💛 Capítulo 2

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~ Langa Hasegawa

  Desperto, já era de manhã, e eu não sabia onde estava. Estava apertado, eu estou em um sofá com Reki. Estamos deitados, ele está com a cabeça apoiada no meu peito. Nós dormimos aqui? Preciso ver a hora, meu celular está na mesinha ao lado, se eu me esticar um pouco pra pegar talvez ele não acorde.

- Langa... - acabei falhando, ele acordou.

- Desculpe por te acordar. Já são 8 e meia, melhor eu ir pra casa.

- Não, vamos tomar café antes. Na verdade você que vai ter que cozinhar, não sei nem fritar um ovo.

- Tudo bem. Gosta de panquecas?

Fui pra cozinha preparar o café da manhã enquanto ele me observava. Tínhamos dormido sem jantar ontem então estávamos famintos. Quando jogo a panqueca pro alto na intenção de virá-la, Reki acaba se impressionando. Ele me olhava com intusiasmo e não parava de falar, o que eu amo nele.
Termino as panquecas e nos sirvo, jogando um pouco de mel por cima delas.

- CARAMBA!! Isso tá perfeito! - ele elogia a comida que fiz enquanto devora com apreciação.

- Obrigado. Minha mãe fazia pra mim toda manhã quando eu era criança, eu amava.

- Sente falta do Canadá?

- Às vezes sinto, mas eu estou gostando bem mais daqui. - confesso que eu amava lá, me fazia lembrar do meu pai, mas aqui eu conheci o Reki, ele me faz me sentir bem, me sentir vivo de novo. Estar com ele faz meu dia ficar mais feliz.

  Terminamos de comer, ele lava a louça e eu vou para casa, era pra mim ter voltado ontem, dormi fora e não avisei minha mãe. Espero que ela não esteja preocupada.

- VOCÊ ESTÁ MALUCO? EU ESTAVA QUASE CHAMANDO A POLÍCIA!

- Desculpa, acabei esquecendo e não tive como avisar que iria pra casa do Reki.

- Eu quase morri de preocupação. Você nunca faz isso!

- Sinto muito..

- Tudo bem. Fico feliz que esteja bem. De qualquer forma, nunca mais passe a noite fora sem me avisar!

Apesar de ter levado sermão, foi até legal passar a noite na casa dele, por mais que tenha sido por acidente. Esses momentos com ele me fazem esquecer todas as coisas ruins que existem por aí. Não quero nunca que isso acabe.

  Algumas horas depois de mim ter chegado em casa, ouço meu telefone tocar.

- Alô?

- Langaaa!

- Hm, Miya? O que foi?

- Rápido! Você tem que vir pra pista akuma! Caso de vida ou morte.

- O que houve?

- Pista de skate, vem logo! Reki já tá vindo.

  Desligo o celular, pego meu skate e vou. Tem que ser algo muito sério para o Miya falar desse jeito. Só espero que não tenha acontecido nada grave.

  Chego na Pista Akuma, Reki e Miya estavam lá. A pista estava lotada, tinha gente por todo lado, gritando e brigando. Vou até Reki para saber o que estava acontecendo. Era muito estranho. A pista nunca ficava lotada assim, ainda mais numa quinta-feira à tarde.

- Então é aqui que tem crianças brincando de skatistas? - um cara alto, de cabelo roxo e roupas largas aparece na nossa frente com um skate na mão. No braço, ele tinha uma tatuagem em japonês que dizia "amante".

- Quem é você? - Reki pergunta ao desconhecido, era como se aquilo fosse uma disputa de territórios.

- Me chamo Aijin. Guardem meu nome pois vai ser ele que vão gritar quando eu vencer todos os moleques daqui. - ele sorri convencido enquanto ajeita os óculos.

- Então você acha que pode simplesmente vencer todos daqui? - senti que Reki já estava ficando alterado.

- De olhos fechados.

Ele franziu a testa e ficou encarando o homem por alguns segundos. Certamente estava pensando em uma forma de botá-lo em seu lugar, já que ele apenas chegou desafiando todo mundo.

- Aqui, hoje à noite às 7. Vou te mostrar com quem está se metendo.

- Boa sorte, garoto. Vai precisar.

  Saímos da pista, Reki estava furioso, consegui ver isso.

- O que vai acontecer agora? - Miya perguntou, estávamos incrédulos com a situação.

- Eu vou correr com ele. E vou vencer! - Reki dizia isso mas pude ver em seu olhar que ele estava com um pouco de medo.

- Acho melhor você treinar com Langa antes, só pra garantir. Preciso ir, volto na hora da corrida.

Ele sobe no skate e vai embora, deixando eu e Reki sozinhos.

- Somos só nós dois de novo, bebê - ele me chamou do que? Não sei, isso foi estranho. Quando ele me chamou assim, senti algo. Acho que eu gostei. Foi até bem fofo na verdade. - Eu estava pensando, no ponto C da pista tem uma espécie de degrau, porém é quase imperceptível. Posso pegar vantagem dele lá.

- Talvez ele já tenha estudado a pista antes de chegarmos. É um risco que você pode correr.

- Creio que não. Se eu conseguir jogá-lo pro canto, ele fica sem saída e terá que reduzir, assim pode acabar caindo nesse exato degrau. Eu sou um gênio.

Eu sentei em um dos bancos ao lado da pista e fiquei observando ele dar voltas pela quadra toda. Ele era realmente incrível com isso. Temos alguns meses antes das férias acabarem, ainda posso aprender muito com ele.

- Ei, Langa, o que acha de ir dormir lá em casa hoje? Sabe, depois da competição precisaremos comemorar minha vitória.

- Acho ótimo. Dessa vez devo avisar minha mãe.

Meu Maior Desejo (Sk8)Onde histórias criam vida. Descubra agora