A Corte de Corações e Diamantes - A Esperança

Capítulo 27

- Quando Cassian tirou vocês duas da biblioteca – comecei ainda de olhos fechados – Eu fiquei lá e esperei Rhys terminar o que quer que ele tinha que fazer – abri os olhos e olhei para as mãos de Elain que apertavam as minhas – Quando ele terminou e foi embora... Eu entrei na escuridão.

- Porque? – Nestha perguntou.

- Eu... tinha muitas, muitas dúvidas, mas uma delas se sobressaia a todas as outras – me senti no Caldeirão mais uma vez, ouvindo aquela doce voz – Feyre, quando me perguntaram se eu já tinha ouvido sobre... 'Coração de Diamante' em algum lugar... Na verdade eu tinha – suspirei contendo as lágrimas – As rainhas humanas me chamaram assim em um bilhete e o... O Caldeirão me chamou assim – ela me apertou contra o seu peito – Por isso eu não conseguia falar... É que... Toda vez que eu penso sobre... – engulo o nó em minha garganta e fecho os olhos, tentando impedir as lágrimas.

- Você se sente lá de novo – a voz baixa de Elain preencheu meus ouvidos, abri os olhos marejados e olhei para os seus – A sensação de estar se afogando, de novo – eu assenti.

- A criatura no fundo da biblioteca me chamou de Coração de Diamante – continuei – Ela sabia o que era e eu queria descobrir, então eu perguntei – afundo mais a minha cabeça no travesseiro, senti Feyre encostar os lábios em meus cabelos, eu respirei fundo – Ela me contou de uma lenda, criada junto a Prythian, sobre a Mãe e sua criação.

"Aparentemente, quando a mãe criou humanos e feéricos, ela sabia que haveria um dia em que as pessoas perderiam a esperança, então ela profetizou que quando esse dia chegasse, um pedaço do brilho de sua própria alma desceria para a terra e traria esperança para todos novamente. Essa é a lenda de uma criança que nasceria com um Coração de Diamante."

- Então você... – a voz de Feyre falhou, eu apenas me aconcheguei ali.

- Coração de Diamante – balbuciou Elain.

- A criatura disse que os sete Grão-Senhores deveriam encontrar e proteger o Coração de Diamante, também explicou que Rhys não soube, pois não recebeu as lições sobre isso antes de assumir – dei de ombros – A questão mais importante é: Aquela coisa disse que Prythian responde as minhas ordens, se eu ordenasse a ela que destruísse Hybern... Ela o faria, mas o preço seria alto demais e que esperança traria um cadáver? – ri tentando quebrar a tensão, falhando miseravelmente, então eu me calei novamente – Ele disse que eu tenho poder para reger estas terras se eu quiser... – sussurrei.

- Acha... Que pode conseguir aliados? – perguntou Feyre em um fio de voz.

- Acho que todas as criaturas de Prythian podem ser aliadas se eu aprender a... Controlar e usar esse... Poder – aquela coisa rastejou mais uma vez sob minha pele ao ser mencionada, me fazendo estremecer.

- Não é seguro você se arriscar tanto – Nestha falou – Podem tentar usá-la para obter poder, se o rei descobrir...

- As rainhas já sabem, ele já deve também a essas alturas – disse em um suspiro.

- Vêem e ouvem há milênios. Senhoras dos Segredos – Elain disse, seus olhos desfocados e as sobrancelhas levemente franzidas, parecendo ouvir algo em sua mente – O início da criação. Governante da terra. Deve ir até onde a magia primitiva perdura – as três a olhamos com diferentes expressões.

. Nestha a olha preocupada e intercala o olhar com Feyre atrás de mim, que a olha de maneira pensativa. Eu a olhava com confusão, que lugar é esse?

- Que lugar é esse, Elain? – perguntei com a voz suave.

- O centro da criação.

. Decidi não continuar a perguntar, não vou incomodá-la mais. Senti Feyre tensa atrás de mim.