Estando sozinho no café, já no horário de fechar, ouvi o sino na porta, avisando que haveria clientes no local. Ainda de costas, avisei que já estávamos fechados. Quando a voz, a voz que eu pedia para nunca mais ouvir, me chama pelo o apelido morto de anos atrás.
— Olá, Sho. - com uma voz repugnante ele fala comigo. Senti um breve arrepio, e o medo passa levemente em meu corpo, quando viro para encará-lo.
— O que você quer... - com a voz trêmula, indago — Ora, não seja assim, me sirva um café - ele tira o casaco e põe sobre uma cadeira — Você sabe qual é o meu preferido, não é? -
— Não vou servir café nenhum pra você. Apenas saia do meu local de trabalho. - digo com antecedência
— Eu vim apenas conversar sobre um certo assunto - ele se senta na cadeira e cruza as pernas e me olha como se já soubesse de tudo.
— Acho que você está equivocado, não tenho nada pra conversar com você, apenas vá embora. - o indico a saída
— Você não vai ceder tão fácil, então, vou direto ao ponto - logo pude sentir um péssimo pressentimento — Como estar a criança?
— Do que está falando, idiota!? - imploro para que ele não esteja querendo saber sobre minha filha.
— Da criança que você deu a luz - seu sorriso sarcástico não saia de sua face — Soube que o nome da criança, seria, Chō?
— Como você sabe sobre ela!? - grito tentando esconder o medo que a esse ponto já era óbvio — Não toque um dedo sequer em Chō.
— Você deu um nome neutro pra ela? - ele rir — Que patético.
Por um instante sinto-me tonto, achando que era o estresse da faculdade e vê-lo novamente me deixou enraivecido. Mal pude perceber que toda essa conversa era apenas uma armadilha, me dei conta e seus ferônimos já estavam por todo o café. — O que você quer comigo? - indago já anestesiado com o forte odor. Ele vem em minha direção e se aproxima próximo de mim — Da última vez foi tão bom. Passei cinco anos fora e você nem sentiu falta... - Ele passa os dedos em meu rosto
— Não toque em mim, imundo - falo atropelando as próprias palavras — Apenas ,vá embora... - vejo apenas sua risada e sinto o mesmo me levantando do chão e me levando à dispensa. — De novo... não...
Quando alfas liberam uma enorme quantidade de ferônimos, até mesmo betas podem senti-los. Na vez de um ômega, seus sentidos ficam confusos, o forçando-o a ter um cio e se entregando contra a própria vontade para o alfa.
Assim que a natureza humana funciona nesse mundo, se eu tivesse nascido um alfa ou mesmo um simples beta as coisas seriam boas. Mas, eu não teria ter tido Chō, ela foi o acontecimento mais especial para mim, apesar de tê-la concebido de um jeito tão rude.Apenas pude ouvir passos e gritaria, mas soava tão longe de meus ouvidos, por um momento achei que estava sonhando. De repente senti braços em volta de meu corpo, esse me abraça com força e no fundo ouvi Tsukkishima. — Desgraçado de merda, espere que queime no inferno. - ele era um beta, porém pude sentir sua raiva e indignação. — Tsukki... - uma voz chorosa o tenta acalmar.
Consegui abrir meus olhos e vi o rosto de preocupação e ódio. Meu corpo age sozinho e tento chegar mais perto dele, sentindo a vontade de beijá-lo, meus ferônimos automaticamente aumentam drasticamente e vejo o mesmo desviar do suposto beijo, seus olhos estavam brilhantes igual ao ouro e suas presas em seus dentes saiam vagamente e o mesmo olhava para meu ombro com desejo, tal desejo que ele tentava conter.
— Hinata... acorde... - ouço a voz da minha mãe levemente e suas mãos me balançam. Abri os olhos até onde conseguia e senti meu corpo doer, fazendo-me murmurar. — O que você está sentindo, querido? - sua mãe passa a mão em sua testa
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Apenas, nós.
FanficUniverso ABO. Como protagonistas, Hinata Shoyo e Kageyama Tobio, dentre outros personagens do universo de Haikyuu. Conteúdo sensível +16 anos.