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Mais uma pesquisa concluída, ou melhor, quase, concluída apenas em teoria

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Mais uma pesquisa concluída, ou melhor, quase, concluída apenas em teoria. Nunca tive contato com um desses seres, não que fosse bom ter, tenho certeza que oque me espera após um encontro com esse treco é a morte.

Hoje mesmo irei fazer uma mini viajem, nada muito duradouro, quero apenas ver se aparecem novas especies de peixe ou de outros animais para o meu diário. Nem havia saído do meu quarto, estava apenas com a luz das lamparinas e as cortinas fechadas.

Lista:

Roupas reserva

Caderno reserva

Tocha e esqueiro

Canetas e tinteiros

Bússola 

Binóculo

Rede

Arco e flecha

Tampão de ouvidos

Chequei se tudo estava nas minhas maletas e estava tudo presente, não faltava nada. Peguei minhas coisas e rapidamente, não queria perder mais tempo, já que não acho que tenha lugar para dormir na ilha.

Só para contexto, a ilha que eu vou é a ilha Mako, uma ilha que muitos marinheiros dizem ser linda, ser o paraíso dos peixes e conter diversas espécies. Nunca tinha ido naquele lugar, mas agora com 17 anos, estou permitido e irei aproveitar enquanto as obrigações de príncipe e futuro rei ainda não estão na porta.

- Riki? Onde acha que vai?- Mal saí do quarto e minha atenção é chamada pelo meu pai

- Eu vou a alguma ilha, quero pesquisar - disse me virando olhando para ele, um homem alto e cara fechada.

- Sabe muito bem oque aconteceu quando fui curioso - falou ele se referindo a cicatriz que cortava seu olho de forma diagonal- e outra, já viu como está o céu?

- Como assim?- deixei minhas maletas no chão e fui para a janela mais próxima, onde eu conseguia ver o reino ensolarado e no mar, os raios caiam de forma frenética - mas só pode ser brincadeira

- Pois é, se quiser ir, vá outro dia. Em tempestades o mar está mais revolto e os monstros estão piores - falou o homem - hoje você acordou tarde, guarde suas coisas e se arrume pro almoço, logo logo alguém te chama

Apenas aceno e volto ao meu quarto, guardando minhas maletas para não perder tempo assim que eu puder ir à ilha. Abri a cortina e a porta da sacada, que me deu uma visão mais ampla do mar. Mas é um caralho mesmo, não tenho um dia de paz.

Tudo que eu queria era manter a calma, mas é algo complicado para mim. Com os afazeres de príncipe, vieram muitas crises, sejam elas de choro, de ansiedade, de pânico. Tudo isso veio acarretado da pressão. Como eu tinha um total de zero coisas para fazer e precisava me distrair, peguei outro binoculo e fui olhar melhor o mar.

Como já esperado, o mar estava agitado, caíam raios e estava até medonho. Sinceramente, foi até melhor ter acordado tarde, seria um desastre se a tempestade me pegasse, não teria oque fazer.

Ouço batidas na porta e acordo da minha distração olhando o mar, deixo meu binoculo na cama e vou até à porta.

— Senhor Riki, o rei mandou lhe chamar, está na hora do almoço - era Lee Hae Ra, uma senhora que trabalha no castelo há anos, certamente me viu nascer.

— Muito obrigado Noona, já estou indo - respondo e espero ela sair, logo indo pegar uma sandália para descer, impossível andar descalço nesse gelo de chão.

Mesmo sendo japonês, peguei muitos costumes e manias coreanas, já que vim morar aqui logo cedo. Em explicação, a família do meu pai sempre reinou, mas minha mãe, que é japonesa, é apenas uma nobre oferecida ao meu pai como uma forma de acordo de paz, uma bosta. Quando eu nasci, meus pais estavam no Japão a visita e como era perigoso a um recém-nascido a volta de barco, acharam melhor esperar por lá e meu pai voltou sozinho a Coreia, depois de 1 ano minha mãe. Mesmo com pai coreano, adotei o sobrenome japonês devido ao local de nascimento e minhas características são predominantemente japonesas, até eu já tive dúvida se sou filho dele, mas saí dessa.

Chegando a mesa, encontro meu pai, minha mãe e meu primo Jong Seong (mas ele prefere ser chamado de Jay -?-) a mesa e logo me sentei.

O clima da mesa estava normal, nada que eu possa chamar de desconfortável ou confortável, a carranca desproposital do meu pai era um porre, ele era um homem legal e simpático, maior parte das vezes do jeito dele e muito amoroso com o povo, em contraposto temos minha mãe, parece que nasceu um sorriso costurado na cara, era impossível ver ela com feição desanimada. Meu primo Jay sempre foi como um irmão para mim, ele perdeu os pais cedo e veio morar no castelo quando eu tinha 2 anos. Ele sempre foi divertido e cuidadoso comigo, ele é minha pessoa favorita. 

 — Riki, chegou aos meus ouvidos que ia passear no mar hoje- iniciou minha mãe- para onde ia querido?

— Eu ia para a Ilha Mako - falo mais animado, adoro assunto de viagens- queria encontrar novas espécies de peixes

— Tipo uma metade mulher? - brinca Jay fazendo minha mãe se preocupar - não pode se apaixonar pelo canto da sereia hein

— Olha, minha intenção não é achar uma, mas se vier é lucro no diário - falo rindo

— Mas como não é a intenção? - a voz de meu pai se faz presente - a ilha Mako era o lar das sereias antes de exterminamos elas. Não são muitos que possuem coragem de se aproximar da ilha.

— Mas? Eu sabia que uma ilha era o lar das sereias, mas não uma ilha tão próxima - falo confuso

— Pois eu conto a vocês crianças! - meu pai começa a contar suas histórias de navegação e claro, de quando uma sereia machucou seu rosto. Um clássico.

Após muito ouvir do meu pai, quando foi a hora de uma de suas reuniões para decidir o futuro do povo, nós nos retiramos da mesa e no caminho do meu quarto Jay me parou para me convidar a um passeio pela vila e visitar nossos amigos Sunghoon, Sunoo e Jake, então só coloquei um sapato e fui. Saindo do castelo eu percebi o porquê de nossos amigos nunca virem nos visitar, só da porta do castelo até o portão é uma distância que só o senhor, nunca mais saio.

Nas Profundezas Do Encanto - Nishimura NikiOnde histórias criam vida. Descubra agora