Capítulo 32

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 . Tudo estava escuro, não podia ouvir ou sentir nada além do frio, sentia que eu flutuava pela escuridão daquele lugar desconhecido.

. De repente as luzes se acenderam, eu pisquei os olhos para me acostumar com a claridade. Minha visão se estabilizou novamente, agora eu era capaz de ver ao meu redor.

. Estava em pé em frente aquele trono que as raízes destruíram, mas ele estava inteiro e alguém repousava nele. Uma mulher alta e magra, sua pele era pálida em contraste com seus cabelos em vermelho pálido, suas unhas pretas eram longas como garras elegantes, uma coroa dourada se entrelaçava com os cabelos, seus olhos eram de um castanho malicioso. Vestia um vestido longo branco com alguns acessórios dourados, um grande anel ficava em seu dedo médio, o que parecia um olho humano ficava ali, estremeci quando a pupila se mexeu.

- Grã-Rainha – a fêmea tinha uma voz profundamente sedutora, maliciosa e arrogante – Sabe que eles verão você como uma nova eu, não é?

. Sua voz ecoava pelo salão completamente vazio, seus olhos me olhavam com superioridade palpável. Realização brilhou em meus olhos. Amarantha. Aquela era Amarantha em seu ápice, em seu melhor momento, em seu melhor momento de poder, estava de frente à ilusão daquela que escravizou os sete Grão-Senhores durante cinquenta anos, aquela que impôs o mais puro terror nos corações feéricos.

. Grã-Rainha... Eu não sou Amarantha, nunca serei.

- Vou mostrar que não sou – eu respondi. Aquela não parecia a minha voz, se parecia... Com a voz de Feyre.

- E quem irá acreditar? – ela se desencostou do trono, se inclinando para frente, seu olhar me desafiando a respondê-la.

- Minha família – devolvi. O timbre de Feyre ecoando uma segunda vez. Ela estalou a língua e uma gargalhada sombria preencheu meus ouvidos.

- Família? Acha que eles acreditarão em você? Em um fardo? Um fardo que deixou que a família vivesse em miséria durante nove anos – as palavras escorreram como veneno por seus lábios vermelhos carnudos.

. A espiral de pensamentos retorna a minha mente, estendendo a mão para me alcançar, me puxar para o fundo daquela escuridão mais uma vez.

"– Não foi sua culpa"

. As palavras de Rhys ecoam em minha mente, como uma brilhante luz afastando aquela espiral depreciativa de pensamentos. Não foi minha culpa.

- Eles vão – olhei naqueles olhos, sentindo todo o meu ser se agitar pela determinação em meu coração – Eles vão acreditar em mim e farei os outros acreditarem – dei um passo a frente, ouvi o mármore carmim rachar aos meus pés – Não sou como você, nunca desejei o poder.

- Não – concordou, sua mão adornada pelo anel acariciou o colar em seu pescoço, o que parecia ser um dedo servia como pingente – Mas deseja vingança assim como eu – um sorriso perverso tomou conta de seus lábios, a imagem de Aron retorna aos meus pensamentos – E fará de tudo para consegui-la.

- Tem razão – dou mais um passo, o chão racha mais uma vez, o castanho de suas íris escurece – Mas não irei punir inocentes para conseguir a minha vingança.

. Estrondos ecoaram ao redor, partes daquele salão desabavam, o chão rachava a cada passo que eu dava, as luzes tremeluziam. Meus olhos não se desviavam dos dela, em momento algum.

- Vai falhar – ela ainda sorria olhando para mim.

- Não vou – afirmei convicta.

- Vai ser dominada pelo poder – eu subi um dos degraus, a montanha tremeu.

- Não sou como você – respondi.

- Mas irá se tornar, Grã-Rainha – ela levantou-se e desceu um degrau, eu subi mais um.

A Corte de Corações e Diamantes - A Esperança Onde histórias criam vida. Descubra agora