Apenas, nós.

Capítulo Sete: Entardecer.

Decidimos em família ir para um passeio no litoral da cidade. Chō animada, não parava de fazer perguntas sobre a praia e o mar, seu olhos brilhavam em empolgação e felicidade. - Chō, se acalme, senão você entra em combustão - digo enquanto a mesma não parava de correr do armário até a pequena mala, guardando seus pertences que levaria na viagem de fim de semana.

- Pai, não tenho tempo pra descansar, quero ficar pronta pra não ter que voltar antes do combinado. - sorrio em ver sua animação, passo a mão em sua cabeça e vou arrumar as comidas.

- Filho, tem certeza que você está bem pra ir? - minha mãe indaga guardando as comidas em grandes potes. - Sim. Talvez foi apenas alarme falso - meu cio estava atrasado há uns dias, então é óbvio que ela ficaria preocupada e eu também

- Tome inibidores, e não fique perto de alfas - Kei se intromete - E também não fique sozinho, sempre me leve com você. Não sabemos em que momento seu cio pode vir à tona.

- Você por acaso virou meu pai? - reviro os olhos - Yamaguchi também vai, não? Tem certeza que quer pagar de segurança desse pobre ômega e em vez de aproveitar com seu namoradinho?

- Ele entende o porquê de eu sempre querer proteger você, a mãe dele também é uma ômega. Foi ele que me deu a ideia, afinal. - ele dá de ombros.

Já com tudo preparado, estávamos esperando Yamaguchi com a carona, quando o mesmo chegou, vimos que não caberia todas as pessoas e as bagagens. Foi quando Chō olha para a rua, grita e acena para alguém.

- Inacreditável... - sussurro paralisado ao vê-lo

- O namoradinho do Hinata também veio, você está tão serelepe, Hina... - Kei disse zombando

- O-Olá - sua vergonha era visível - Chō me ligou, dizendo que era algo importante, achei que ela estava correndo perigo - ele coça a cabeça sem jeito - Vocês estão bem, vejo que foi um mal entendido. Então vou ind-...

- Não, não! - Chō suplica - Mas é importante, pofessor' ! Chō está muito feliz pra ir para a praia, brincar no mar, mas não tem espaço suficiente no carro.

- É, já que você está aqui, primo, nos dê essa mãozinha, vai! - Yamaguchi diz com um sorriso

- O que você acha, Hinata? - minha mãe indaga e vejo Kageyama me encarando, esperando a resposta e apenas suspiro

- Ok... - no fim de tudo, Kei e minha mãe foram no carro de Yamaguchi, Chō e eu fomos juntos com Kageyama. - Ela me ligou dizendo que era algo importante, era risco de vida ou morte - ele rir e a olha pelo o espelho - Ela dormiu...

- Ela acordou cedo, porém ela não sabia que eram duas horas de carro até a praia, ela tá tão empolgada, é a primeira vez dela.

- Imagino. Crianças sempre se contentam com pouco ao olhos dos adultos, ela é uma criança incrível.

- Eu deveria ter a trazido há muito tempo. Ela comentava o quanto queria ver o mar e sentir a areia nos pés e pegar conchas para trazer como lembranças. Mas, com um pai ômega, ela não insistia muito, ela tentava entender o porquê de eu ser tão insistente em dizê-la que não era o momento e eu agradecia a compreensão, mas eu ficava com o peso na consciência. - digo, olhando para a bela paisagem que estávamos trilhando.

O vento acariciava meu rosto, havia tempo que eu não respirava um ar limpo e tão bom quanto esse. Fechei os olhos por uns segundos para sentir melhor a sensação de liberdade que o ar fresco e o som dos pássaros tinham para me oferecer naquele momento.

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Seu rosto parecia cansado. Seus cabelos balançavam livremente com o vento, a cor laranja de seus fios, eram tão vibrante e se eu pudesse eu o acariciava a todo momento. No dia em que o deixei perto de casa, senti medo em deixá-lo ir sozinho, ele é pequeno e senti que não podia deixá-lo e sinto que deveria protegê-lo, não por ele ser um ômega, mas sim porque quero o proteger, mas naquele momento eu não podia insistir a mais.