. Já era de noite e conseguimos chegar ao meio sem encontrar outros soldados da Invernal. Livramo-nos das roupas pesadas assim que atravessamos a fronteira.
. Lutamos com alguns animais selvagens, mas nada com que não pudéssemos lidar.
. Agora estávamos em meio às folhas e galhos da desconhecida e perigosa floresta do Meio de Prythian. Estávamos em um silêncio absoluto, esperando que algo nos atacasse de surpresa, esperando que uma daquelas criaturas misteriosas do Meio aparecesse e tentasse nos matar, Deuce tinha a expressão dura como granito, Eddie tinha os olhos inquietos e eu tinha as mãos suadas e agitadas, me segurava para não mexer em meu cabelo pelo nervosismo.
. Minha visão feérica permitia que eu enxergasse melhor na penumbra da floresta, ali, até mesmo as árvores pareciam vivas e prestes a nos engolir. Alguns galhos se pareciam com braços esqueléticos, uma toca ou outra parecia com um sorriso macabro, podia sentir o perigo a espreita.
- Para onde vamos agora? – Edward me perguntou, seu tom travesso havia desaparecido assim que atravessamos a divisa.
- Eu não sei... – respondi seguindo em frente.
- Como assim não sabe? – perguntou Deuce incrédulo.
- Não sei – sibilei nervosa.
- Então para onde estamos indo? – tornou a perguntar.
- Para onde eu acho que é a direção certa – respondi olhando ao redor.
. Congelei no lugar, olhando ao redor, procurando a origem daquilo que eu senti.
- O que foi? – Deuce perguntou.
. Estremeci quando realizei onde estava, minha mão foi automaticamente para o punhal em minha cintura.
- Areta... – Eddie começou, eu o interrompi.
- Atrás de nós – sussurrei tão baixo que duvidei que ouvissem, mas vi seus corpos enrijecerem e eles permanecerem parados.
- O que está atrás de nós? – murmurou Eddie.
- Algo... – franzi as sobrancelhas – Algo mortal... Não se virem.
- O que fazemos? – perguntou Deuce em um sussurro.
. Eu respirei fundo pensando no que fazer, quais opções tínhamos? Duvido que seja possível enfrentarmos isso cara a cara, mesmo em três.
- Faz de novo – disse Eddie, eu fiquei confusa e senti meu coração acelerando.
- O que exatamente? – murmurei.
- Aquilo que fez com o urso – dessa vez foi Deuce – Faz de novo.
. Eu respirei fundo, era uma possibilidade.
- Ordeno que não nos ataque – sibilei.
. Uma voz soou em minha mente, uma voz antiga e rouca, como se não bebesse água há muito tempo.
- Tão aguardada Coração de Diamante... – sibilou, puxando o som do 'Ç'. Uma serpente – Pergunto-me qual o gosto do seu sangue... Sangue sagrado... Ungido pela Mãe – eu me arrepiei.
- Se atacar, eu não terei outra escolha a não ser matá-lo – eu avisei, pedindo que ele simplesmente desaparecesse.
. O som de algo se arrastando na grama da floresta, ao nosso redor, nos rondando, nos cercando. Onde estava a cabeça? À direita? À esquerda?
- Já fui punido pela Mãe uma vez... Não tenho nada a perder, criança... Vale à pena se for para provar o sangue ungido pela Mãe – sibilou, minha respiração se prendeu na garganta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Corte de Corações e Diamantes - A Esperança
Fanfiction"- O Sol sempre brilhará no amanhã, mas cabe a nós ajudá-lo a brilhar" Ela era uma música, a mais doce melodia já tocada na face da terra. Esperança. Seu nome deveria ser esperança, pois era isso que ela inspirava. Este era seu propósito. ...