2.1

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Espero um sinal do menino, que não se levantou. Puta merda. Nado rápido e uso o colar assim que me aproximo dele. O arrasto para a areia e olho para seu rosto. Pra melhorar a situação ele é o príncipe, e agora tinha um corte, quase um rasgo, na cabeça e sangrava bastante.

Inferno.

O desespero é o único sentimento presente no meu corpo. Não posso deixar o garoto morrer - sinceramente com esse corte não ia demorar -. Penso e penso muito, encontrando minha única alternativa, mas ela possuía grandes chances de haver consequências, desconhecidas por mim, mas é melhor que a morte. E outra, um beijo não faz mal a ninguém, né?

Beijei o garoto, um simples selinho, na tentativa de trazer o calor aos lábios frios e macios do menino. Crendeuspai eu tô desesperada. Foi minha primeira consideração de beijo e foi desse jeito.

Assim que vi os ferimentos se fechando, molhei minhas mãos e limpei seu rosto do sangue, me deu até dó. O rosto do menino é lindo demais pra ser machucado, a sorte é que não vai ficar cicatriz. Enfim, avistei o barco que provavelmente pertence a ele e o levei até lá, pegando suas botas e colocando junto a ele no barco. Depois dessa queda não acho que seja gentil e bondoso o deixar aqui sozinho e abandonado, então lá vai Yara levar humano pra casa.

Desamarrei o barco e o coloquei mais pra água. Transformei, agora as pernas, e comecei a empurrar o barco. Maldito seja quem inventou o motor, só pesa mais o barco que já é pesado, meu Deus que ódio.

Com a força e da velocidade da cauda não demorei muito, logo vi o porto do castelo, o qual já tinha conhecimento de tanto que passeei por essas águas. Quando chegamos, me escondi e  joguei água no rosto do garoto com cuidado para não ser vista e acordá-lo. Logo afundei até a parte mais funda das águas.

Riki

Acordo desnorteado e com o rosto molhado, me sentei depressa, quase tombando o barco no mar. Parei um pouco para voltar a normalidade. Olho ao redor, e não vejo nada, olhei para dentro do castelo e vi dois guardas se aproximarem.

— Senhor Riki? Tudo bem? - um deles pergunta

— Sim sim, só me sinto meio fraco pela fome - invento uma desculpa, até porque nem eu sei como eu estava - você pode me ajudar a sair por favor?

— Claro senhor! - o guarda me estende a mão e eu a seguro acenando. O outro guarda pegou as maletas e foi na frente a levando para meu quarto.

Chegamos juntos e eu o agradeci pelo favor. Quando ele estava pra sair, pedi para ele avisar aos meus pais ou a qualquer um que quisesse comunicação comigo que eu não estava bem e não queria ser chamado até o dia seguinte. O guarda acenou e o agradeci novamente. Quando ele saiu do quarto, tranquei a porta e fui ao banheiro.

O meu único desejo era um banho e dormir. Assim o fiz

Yara

Estava novamente na cozinha com os meninos, hora do café da tarde é uma hora sagrada. Já tinha alguns minutos que eu havia chego e já estava de banho tomado. Mas, o ocorrido parecia estar acontecendo repetidas vezes na minha cabeça.

— Princesa? Tá tudo bem? - escuto a voz de Jungwon com os olhos curiosos dos dois meninos - desde que você chegou tá meio estranha

— Uhum, eu tô sim! Só tô meio curiosa - respondo tentando demonstrar indiferença

— Se tá te preocupando tanto, pode perguntar pra gente meu bem - o menino fala e recebe a confirmação do mais velho

— Tipo, oque acontece quando uma sereia beija alguém usando os poderes? Pro bem, pra salvar a vida dele? - pergunto e os dois arregalam os olhos instantaneamente

— Calma aí, você beijou alguém? - Heesung exclama - eu vou desmaiar!

