💛 Capítulo 16

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~ Langa Hasegawa

  7 da manhã, eu estava terminando de colocar as últimas peças de roupa na mala, quando começo a pensar nele. Lembrei do dia em que fiz as malas em Okinawa, foi a última vez que o vi. Nunca esqueci esse dia.

- E o skate, onde eu deixo? - minha mãe pergunta com meu skate na mão. Ela estava me ajudando a arrumar minhas coisas, mais empolgada que eu.

- Guarda ele pra mim? Não vou levar.

- Por que não? Agora que você vai voltar pro Japão, talvez se anime em voltar a andar.

- Não, eu acho que não. Aliás, nem cabe na mala então...

- Espera um minuto - ela sai do quarto me deixando sozinho, logo chega com outra mala. - Eu trouxe essa mala pra você. Ela estava guardada, é maior e vai caber o skate.

  Ela o coloca na mala, sorrindo. Parecia feliz por eu ter conseguido, sei que eu também deveria estar, mas algo me impede. Terminamos de arrumar as malas, fecho a casa e então entramos no carro. Minha mãe pediu para me levar até o aeroporto, queria se despedir. Depois de hoje, creio que ficaremos bastante tempo sem nos ver. Nunca fiquei muito tempo longe dela então sei que vai ser difícil.

  Chegamos no aeroporto, eu estava com o passaporte em uma mão e a mala maior na outra. Minha mãe estava carregando a menor. Eu iria pegar o vôo das 8:00, faltavam alguns minutos ainda.

- Filho, promete que vai me ligar todos os dias à noite? - ela diz com a voz trêmula, quase chorando.

- Claro, vou te contar tudo o que acontecer - deixo a mala no chão e a abraço. Ela me segura por um tempo, logo percebo que começa a chorar. - Não chora, nas férias eu venho te visitar, prometo.

  Um auto-falante soa e anuncia que meu avião decolaria em alguns minutos.

- Vai lá, meu bem. Se cuida, tá? - soltamos o abraço e pego minhas malas, saindo dali em seguida. Olho para trás e aceno para ela, finalmente podia deixar as lágrimas escorrerem, não queria começar a chorar na sua frente e chateá-la mais ainda.

  Entro no avião, meu assento ficava na janela, o que era bom já que eu podia ver a vista toda. Coloco os fones de ouvido ao som de "Sweater Weather", então decolamos. Não demora muito até que eu caia no sono.



  A viagem foi extremamente longa, não contei mas creio que tenha durado em torno de 12 horas. Já tinha contratado um motorista de aplicativo, então assim que desço do avião, o carro estava me esperando no aeroporto. Ajusto meu fuso-horário, era domingo de manhã então eu tinha bastante tempo para descansar da viagem.

Chego no apartamento e arrumo minhas coisas, em seguida entro no chuveiro e tomo um banho quente. A vista do 11º andar era linda, meu quarto tinha uma janela de vidro bem grande e eu podia observar bem. Me jogo na cama e adormeço por mais algumas horas.

  Acordo meio tarde e resolvo sair para comer. Tóquio é grande e eu não estava acostumado com todo esse movimento. Pego um metrô na estação e chego até a minha parada em alguns minutos. Vou até um restaurante e me sento em uma mesa para duas pessoas. Logo um garçom vem me atender, então peço um Yakisoba. Em apenas alguns minutos meu pedido chega, estava sentindo falta da comida japonesa.

  Após terminar de comer, saio dar uma volta para conhecer a cidade, quando chego em casa já era noite. Preparo as coisas que teria que levar para a faculdade amanhã de manhã e então vou dormir.

 Preparo as coisas que teria que levar para a faculdade amanhã de manhã e então vou dormir

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No outro dia, vou para a universidade logo cedo, era enorme. Deveria ter uns 4 andares, e o campus era imenso. Já na entrada tinham vários alunos, e na parte esquerda da área tinham várias quadras de esportes, vôlei, basquete, futebol, e outros que não consegui identificar de primeira. Passando pela porta, pergunto a uma garota que andava no corredor onde ficava a diretoria, assim que ela me informa subo as escadas. Preencho meus últimos documentos na sala do diretor e então me encaminho para a primeira aula.

Entro na sala e vejo que estava cheia, deveria ter em torno de cinquenta alunos. Me sento em um dos lugares vazios, e logo um homem alto de cabelos grisalhos entra, se apresentando e começando uma longa explicação. Anoto tudo o que ele diz, afinal não sabia o que seria importante, depois de algumas horas da o horário e saímos para o intervalo.

- Ei, novato - um cara ruivo de estatura média me chama. - Anotou alguma coisa do que ele falou?

- Sim, algumas coisas.

- Posso bater uma foto? Eu sou disléxico e não consigo acompanhar muito bem - ele diz retirando o celular do bolso.

- Claro - eu abro meu caderno na matéria e ele vai tirando as fotos, folha por folha.

- Muito obrigado. Aliás, meu nome é Kokichi, mas todo mundo me chama de Koki.

- Langa, muito prazer - digo e estendo minha mão, após guardar novamente o caderno.

- Você não é daqui, não é?

- Na verdade eu sou meio canadense, mas já morei no Japão antes.

- Que da hora, aí, eu e uns amigos vai dar um rolê hoje mais tarde, tá afim? Aí posso te apresentar pra turma.

- Ah... não sei..

- Relaxa que vai ser de boa, tá ligado a fraternidade dos Alfa Wolf? Vai ter tipo uma festa da piscina lá, só que só os mais íntimos - ele começa a mexer no celular e então me entrega. - Me passa aí o teu número - eu digito o meu telefone e então devolvo o celular.

- Que horas vai ser?

- Isso aí, 3 da tarde pega bem. A gente se fala.

   Saímos da sala e nos separamos no corredor. Não queria ter que sair hoje, ainda mais que é meu primeiro dia aqui, mas talvez seja bom conhecer umas pessoas novas. Além do mais, deduzo que ele não iria aceitar um não.

  A manhã acaba, volto para o apartamento e preparo algo para comer. A minha sorte era que ele ficava bem perto da faculdade. Enquanto como, começo a enviar alguns currículos para e-mails de empresa. Talvez eu consiga agendar uma entrevista para essa semana. Troco de roupa e mando mensagem para o Kokichi, perguntando o endereço da casa, em seguida saio, vou andando mesmo, leva cerca de 20 minutos até lá.

Meu Maior Desejo (Sk8)Onde histórias criam vida. Descubra agora