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Acordo com a luz do sol bem no meu rosto, aí que chatice, queria ter dormido mais. Me levanto, apenas para fechar as cortinas que deixei aberta na noite anterior e me deitei de novo. Fechei os olhos e pensei sobre ontem, agora estava com mais cabeça pra isso. Refiz todos os meus passos - os que eu me lembro pelo menos - tentando achar sentido na forma que cheguei em casa.

Me lembro de ter feito a trilha, visto um rio, uma cachoeira, refiz a trilha, tirei as botas e fui ver os peixes. No meio da brincadeira eu caí e a última coisa que me lembro foi ter sentido mãos geladas em meus braços e rosto. Meu Deus, que angustia! Será que tinha algum peixe venenoso que me fez alucinar e perder a consciência? Mas ainda assim, não ia ter sentido ter chego em casa.

O diário! Me levanto com calma, pra não cair por causa da pressão porque ela não é lá aquelas coisas, e vou atrás do caderno dentro da maleta. Procuro em uma, não encontro, procuro na outra e só encontrei o caderno limpo que levei de reserva. Mas eu só posso ter engolido mesmo. Penso um pouco de onde poderia estar e tadam! Não sei!

O diário é a coisa mais importante pra mim, tem muitas pesquisas lá, mas no momento eu não estou com saco pra procurar não, logo menos eu o acho. Desistindo da minha procura, vou até a cozinha. Faço o caminho me escondendo e evitando lugares onde a frequência de pessoas era maior, e a possibilidade dos meus pais passarem também.

Assim que cheguei a cozinha, vi apenas Hae ra por lá tomando café e conversei com ela, enquanto fazia meu lanche. Vejo Hae-ra como uma avó pra mim, odeio a encher de tarefas e odiaria ainda mais atrapalhar seu café.

Ela é uma mulher que possui muitas histórias e sempre que ela tem um tempo livre, me conta algumas. Dessa vez, foi a hora de uma lenda de um médico e uma sereia - que graças a deus meu pai não ouviu - que se apaixonaram assim que ela foi ferida por humanos e ele a socorreu. A história de Hye-jin e Ji-hoon. Foi uma história legal, pena que na prática é de outra forma, as sereias matam humanos.

Conversamos ais um pouco até dar o horário dela começar os afazeres, então, eu precisaria de outro alguém pra perturbar e me distrair... Jay! Ele ia ajudar a melhorar meu humor. Aproveito e pego um café e um sanduíche pra ele, que alma bondosa!

Subi as escadas de forma rápida e bati em sua porta o esperando abrir

- Caiu da cama? - Jay pergunta assim que abre a porta e me vê

- Não! Mas eu te faço cair da escada se não for passear comigo hyung - sorrio e entrego a comida a ele

- Entra cá - ele fala e me dá espaço pra entrar - ontem você não queria papo, aí hoje me traz café e quer passear? Oque aconteceu?

- Aí que tá né, nem eu sei - respondo e me deito em sua cama vendo a expressão confusa dele, oque me obriga a contar tudo

- meu deus, se o pai souber, ele nunca mais vai deixar você ir lá, o risco de você ter se machucado - ele fala preocupado

- Sim, eu sei, mas oque me deixou angustiado nem foi isso, e sim eu não saber oque aconteceu - respondo suspirando

- Tenso é que agora não tem oque fazer além de esperar e torcer pra você, sei lá, recuperar as lembranças de ontem - Jay fala - mas você tá bem? De saúde?

- Pior que tô sim, mesmo que fosse pra eu estar um caco. Lá é a pura pedra

- Verdade, quando fui lá oque mais tinha era pedra e mato - ele responde

- Eu nem sabia que você tinha ido lá hyung - falo abrindo os olhos e o olhando

- Eu fui lá sim, mas foi só uma vez

- Lá tem uma caverna, parece ser legal, queria saber como é lá dentro - falo - você volta lá comigo?

- Eu não deveria, mas não tem nada a perder mesmo. Só pegar as coisas que precisa pra ir - Jay fala e termina de tomar seu café - vou escovar o dente e vamos bater perna.