— Para com isso! Não foi nada romântico! - respondo

— Fala com quem foi? - Jungwon pergunta

— Não tem importância com quem foi, não nos gostamos, mas só falo se vocês me falarem oque acontece, eu sei que tem consequência nisso tá - peço- vocês passaram mais tento e aprenderam mais com a mamãe, sabem mais

— Olha, sinceramente importa muito. Quando uma sereia beija um humano sem uma intenção mágica, não acontece nada, é só um beijo comum. Mas como nesse caso foram usados poderes, a situação muda um pouco bastante — Heesung começa - a partir do momento em que você usou essa forma de poder em alguém, é como se fosse passado um pouco da sua essência pra ele, principalmente pra salvar a vida do tal aí. A partir dali meio que foi criado um vínculo com ela. Sabe nas lendas quando um vampiro transforma alguém e ele precisa do seu "criador"? É tipo isso, mas é mais fraco, claro. A pessoa vai sentir necessidade do contato de novo, por conta do poder sentir falta de você.

— Nossa, é bastante coisa. Obrigada oppa - falo e volto a comer meu bolino. Não sei se me sinto melhor ou pior

— Agora fala quem foi o desalmado que você beijou - Hee pergunta

— Foi o Riki, o príncipe - falo rápido, na expectativa de não entenderem, mas quando eu falei isso, pude sentir as migalhas de bolo voando da boca deles até o meu rosto, eca - fechem a boca pra comer!

— o problema é que eu tô tão surpreso que não consigo!- Jungwon fala tampando a boca com as mãos

— Nunca pensei em matar um príncipe! - Hee exclama

— Olha a palhaçada!- respondo- não foi nada intencional, ele nem sabe.

— Como não? - Jung pergunta agora confuso

— Ó foi assim - começo a contar toda a história, detalhe por detalhe, coisinha por coisa e eles me observam atentos.

— Bom, oque já era ruim agora piorou! Vamos ter que ir pra Mako na lua cheia - Hee fala

— Mas, por quê? - pergunto, a confusa agora sou eu

— Tipo, quando você falou que tinha beijado alguém, pensamos que fosse sei lá, uma pessoa aleatória que você só salvou e não vai mais ver na vida, mas com o Riki difere - Jungwon explica - só dele morar na mesma vila já é meio preocupante, dependendo do nível esse vínculo se torna uma "sede", e quando é lua cheia seus poderes ficam mais fortes e essa ligação vai apertar também, mas só pra ele, o colar te protege, então não sente falta do poder. O grande problema da situação é que ele vai ser meio que atraído até você, sem nem explicação e o problema é isso aumentar com o tempo. Se estivermos em Mako ele não vai conseguir te alcançar, ninguém sai em lua cheia.

— Nossa mas que inferno - suspiro - ele morre por isso não né?

— Nah, só uma febre aqui, fraqueza ali, nada de mais não - Jungwon fala descontraído, diferente de Heesung

— Hee, tudo ok? - pergunto

— Sim, mas eu sei lá, tô com medo sabe? - o garoto começa - tenho medo de perceberem isso e acharem que você fez por mal e acontecer com você oque aconteceu com a nossa mãe

É, eu achei que era uma coisa fácil de se passar e superar. Mas o problema são as coisas ao nosso redor, as pessoas paranoicas que nos cercam, não ele.

— Ei! Não vai acontecer nada! Ninguém vai notar, fora que vamos cuidar bem um do outro, despreocupa - Jungwon fala sorrindo - amo o sorriso dele - e arrancando um sorriso meio amuado de Hee

— Bom, amanhã a tarde vamos até à ilha ver se a caverna ainda serve de acampamento - Hee fala - temos 4 dias, contando com hoje, pra ver sobre isso

É, que bosta!

Conversamos mais um pouco sobre oque nós vamos fazer e quando ficou mais tarde, os meninos foram pro restaurante.

ʕ⁠っ⁠•⁠ᴥ⁠•⁠ʔ⁠っ

O 2/2 de hoje, espeto que tenha sido uma leitura agradável. Agora mesmo eu tô passando o 4 pro Pc, tá me dando é sede.
Enfim, beba água e se cuide.
Beijão no coração (⁠*⁠˘⁠︶⁠˘⁠*⁠)⁠.⁠。⁠*⁠♡

Nas Profundezas Do Encanto - Nishimura NikiOnde histórias criam vida. Descubra agora