Capítulo 2- Como você chegou - Rain

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Tharn estava no bar que tocava as segundas. O dia era muito tranquilo, apesar da chuva que caia constantemente. Como era pós fim de semana, quase não aparecia ninguém, mas, ele gostava de tocar lá, pois, foi o primeiro lugar que o aceitou quando não era famoso. Enquanto estava ensaiando seu amigo Joe entrou na sala:

— Tharn, preciso da sua ajuda — Joe falou rapidamente — eu não sei o que fazer, um bebê foi deixado nos fundos do Bar, ontem. Eu fiquei com ele esperando que alguém pudesse aparecer, mas, ninguém veio. Estou desesperado, ele não para de chorar.

— Onde está esse bebê? Não ouço nada.

— Venha comigo. — disse Jao já andando na frente.

Joe levou Tharn até o apartamento que ficava na parte superior do bar. Chegando lá Tharn viu a moça que trabalhava como garçonete no local segurando um bebê tão pequeno que parecia ter acabado de nascer. Ele não sabia muito bem o que fazer, mas, já havia cuidado de um bebê antes (sua irmã caçula). Rapidamente foi até a moça e pegou o pequeno bebê no colo.

— Como você é pequeno, mas seu pulmão está ótimo (risos). Porque você está chorando? — perguntou enquanto balançava o bebê, que aos poucos se acalmava.

— Não entendo nada de bebês, mas, acho que ele precisa de um medico. Bebês pequenos precisam de médico, certo? — Joe estava completamente perdido e nervoso — Mas estou com medo, como vou explicar pro médico de quem é essa criança? Vão querer levar pra polícia e para adoção... E se a mãe voltar?

Tharn ficou pensativo. De fato, a mãe poderia voltar e saber que seu filho já foi levado para ser adotado por outra pessoa. Entre os pensamentos sobre o que fazer ele se perdia em uma pequena mãozinha que estava apertando seu dedo mindinho. Nessas horas ele queria ter Type ao seu lado que apesar de ser cabeça quente, sempre conseguia o acalmar, fazendo com que ele pensasse melhor.

— TYPE !!! É ISSO!!! Meu marido é médico — disse Tharn empolgado.

— Mas ele não vai querer levar o caso a polícia? — Perguntou Jao desconfiado.

— Vou garantir que não. Vamos de pressa.

Segurando o pequeno pacote no colo, eles foram para o hospital TK. Chegando lá, Tharn se certificou que não havia paciente no momento e foi entrando na sala do médico.

Tha... — Type ficou paralisado alguns segundos até assimilar a cena, seu marido estava com um bebê no colo, um bebê muito fofo e pequeno — O que é isso? De quem é essa criança? Você engravidou alguém? Eu vou matar você!!!

— Type, se acalme! E, por favor; fale baixo. Essa criança não é minha. *mas poderia ser nossa* (o pensamento veio de repente) — Eu vou te contar tudo.

...

Após contar toda história para Type e acalma-lo, ele respirou fundo. Type estava fazendo os primeiros exames na criança e, ver a cena mexeu em algo que Tharn não soube explicar. Ele só conseguia olhar para os dois e imaginar como seria ter um bebê em casa.

— Esse bebê está ótimo, só um pouco desnutrido. Vou passar umas vitaminas para ele que eu mesmo vou comprar e administrar.

— O que você quer dizer, amor? — perguntou Tharn surpreso.

— Vamos ficar com ele, mas só até a mãe voltar. Eu estou vendo como você olha pra ele, por favor, não se apegue demais.

 Eu não vou — disse Tharn, sabendo que as palavras soavam mentirosas até para seus ouvidos. Aquele bebê já tinha entrado em seu coração e dominado ele por inteiro.

No carro

Type segurava o bebê, enquanto o alimentava com o leite e uma mamadeira que conseguiu no setor infantil do hospital. Ele sabia que não deveria fazer isso, não deveria levar este bebê para casa, não deveria deixar Tharn se apegar. Mas, nem tudo é como deveria.... E, Type teve que confessar que quando viu seu amor com um bebê nos braços... seu coração ficou completo, como nunca havia ficado antes, mesmo que ele tenha ficado com raiva ao pensar que Tharn poderia ter traído ele.

O bebê o olhava nos olhos enquanto mamava e aquilo estava mexendo com ele até o fundo da alma. Um grande trovão soou no céu e a primeira reação do mais velho foi abraçar o bebê, no entanto, o pequeno não parecia sentir medo. Mais um trovão soou, ainda mais alto que o primeiro e Type se assustou, o pequeno segurou forte seu dedo, como se dissesse para ele que ficaria tudo bem, que ele não estava sozinho. E, foi ali que Type perdeu a batalha, seu coração foi entregue a um pequeno pacote com olhos de amêndoas.

— Você gosta da chuva, certo? E não tem medo dos barulhos altos que a acompanham. Você gostaria que eu te chamasse de Rain? — perguntou baixinho próximo ao bebê, que sorriu e segurou seu dedo mais forte — Um dia, você vai dominar as tempestades, os furações e os trovões. Você vai ser tão forte quanto seu Pá Tharn.

No banco da frente Tharn conseguiu ouvir - mesmo com Type falando baixinho - Ele se emocionou e segurou para não chorar, já que não podia se distrair. Agora seus dois amores estavam no banco de trás e, ele precisava cuidar deles como cuidaria de um tesouro inestimável. Antes, estava preocupado que Type não aceitasse o bebê, mas, agora sua preocupação era outra: e se a mãe voltar? E se não conseguirem a guarda?

1 mês depois

— Tharn eu não quero ir, ninguém vai tirar meu pequeno Rain — Type falava com lágrimas nos olhos.

Tharn se abaixou e sentou de frente para seu anjo.

— Amor, nós já fizemos uma das partes difíceis, que foi levar o caso a polícia. Agora precisamos saber se o juiz vai nos dar a guarda definitiva. Vamos, não podemos atrasar, não será bom para o nosso Rain.

— E se chegar lá e eles quiserem que eu o entregue? Como vamos ficar sem ele? Como ele vai ficar sem a gente? Ninguém vai saber cuidar dele como nós cuidamos.

 Eu sei amor, mas vai dar tudo certo — Tharn disse com toda confiança que restava dentro dele.

Abraçando Rain, Type se levantou e entrelaçou os dedos ao de Tharn. Juntos eles foram encarar o que o destino reservava e, ele esperava que fosse um caminho lindo, com Tharn e Rain ao seu lado.

Julgamento do processo

— ... Perante a lei, declaro que a guarda permanente de RAIN, como os guardiões atuais o chamam, é de THARN THARA KIRIGUN E TYPE THIWAT PHAWATTA....

Tharn abraçou Type, que já estava chorando.

— Eu disse que ia dar tudo certo, meu amor. Nós somos uma família agora. Eu vou cuidar de vocês pra sempre, Type. De você e agora eu finalmente posso dizer: do nosso filho.

— Obrigado, Tharn. Obrigado por trazer Rain pra mim. Pra nossa família. Eu amo tanto você e amo muito mais o nosso filho.

Tharn e Type correram até a assistente social, que segurava o pequeno Rain. Pegando-o com todo cuidado eles se abraçaram e sorriram um para o outro.

— Nós amamos você, filho. — os dois falam baixinho, próximo ao bebê.

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