Respeito Mútuo

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Dormitório da Sonserina, quinta-feira, 6:50 a.m.

Acordei com uma dificuldade absurda de abrir os olhos, senti meu corpo pesado e minha cabeça latejar, o clima do inverno estava se aproximando cada vez mais, senti a ponta dos meus dedos do pé geladas feito pedrinhas de gelo, e logo o frio percorreu por todo meu corpo ainda não despertado. Eu não havia me agasalhado bem para dormir e todo aquele frio e o peso que eu sentia na minha cintura me aconchegavam mais ainda na cama. Eu não fazia ideia de que horas eram, mas com certeza eu não havia perdido à hora, pois ainda conseguia ouvir roncos pelo dormitório. Roncos? Foi isso mesmo o que ouvi? Mas nenhuma de nós nunca ronca...
Levei as mãos até o meu rosto para esfregar meus olhos e pressionar minhas têmporas levemente para que a dor acalmasse um pouco, me sentei devagar na beirada do colchão antes de finalmente abrir meus olhos e encarar a cortina da minha cama. Coloquei os pés no chão e puxei devagar a cortina deixando a claridade invadir minhas pálpebras entreabertas, me levantei lentamente passando as mãos pela minha barriga nua, eu estava apenas com minhas roupas debaixo, provavelmente devido ao cansaço que cheguei ontem. Caminhei, desviando de minhas peças de roupa espalhadas por todo o chão até a cama de Beatrice para acordá-la, quando abri a cortina dei um pulo de susto. Vicent Crabbe estava roncando e dormindo igual uma pedra. Rodei os olhos pelo cômodo, ainda muito confusa, quando percebi que: aquele definitivamente não era meu dormitório.
Mas se não era o meu dormitório, na cama de quem eu dormi e como eu cheguei até... Interrompi meus pensamentos dando passos fortes para a cama na qual eu acabara de me levantar puxando a cortina e sentindo meu corpo gelar. Draco Malfoy estava enterrado em seu travesseiro com seus cabelos platinados totalmente desgrenhados, em um sono profundo.

- Abaffiato – murmurei baixinho.

Adentrei novamente as cortinas da cama subindo agressivamente no colchão e sem pensar duas vezes dei um tapa estalado naquela face pálida toda amassada de sono.

- Acorde – gritei com ele – ande, abra os olhos, Malfoy.

Ele abriu os olhos colocando a mão no lugar onde provavelmente ardia em sua face tendo uma expressão de surpresa que logo se transformou em raiva.

- Por que você me deu um tapa, garota? – ele perguntou irritado se sentando para ficar na minha frente.

- O que eu estou fazendo aqui? – perguntei de maneira irritada ignorando sua pergunta.

- Acho que sou eu quem deveria te perguntar isso, ou você acha que é todo dia que uma garota me acorda fazendo um escândalo? – pensei em concordar, mas eu não estava no clima para provocar ninguém.

- Eu vou reformular a pergunta – respirei fundo fechando os olhos – você sabe o que me fez chegar até aqui e acordar na sua cama com minhas roupas jogadas pelo chão?

- Whiskys de fogo – ele respondeu dando de ombros – sem dúvidas, você não faria isso sóbria.

Dei outro tapa no braço dele e ele trocou o riso frouxo por uma revirada de olhos, e quando abriu a boca para falar algo, eu cortei.

- Você transou comigo porque eu estava bêbada, Malfoy? – perguntei em um tom quase que incrédulo. – céus eu não sou capaz de lembrar nem como a aposta continuou.

- Você acha que eu me aproveitei de você? –ele perguntou enquanto eu afundava meu rosto entre minhas mãos – eu não me lembro de mais nada depois do terceiro copo.

- Merlin, o que foi que eu fiz... – eu mesma me interrompi para massagear as têmporas antes que explodisse – seja lá o que aconteceu, Malfoy, nunca vai sair deste dormitório, você ouviu bem?

MisconceptionWhere stories live. Discover now