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IZA BLAKE
andamos em silêncio até o estacionamento, robin retirou as chaves do bolso e apertou um botão que fez um dos carros se destacarem, piscando e apitando

— até parece — cruzei os braços

—o que?— ele perguntou confuso

— eu não vou sair do hotel com você— falei e robin deu uma risadinha nasalada

— sério o que voce pensou que eu teria pra te mostrar dentro do hotel?

— cala a boca, eu não vou entrar em um carro com você

— por favor?— ele juntou as mãos e abaixou a cabeça. robin sabe como me convencer ainda mais com aqueles olhos

— ok, voce tem uma hora

— é o suficiente

enquanto ele dirigia, eu me senti mais idiota ainda. como eu aceitei entrar no carro com robin e ainda sem saber pra onde? se bruce soubesse poderia acabar com tudo.

o silêncio era mortal. eu encarava a estrada pensativa, me recusando a olhar para ele, mas sei que robin também não olhou para mim em nenhum momento. eu estava prestes a perguntar para onde iríamos mas o carro parou, e ele veio até a porta abrir pra mim

olhei para o lugar e na hora minha vontade de protestar sumiu. se a praia onde estávamos de manhã era linda, para essa eu não tenho palavras.

estava tarde, e não havia ninguém ali. o céu estava estrelado, a água era um azulada com partes brancas que entregavam aonde as ondas quebravam. a areia refletia a luz da lua e os coqueiros estavam agitados com o vento

— vem — ele segurou meus dedos e me puxou para a areia. ele se sentou e eu tambem, so um pouco distante dele

— eu não sabia que lugares assim existiam — falei meio dispersa, robin sorriu me vendo maravilhada

— existe....

e o silêncio se estendeu de novo. não de maneira estranha como no carro. foi confortável, robin estava encarando o mar, assim como eu. olhei para ele e vi seu olhar perdido.

— eu queria um lugar especial pra trazer você, vi essa praia enquanto vínhamos pra cá e imaginei que seria bonita durante a noite

— e acertou em cheio. eu jurava que me levaria pra algum lugar bizarro — demos risada

— credo, o que você acha que eu sou?

— eu não confio em você, sem ofensas

— já escutei coisa pior

— sabe qual é o seu defeito?— falei calma

— sim, sei de vários — rimos, mas naquele momento robin me olhou de forma sincera

— não é bem assim, você sempre está tentando se mostrar durão e acaba perdendo a sua essência. eu sei que existe algo bom dentro de você

— e como tem tanta certeza disso?

— não acredito que alguém possa ser tão babaca assim, sem ofensas

— estou começando a ficar ofendido — ele disse descontraído, e deu uma risada nasalada

robin se aproximou um pouco, mas não tanto. eu e ele ainda estávamos na mesma posição, com as pernas encostadas no peito e as mãos envolta delas. estava confortável

— e o que queria me dizer?

—ah, eu não sei por onde começar... — ele mexeu no cabelo, nervoso

𝐃𝐄𝐒𝐀𝐋𝐈𝐍𝐇𝐀𝐃𝐎, robin arellano Onde histórias criam vida. Descubra agora