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Eu estava em um canto sujo dentro de uma boate caindo aos pedaços num bairro perigoso do Japão. Foi para cá que me trouxeram, depois de terem invadido minha casa. Meu pai, aquele monstro, foi capaz de me entregar como pagamento de uma dívida.
Fechei os olhos e novamente lágrimas desceram pelo meu rosto. Eu já estava aqui o dia inteiro e tudo o que eu fazia era chorar. Meu pai não deveria ter feito isso.

Eu moro aqui no Japão desde que nasci. Aos dois anos de idade minha mãe foi morta, desde então meu pai desiludido, se entregou a bebida e aos jogos. Todo o dinheiro que ele conseguia era apenas para o seu vício. Eu sempre tive que me virar sozinho para sobreviver, pois ele não ligava muito pra mim, sempre dizia que eu era idêntico a minha e isso o deixava revoltado. Pois ele nunca superou sua morte. Mas eu não tenho culpa de ser assim.

As lembranças que eu tenho da minha mãe são pouquíssimas. A que eu mais lembro, é ela acariciando meu rosto e dizendo que ia me levar para o mundo dela. Não sei exatamente se são lembranças ou sonhos. Mas isso é o que eu consigo me lembrar dela.

Agora aos 21 anos eu estava prestes a ir embora desse país, tentar recomeçar a vida em outro lugar mas não deu tempo. Uns homens apareceram em casa junto com meu pai e ele mandou me levar. Foi um choque, quando eu ouvir da sua boca que estava sendo o pagamento de uma dívida. Eu nunca tive um bom relacionamento com meu pai, sempre estávamos brigando, mas eu nunca imaginei que ele pudesse fazer isso.

Abri meus olhos rapidamente ao ouvir barulhos de passos e conversas. Limpei meu rosto rapidamente e tratei de ficar calmo. Essa gente era muito perigosa e eu não quero morrer.
A porta daquela sala se abriu e entraram quatros homens, bem mal encarados, por último entrou uma mulher, muito bem vestida, muito elegante.

— Então é esse? — ela perguntou me analisando.

— Sim, senhora! O pai o entregou como pagamento. — um dos homens falou.

— Levante!? — ela ordenou e rapidamente eu fiquei de pé. — Ele está nos padrões, vou vendê-lo essa noite.

— O que? — eu falei mas logo abaixei a cabeça ao senti o olhar fatal dela.

— Prepare ele e coloque junto com os outros. Hoje temos convidados muitos especiais. — ela falou e saiu.

Um dos caras me pegou pelo braço e me levou junto com ele. Eu olhava para aquele corredor velho e sujo, com certeza deve estar cheio de ratos, baratas. Assim que chegamos a uma porta , o cara bateu e logo a porta se abriu. Eu fiquei abismado com a mudança de lugar.

Entramos num corredor super luxuoso, as cores das paredes era vermelho, parecia com sangue escuro. Que lugar é esse?
O homem parou em frente a outra porta e abriu, então me empurrou para dentro e fechou a porta. Aquele lugar estava cheio de jovens assim como eu. Mas a maioria era mulheres. Eles me olhavam com curiosidade.

— Como é seu nome? — uma jovem perguntou.

Eu apenas olhei e fui até o canto daquela sala e fiquei ali. Eu não vou falar nada. Me sentei e fiquei ali olhando eles se arrumarem.
Será que todos aqui vão ser vendidos?

Fiquei um bom tempo dentro daquela sala, eu estava com fome, com sede, e quando eu fico assim eu me sinto fraco. Encostei minha cabeça na parede e sentir minha cabeça dar voltas. Eu precisava comer alguma coisa.
De repente a porta se abriu e vários homens entraram, foram pegando alguns rapazes e garotas. Teve um veio na minha direção e eu logo me levantei. Apesar da tontura, eu conseguir ficar de pé. O homem foi me puxando para fora.

O som naquele lugar era alto. As vezes tocava uma música e outra hora alguém falava. Eu estava em pé, aquele lugar parecía um camarim ou algo assim e uma mulher estava colocando uma blusa branca em mim.

Meu Dono |VHope|Onde histórias criam vida. Descubra agora