Capítulo Oito: Sentimentos.

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Chō subitamente acorda no meio da noite em prantos de choro, a mesma dizia que o mar queria engoli-lá

— Papai, eu não quero ir - ela dizia atropelando as próprias palavras — o mar q-quer me en-engolir - ela gagueja por conta dos soluços

— Filha, papai está aqui, ninguém vai machucar você, o papai não vai deixar, aquilo foi um acidente - tento acalmá-la enquanto a mesma estava no meu colo, me abraçando com extrema força

— Chō... - Kageyama se senta ao ouvi-la — Me desculpe, ela acordou você - digo vendo o mesmo se aproximar mais de nós dois — Pare de pedir desculpas sempre, a culpa não é sua - ele passa a mão nos cabelos de Chō — Chō, olhe para a lua - a mesma limpando o nariz com as pequenas mãos faz o que lhe pediu — Toda vez que você estiver com medo ou assustada, olhe para a Lua-chan, a lua é uma estrela que transmite calma e liberdade.

A pequena começa a ficar mais calma e logo se aconchega em meus braços, em pequenos soluços seu corpo se desmancha em meu colo e sinto a sua respiração relaxar. Olho para Kageyama aliviado — Obrigado... Muitas das vezes, eu não conseguia acalmá-la

— Ela já teve outros pesadelos? - hesitante, afirmo com a cabeça — E quais foram? - demoro para responder e o mesmo fica nervoso — Não precisa responder se isso te incomoda, me desculpe a intromissão - ele balança a mão e sorrir com os olhos. Em suspiro, decido ir para a varanda e o chamo, fecho a porta de vidro para que Chō não acordasse com o falatório.

— Tá tudo bem... - tomo coragem para falar aquilo pela a primeira vez com alguém que não fosse da minha família — Sabe aquele homem que você viu no Café? - ele acena com a cabeça — Ele é o pai de Chō - ele arregala os olhos e põe a mão sobre a boca — P-pai?? - sua afeição parecia incrédula, aceno com a cabeça

— Estávamos no colegial quando aconteceu, foi um acontecimento mais assustador que pôde acontecer comigo. - ao lembrar, meus olhos começam a arder, insinuando um breve choro. Não pude evitar, e logo deixo as lágrimas caírem, fazendo com que eu pudessem me sentir melhor.

Kageyama vendo a situação, me traz para mais perto dele, apertando meu braço e acaricia o mesmo — Deve ter sido doloroso para você, suportar tudo isso e sorrir sempre - não sei se ele queria me ajudar, mas o que dizia me fazia querer chorar mais, porque era como eu me sentia. — Você é o melhor pai que já pude ver e conhecer, nada disso foi culpa sua, você foi forte até aqui e tenho certeza que Chō está bastante orgulhosa de você, apesar de não saber sobre tudo.

O que ele me disse me confortou e me acalmou, passei os braços pela a sua cintura e o abracei mais forte — E-eu tenho medo que ela me odeie no futuro. Por não ter um pai e só ter a mim para contar

— Ei, ei, você é o pai dela, ela não precisa de mais ninguém - ele levanta meu rosto segurando meu queixo — Sei que você se sente inseguro, mas ela se sente segura com você e se sente amada, ela reconhece que você é o pai dela, ela não quer outro. Ele passa os dedos pelas as lágrimas que caíam pelo meu rosto e me olhava com ternura — Você acredita em destino? - ele pergunta, encarando meus olhos e o lever vermelho no rosto.

— Talvez... - O encaro os olhos azuis-marinho de volta. — Por que eu acho que meu destino foi ter me formado em pedagogia só pra tomar de conta de Chō - ele consegue fazer o choro ir embora com uma piada — Acredite, não é nada fácil cuidar dessa criatura - brinco e rimos entre nós

— Prefiro sua risada do que seu choro, parte meu coração - eu reviro os olhos e o empurro com o cotovelo — Espertinho você, hein! - ele me olha querendo perguntar algo — Se quer saber de outra coisa, pergunte logo

— Posso tocar seu cabelo? - sem entender, apenas afirmo com a cabeça. O mesmo acaricia o meu cabelo e me sinto confortável, me fazendo chegar mais perto dele.

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