𝐸𝑐𝑙𝑖𝑝𝑠𝑒 (gwendoline/you)

Memórias

Uma pequena despedida minha de todo o elenco, o fim de um agradável ciclo, mas no meu campo de visão faltava alguém... duas pessoas, de uma forma mais específica.

Vejo uma delas se aproximar.

— Emilia Clarke! Onde você estava? — Tínhamos nos tornados grandes amigas durante as gravações. Emilia já estava arrumada para ir embora, ela vestia uma simples calça jeans, com uma camisa de seda branca, tênis e um sobretudo preto. — Ei, está tudo bem?— Pergunto vendo a feição preocupada da mesma

— Comigo sim. — Responde enquanto guarda algo em seu sobretudo — E com você?

— Estou bem, mas sentirei saudades de tudo isso.

— Sabemos exatamente o que fará falta pra você. — Diz Emilia rindo. — Você ficou sabendo? — Ela acrescenta voltando sua feição preocupada.

— Não, o que eu deveria saber? — Pergunto diante a curiosidade despertada. — Vejo uma luta interna nos olhos de Clarke então a questiono. — O que eu deveria saber Emilia?

— Veja você mesmo. — Diz ela enquanto me mostra o que antes havia guardado em se sobretudo.

Não é possível, isso só pode ser uma brincadeira de mau gosto de Emília.

— O seu está em seu camarim, acredito eu.

não, não, não, isso não está acontecendo. — repeti em meus pensamentos, esses que se encontravam totalmente bagunçados.

Assim que adentro meu camarim, vejo o motivo de tal descrença sobre a penteadeira que havia no local, isso não pode ser real.

Pego o envelope vinho e o abro enquanto rezo para ser uma brincadeira, retiro a folha de dentro do envelope e começo a lê-la.

A cada frase eu podia sentir meus olhos transbordarem enquanto meu coração era estilhaçado aos poucos, assim que termino de ler, sinto toda tristeza sendo substituída por ódio, fazendo com que eu amassase o papel e jogasse o fora.

Saio do meu camarim disposta a ir para casa sem falar sobre o assunto com ninguém, nem mesmo Clarke.

Indo em direção a meu carro encontro David, esse que me fala sobre já estar perto do fim, visto que minha personagem não ganharia continuidade em sua participação. Após responder brevemente o mesmo, adentro meu carro e acelero em direção ao meu apartamento.

Assim que estaciono, pego meu celular, esse que havia algumas mensagens e notificações de chamadas perdidas, ignoro todos.

Entro no elevador sendo seguido por olhares curiosos, mas nada invasivo, assim que as portas se abrem em meu andar, entro em meu apartamento, trancando a porta.

Me permito sentir, ódio, raiva, tristeza...

Sinto meu celular vibrar com a ligação de quem eu menos queria ouvir, em poucos segundos o aparelho choca-se com a parede ondia havia uma fotografia nossa.

Me direciono ao quarto com uma grande caixa, tudo será guardado. Pego presentes, roupas e qualquer outra lembrança e coloco ali, porque isso? Por que você fez?

Adentro o banheiro, ligo o chuveiro, um banho, preciso. Observando o buquê recém ganhado em um vaso com água percebo, dessa vez era demais, a água não era o suficiente para levar tudo consigo.

Ao fim da noite, o buquê encontrava-se despedaçado, havia cacos de vidro no chão do banheiro, roupas em um saco de lixo enquanto meu corpo se encontrava jogado no chão da sala após algumas garrafas de álcool.

Acordo com uma dor de cabeça e noto o estado do apartamento, o que trouxe lembranças do dia anterior, ela...

Sinto meu peito apertar e logo lágrimas rolavam em meu rosto, depois de muito se controlar, consigo levantar e vou até o quarto, não posso continuar.

Vejo uma pequena mala e pego a mesma, logo a preenchendo com algumas peças de roupa, me arrumo e procuro o que pode ter restado do meu celular.

Com muita dificuldade consigo ligar para Clarke, essa que atende brava por ter sido acordada.

— Por que caralhos você me ligou às oito da manhã se não tenho gravação?

— Meu apartamento é seu, a chave vai estar no mesmo lugar de sempre.

— Como ass— Não deixo a mesma terminar e logo desligo, deixando o telemóvel encima de qualquer móvel, saio do imóvel e tranco a porta, logo deixando a chave em um esconderijo próprio.

Me direciono a garagem, logo destrancando o carro, deixo a mala no banco de trás e entro no lado do motorista, ao portão do local ser aberto canto pneu para longe dali, me direcionando para o aeroporto.

Não, meu destino é outro, distante.

Sou retirado de meus pensamentos após ouvir o anúncio de que a aeronave iria pousar em solo estadunidense.

Após sair do aeroporto localizo o carro que já estava a minha espera para me levar até a casa que eu havia alugado para ficar enquanto estivesse aqui, assim que o motorista estaciona em frente a casa vejo alguém parado como se estivesse esperando algo, ao notar quem era saio correndo do carro agradecendo brevemente o motorista.

— CLARKE!— Vou em sua direção correndo lhe dando um abraço apertado. — Eu senti tanto sua falta... — Adiciono sentindo meus olhos marejarem pois estava a mais de 7 anos sem ver a mesma, mantendo contato apenas pelas redes sociais.

— Eu também senti sua falta, ficou tudo sem graça sem sua companhia.

— Vamos entrar, temos muito que conversar.

Adentramos a casa, largo minha mala ao lado da porta que dava na sala e me jogo no grande sofá que havia ali.

— Pode começar a falar. — Sinto Emilia me encarando, não era um pedido, era uma ordem.

— Eu não soube lidar, então no momento a melhor opção foi me mudar.

— PORRA! Você não foi pra outro bairro, foi pra outro PAÍS, tem noção da diferença, você largou seu celular aqui, não notificou ninguém nem mesmo de onde te encontraríamos, você foi só.

— Eu sei que não foi o certo Emi, mas não dava pra ficar aqui, ir lá, vê-la, ia doer demais. — Digo repousando a cabeça em seu colo já que a mesma havia sentado ao meu lado.

— Eu sei meu bem, mas você poderia pelo menos avisado sobre o que faria, você me deseperou com aquela ligação e ainda mais quando vi o estado do seu apartamento.

— Me desculpa... Agora estou aqui, não pretendo ir embora.

— Assim espero.

Retiro minha cabeça de seu colo, meu sentando no sofá.

— O que te fez voltar? Se passaram sete anos de você distante. Por que voltou agora?

— Vou fazer parte de uma nova série.

— Mesmo? Qual? — Pergunta empolgada.

— Wednesday.

Estou a um tempo sem escrever, mas espero que essa fic seja agradável.