Capítulo 2

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                            MARCELA

                     ...2 dias depois...

E mais uma vez estou no auditório  ouço os burburinhos dos outros profissionais da saúde e tento me desligar, fecho meus olhos com força sentindo uma leve ferroada onde tem o meu ferimento. Percebo que o local ficou em silêncio e olho para frente vendo o senhor Capolli e sua família entrarem e sentarem em seus lugares. Seus olhos escuros me encaram avidamente e apenas suspiro exausta disso tudo abaixando a cabeça.

- Bom estamos aqui para informar sobre o veredito da enfermeira Marcela Ribeiro sobre a acusação de Negligência médica levando a óbito Antônia Mendoza de 77 anos! Sua voz soa grave fazendo-me encolher. - Mas antes gostaríamos que todos prestassem atenção no que iremos mostrar já que é crucial para esse caso!.

Então todos olhamos para o telão ali, e vejo se tratar do dia da morte de dona Mendoza.

No vídeo mostra eu entrando em seu quarto com uma bandeja com seu café da tarde e outra com os medicamentos. Mostra eu olhando o prontuário com a dosagem a ser administrada e preparando o medicamento deixando dentro da bandeira como sempre fazia. Dona Mendoza era paciente de oncologia e estava se tratando da leucemia a quase um ano.

No vídeo mostra eu a alimentando com um migal enquanto converso com ela que rir das brincadeiras que faço.

Um soluço escapa da minha garganta quando não consigo mais segurar as lágrimas.

- Vamos tomar o remédinho para melhorar? Digo alisando sua cabeça careca e ela nega. - Se a senhora tomar tudinho lhe prometo que te trago um pudim mais tarde, mas vai ser nosso segredo já que Lorenzo é um chato e fica brigando comigo quando lhe dou um pouco de pudim! Digo a ela que afirma e antes de pegar o copinho com a medicação oral ela faz ânsia de vômito corro até o banheiro pegando o baldinho de inox e antes de chegar ela vomita em cima de si, a coloco na cadeira de rodas e a levo até banheiro e saiu para chamar as meninas da limpeza.

E nessa hora a doutora Benucci entra no quarto olhando para todos os lados e vai até as bolsas com a medicação que estão dentro da bandeija, ela tira uma seringa do bolso aplicando o conteúdo na bolsa de soro, coloca a seringa vazia no bolso de seu jaleco e sai do quarto.

Ouço um burburinho chocados dos outros ali e a olho sentada na cadeira. Ela me olha com raiva e corre para cima de mim com um bisturi em mãos e desfere um golpe na altura do meu rosto, no susto levanto meu braço e sinto uma grande dor e algo quente escorrer por ele.

Quando ela vai desferir outro golpe o senhor Capolli segura sua mão tirando o objeto cortante e o jogando longe ele a afasta bruscamente e um dos seus homens a segura algemado seus pulsos  enquanto ela grita descontrolada.

-Droga! Exclamo retirando a blusa de mangas comprindas do meu corpo é enrolando meu braço para estancar o sangue.

- Me acompanhe! Ouço a voz de Capolli que segura meu braço machucado enquanto enlaça a outra em minha cintura me arrastando para longe da bagunça do auditório, entramos na sala de sutura as pressas e me sento na maca me sentindo fraca, olho para o senhor Alexandre que está arrumando os matériais necessário nessa ocasião e fico receosa.

- Chame o Lorenzo por favor, ele fará isso para mim! Digo a ele que me olha arqueando uma sobrancelhas enquanto coloca as luvas em suas mãos.

- Eu o farei! Sua voz séria me deixa arrepiada, ele retira a blusa e noto que o sangue já não está tão abundante quanto agora pouco, ele limpa ao redor do corte mediano e fundo, descartando as gases usadas na bandeja de inox.

O cunhado do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora