Clary bateu na porta do quarto de Magnus. Ela havia acordado a algum tempo e tomado café com Charlotte e Catarina, e veio atrás do amigo quando ele não apareceu.
Magnus respondeu do outro lado para que ela entrasse. Ele estava sentado na beirada da cama olhando pela janela. Ela andou e se sentou ao lado dele.
—Você está bem?—era uma pergunta idiota, Clary sabia disso.
—Vou ficar.
—Precisamos conversar sobre Alec.
—Oque tem ele?—Magnus virou o olhar para Clary.
—Eu sei que desde o acidente você anda o ignorando.
—Eu me sinto mal, não posso contar isso para ele, ele vai me achar um mostro.—Clary queria gritar para o amigo por ele pensar uma coisa dessas. Mas ela entendia. Magnus era uma pessoa boa e cheia de alegria, isso tudo pareceu ter acabado quando ela tirou aquela vida.
—Eu não sei como ele vai reagir, oque ele pode fazer, mas eu sei que gosta dele, talvez seja o suficiente para confiar nele sobre isso. Talvez ele não concorde, mas talvez ele entenda e te apoie.—Clary pegou a mão de Magnus.—Só estou dizendo que se confia nele o suficiente para contar a verdade, você deve fazer. Vocês parecem ter uma coisa especial, não deixe que isso morra assim como eu deixei.
—Você não fez nada.—Magnus apertou a mão de Clary.
—Isso não é sobre mim.—ela sorriu fraco.—Pense sobre isso.
—Eu vou.
Depois de conversar com Magnus, Clary foi para a cozinha se juntar com Charlotte e Catarina. Uma hora depois Magnus saiu do quarto arrumado e passou pela família sorrindo, era a primera vez que ele fazia as duas coisas em muito tempo. Clary sorriu ao ver que o amigo finalmente estava melhor. A mãe e a irmã pareceu estar do mesmo jeito.
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Alec estava sentado no sofá enquanto esperava Magnus chegar. Ele estava no apartamento de Izzy onde eles moravam antes de se mudar para cuidar de Robert. Alec usava o apartamento para se encontrar com Magnus durante essas semanas juntos.
Magnus havia mandado mensagem querendo conversar depois de ter subimos por dias. Alec estava nervoso e só conseguia pensar que tudo iria acabar ali e agora.
Houve batidas na porta e Alec se levantou para atender, as mãos soando frias. Quando atendeu Magnus estava de pé com os olhos fixos nos de Alec.
Alec deu espaço para que Magnus entrasse e o conduziu até o sofá, e os dois sentaram. O silêncio os envolvendo.
—Você está bem?—Foi Alec quem quebrou o silêncio.
—Você está?—Rebateu Magnus. Alec ergueu uma sobrancelha.
—Estou, mas você não me respondeu.—Alec estava achando aquilo estranho. Magnus estava estranho.
—Eu te amo.—Alec sentiu como se tivesse levado um soco no estômago, os olhos se arregalaram e ele piscou algumas vezes tentado raciocinar oque estava acontecendo.
Ele amava Magnus, isso não era uma dúvida para Alec. Esses poucos dias em que passaram juntos em segredo e os momentos de felicidade. Alec estava bem, estava tomando os remédios direito, estavam feliz pela primeira vem muito tempo.
—Eu também te amo.—Magnus levantou os olhos assustados para Alec.
—Ama?
—É claro.—Alec sorriu gentilmente para Magnus.
—Eu preciso te contar uma coisa.—disse Magnus ao invés de sorrir de volta ao comemorar o primeiro " Eu te amo" deles.
—Pode me contar oque quiser.—Alec levou a mão até os cabelos escuros de Magnus e os acariciou.
—Eu não sei como falar isso.
—Tudo bem. Sei que vai encontrar um jeito, leve o tempo que precisar.
Magnus pegou as mãos de Alec que estavam em seu cabelo e as colocou sobre o colo do próprio Alec.
—Eu matei alguém, Alec.—Magnus virou o rosto ao falar, os olhos cheios de tristeza e culpa. Se ele ao menos soubesse que Alec conhecia o sentimento. Alec não disse nada, apenas ficou olhando para Magnus, então ele continuou.—Meus irmãos mexeram com pessoas que não deveriam, eles sempre foram assim. Então um deles está morto, e o outro também estaria se eu não tivesse chegado a tempo. Eu o matei para que ele não matasse minha irmã grávida.
—Esta tudo bem, você não teve escolha.—Foi oque Alec disse tentado tocar em Magnus, mas ele se levantou e se afastando. Alec se sentia envergonhado, Magnus fez aquilo para proteger a irmã grávida. Alec fez por ser um covarde doente.
-Como você pode disser isso de mim? Você não me acha um mostro? Eu matei uma pessoa.—Alec fechou os olhos, as palavras o ferindo.
Alec queria falar para Maguns que o entendia, que também tinha feito isso, mas depois de tudo oque Izzy estava passando para o manter seguro ele não poderia fazer isso.
—É claro que eu não te acho um mostro.
—Você não entende.—Magnus andava de um lado para outro.—Eu matei uma pessoa, não consigo me olhar no espelho. Eu nunca quis aquilo, nunca quis me juntar ao meus irmãos e olha para mim agora. Eu nunca vou esquecer a sensação de ver a vida saindo do corpo dele enquanto ele me encarava. Eu nunca vou me perdoar por tirar uma vida. Eu sou a pior pessoa do mundo, eu sou um mostro. Eu tenho nojo de mim mesmo.
Alec engoliu em seco, será que Magnus sentia nojo dele? Será que se Magnus descobrisse oque Alec havia feito também o acharia um mostro? Lágrimas começam a se formar nos olhos de Alec, ele não suportaria a ideia de Magnus o odiar.
—Você precisa ir.—Magnus olhou para Alec. Os olhos com surpresa e súplica.
—Esta me mandando embora? Mas eu achei....—Magnus tenta ir ate Alec, mas ele se levanta e se afasta.
—Sim.—Alec aponta para a porta.—Vá, por favor.
—Você me acha um mostro, não é? E por isso que está me mandando embora. Você vai me deixar, eu sabia, você também sente nojo de mim.—Alec não conseguia encarar Magnus, não quando seus olhos escorriam lágrimas e a tristeza tomava conta.
—Não é nada disso, mas preciso que vá agora.—Magnus olhou uma última vez para Alec antes de sair e bater a porta.
Alec não acreditava no que tinha acabado de fazer, seu coração nunca doeu tanto. Ele amava Magnus, e se ele descobrisse oque Alec havia feito e sentisse nojo de dele por isso Alec não suportaria, então era melhor assim.

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Destino
FanficClarissa e Isabelle se ama e estão destinadas a ficarem juntas, mas uma reviravolta as separam. Tempo depois se encontram novamente, mas com inúmeros problemas em seus caminhos, será que conseguirão ficar juntas? Será que o amor realmente vence tudo?