pois eu poderia furar o meu olho com a ponta afiada da pena e ficar caolha. Ou então eu poderia ter uma hemorragia muito grande e morrer por perda de sangue. A questão é que, o meu sono estava tão absurdo, que eu não sei ao certo se pensei nessas probabilidades ou ocorreu de eu dar um cochilo e sonhar com esses acontecimentos.

Eu me levantei e fiz um sinal para a professora pedindo licença para me retirar da sala. Andei em passos lentos pelos corredores, observei o lado de fora da escola e o clima fresco só me parecia mais favorável para dormir e descansar cada parte do meu corpo cansada. Eu voltei aos treinos de quadribol na sexta. E no sábado. E resolvemos que no domingo seria uma boa repetir. O meu sono era o de menos comparado às dores no meu corpo todo.

Adentrei o banheiro feminino do andar e ele estava extremamente vazio, agradeci mentalmente por isso e também pela expressão sofrida que fiz para a professora antes de sair. De qualquer modo ela entenderia a minha demora. Entrei em uma das cabines do final do corredor e sentei sobre a tampa fechada do vaso. Eu sempre odiei quem dorme nas aulas, acho desrespeitoso com o professor e com os alunos que estão cansados e aguentando firme. Fora que isso não combinava com o meu perfil de aluna. "É só um cochilo" pensei comigo mesma apoiando a minha cabeça na parede ao meu lado.

– Ei, você está desacordada? – acordei com uma voz irritantemente alta e socos na lateral da cabine.

– Agora não mais. – respondi com minha melhor voz de insatisfação.

– Você poderia me passar um pedaço de papel higiênico? – a menina pediu estendendo seu braço por baixo da cabine, deixando à mostra a barra da manga de seu suéter cinza e vermelho. Grifinória.

– Claro. – peguei uma quantidade de papel e passei por baixo da cabine.

– Obrigada. – ela agradeceu gentilmente – Está tudo bem com você? Você estava desacordada.

– Eu estava dormindo. – respondi – Odeio quem faz isso em aula, acho desrespeitoso. Mas eu estava realmente precisando.

Saí da cabine em direção a pia e joguei a água gelada em meu rosto na esperança de acordar. Ouvi a porta destrancar e me virei para ver com quem eu estava tendo uma conversa e me deparei com Granger vindo em minha direção, com um espanto quase perceptível no rosto.

– Ledger! – ela exclamou.

– Olá, Granger. – respondi dando-lhe um sorriso que logo foi retribuído com vontade.

– Então era só um cochilo, não é? – ela perguntou analisando meu rosto – Não quer que chame alguém? Sua amiga, talvez.

– Estou bem, obrigada. – respondi realmente grata – É um acúmulo de cansaço apenas, tive muitos treinos para o próximo jogo na semana que vem durante o final de semana.

– Entendo. Ginny se sente como você. – ela respondeu e um nervoso a respeito dos treinos da Grifinória estarem sendo tão maçantes quanto os nossos me percorreu – Vocês jogam na mesma posição, não é?

– Sim, jogamos. – respondi – Nunca joguei contra ela, na verdade, e o fato dela estar acabada como eu só me deu um maior receio. – confessei e nós duas rimos.

MisconceptionWhere stories live. Discover now