Aceno e aproveito os últimos minutinhos deitado, só não desisto do passeio porque fui eu que chamei. Não demorou muito - infelizmente - e o mais velho voltou, levamos seu prato até a cozinha e fomos até a saída do castelo, menti feio quando disse que não sairia mais. Quase implorei pro Jay me levar nas costas.

Saindo finalmente pelo grande portão, pude ver as casas e os estabelecimentos da vila, estava tudo como sempre e tudo normal pra um sábado. A correria na vila era uma loucura, como estava de dia e as crianças não tinham obrigações nenhuma, elas aproveitavam e viravam o povoado de cabeça pra baixo.

Passeando mais um cado pela vila, o estabelecimento que vende "de tudo um pouco" tava aberto, então me lembrei das coisas que precisava pra ir até Mako e a caverna, mesmo que tudo esteja no diário, também consigo lembrar de cabeça.

- Hyung, vamos ali, precisamos comprar as coisas - falo e Jay concorda

Entramos na vendinha e vimos Jungwon e Yara lá, que estavam de costas para a porta, aparentemente pagando suas coisas. Quase me retirei de lá.

Fui depressa em direção as cordas e peguei duas, peguei um martelo, pregos e uma barra de ferro, pretendia fincar ela no chão. Enquanto fazia minhas compras olhei mais para os irmãos, resumindo olhei pra Yara mesmo, seus cabelos são incrivelmente grandes e ondulados, não é muito comum por aqui.

- Gostou dela? - Jay questiona e eu olho confuso - Riki, desde o restaurante deu pra ver você caidinho, todo mundo viu, só não te falei pra você não ficar com vergonha

- Agora eu tô do mesmo jeito né. Mas ela é bonita, é normal chamar atenção ué - falo simples, mas constrangido

- Então vamos lá falar com eles quando acabarem ali

- Mas nem me pagando, se saia fora - falo já tentando tirar a ideia da cabeça do garoto

- Vamos sim. E olha que coincidência, acabaram bem na hora vem - ele fala e já me puxa para perto do irmãos

Meu rosto queimava, minha perna tremia, meu estomago embrulhava, minha boca estava dormente. Meu Deus eu vou ter um colapso.

- Bom dia, gente! - Jay os cumprimenta sorrindo e logo os dois retribuem. Gente, de perto é melhor ainda

- Bom dia, majestades! Tudo bem? - Jungwon pergunta

- Estamos bem sim! Mas pode chamar pelo nome. Vai fazer obra é? - eita homem curioso

- Que nada, vamos só decorar mais a casa, tá muito sem vida - a garota diz com um sorriso

- Ya! Falando em sem vida, precisamos saber quando você canta de novo! Trouxe felicidade à vila! - Jay comenta brincando com a menina que ri - O Riki tá quase morrendo de ansiedade!

Eu tô quase morrendo de ansiedade mesmo, mas me fala: precisava me expor dessa forma?

- Fico feliz em saber disso! Sua ansiedade acaba amanhã mesmo! - ela responde risonha - provavelmente vou cantar todo domingo lá

- Então já queremos uma mesa! - Jay fala

- Sempre vai ter uma mesa pra vocês Jay! - Jungwon responde

Ficamos conversando mais um pouco com eles, falei pouco na conversa, estava extremamente tímido na frente da garota, ela falava tão bem, era tão sorridente e divertida. Eles nos acompanharam nas compras até nós pagarmos as coisas e nós os acompanhamos até o restaurante.

Assim que nos despedimos já tratei de reclamar com Jay. Me sinto é constrangido, mas ele falou ser só pra ajudar. Independente, fomos o caminho todinho da floricultura comigo reclamando.

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Mais um capítulo de 5 em 5 anos.
Espero que gostem gente linda! Eu dei uma demorada porque tive que estudar pro vestibular e como é só uma redação, fui escrevendo enquanto eu estudava porque aí já estudava semântica e pipipi pppopo.
Obrigada por darem uma chance a essa fic, sou muito agradecida.
Beijos, bebam água e se cuidem <3

Nas Profundezas Do Encanto - Nishimura NikiOnde histórias criam vida. Descubra agora