Especial - Dragon 🐉🐲

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Como você chegou

01 de janeiro de 2002

— Está tudo bem meu pequeno, você vai ficar seguro.   — Dao sussurrava para o filho em seu colo. — Já vamos chegar.

Em uma viagem de negócios com sua família, Dao conheceu um Yakuza encantador e eles se apaixonaram quase que instantemente. Ele jurava amor infinito a ela todos os dias, mas, depois que Akira nasceu Hayato transformou todo seu amor por ela em ódio.  Com aquilo, veio as desgraças - que ela acreditou ter sido lançada por alguma divindade, para que ela pudesse fugir - Hayato entrou em guerra com os Theerapanyakul's - a maior máfia da Tailândia - ao tentar invadir o território de Korn. Achava que era invencível por ser um Yakuza, e foi aí que a queda de seu grande trono aconteceu. Mais da metade do grupo dele já havia sido morto, mas mesmo assim Hayato deixava sua arrogância vencer e não desistia do confronto com a família. O grande chefe dos Yakuzas, Tatsuo, irmão mais velho de Hayato, negou apoio a ele, e o exilou junto com seus companheiros.

Durante a fuga, Dao pensou em procurar sua família, mas seria o primeiro lugar onde o marido a procuraria. Então, decidiu confiar em seu instinto e ir atrás dos Theerapanyakul's. Sua família era influente, então ela os conhecia por alto, já que andavam nos mesmos círculos. Lembrando que Korn era conhecido por sua bondade com os mais jovens tomou a decisão mais difícil da sua vida: Entregar Akira. Ela esperava que o marido nunca descobrisse, mas se fosse o caso, ele não teria forças para machucar Akira.

...

Phrapai estava fazendo 3 aninhos, e a família inteira se reuniu para a grande festa, em uma das muitas casas que eles possuíam.

Já era noite do dia seguinte e tudo estava tranquilo, até que Korn entrou calmamente na sala, engatilhando a arma.

— Se preparem, teremos visitas. — anunciou e saiu.

Todos correram para pegar suas armas e se preparar. Uma mulher com um pequeno bebê entrou no jardim, com uma das mãos levantadas.

Dao já imaginava que seria recebida assim, após entrar em contato com um dos seguranças de Korn ela foi direto para o local que ele havia indicado, só não contava que Hayato a seguiria até lá. Antes que tivesse tempo de se apresentar, estava no meio de um possível tiroteio. Os Theerapanyakul's e os Yakuzas se encaram até Korn ir até ela e pedir para que entrasse. Assim que colocou os pés dentro da casa os tiros soaram. Akira não chorou, apenas olhou curioso para Dao. Ela andou pelos corredores e deixou o garoto em uma sala vazia, sentadinho em um grande sofá.

— Fique aqui meu amor. — disse com os olhos cheios de lágrimas — eu sempre vou te amar. Olhe para as estrelas e você saberá que você é amado.

Ela correu em direção a saída e pegou a arma que havia levado consigo. Lá fora estava um caos, mas ela não tinha escolha; Correu pelos bosques em volta da casa, tentando achar o marido.

Porsche.

Ninguém percebeu quando um garotinho saiu pela porta e caminhou entre as balas que voavam de um lado para o outro. Quando Porsche sentiu uma mãozinha em si, tomou um susto e pegou ele no colo.

— Você não está com medo? — Perguntou a Akira — porque esta sozinho?

O garotinho encostou a cabeça no ombro de Porsche e falou de maneira manhosa, olhando em seus olhos:

— Ma-mae.

O coração de Porsche saltou e ele engoliu seco. Não conseguia desviar o olhar dos olhos de Akira, que  era um preto profundo, como um céu sem estrelas.

— Eu vou te salvar, e você vai ficar com sua mamãe — respondeu com a voz embargada — Não se preocupe.

Ele viu seus guardas costas levantarem fogo para área leste outra vez e correu no sentido contrário, segurando aquele bebê como seguraria Phrapai. Viu Dao passar por entre as árvores e quis ir ajudá-la e entregar Akira a ela, mas não podia arriscar a vida do pacotinho em seus braços. Porsche correu o mais rápido que conseguiu até a casa. Atirando para todos os lados. Ficou impressionado por Akira não estar chorando, pois, o barulho dos tiros era ensurdecedor. No entanto, o bebê apenas agarrou-se nele e o olhava como se confiasse que estava em segurança.
Porsche estava tão atormentando por aquele olhar, que não viu que duas pessoas estavam atrás dele, só percebeu quando a mulher tentou gritar. Ele se virou devagar, pensando em todas as maneiras de proteger o bebê. Hayato segurava Dao com força e uma arma estava apontada para sua cabeça.

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