Wicked game - Weyler

Vermelho

(Pausa para enaltecer essa fanart maravilhosa! Ainda vou revisar o capítulo, mas já postei porque estava ansiosa para mostrar a continuação. Vou corrigir erros e tentar deixar a narrativa mais parecida com os outros capítulos depois)

—Enfim nos reencontramos. Pensei havia morrido de novo, querida.

—Já me disseram que sou como uma barata. Não é tão simples assim se livrar de mim.

Ali a sua frente estava aquele que consumiu suas últimas noites. Que dominou seus pensamentos e confundiu seus desejos. Tyler Galphin. O loiro parecia o mesmo garoto de seu último encontro, apenas com olhos mais cansados e vestes gastas. O mesmo sorriso, o maldito sorriso cínico como se já soubesse o que iria acontecer neste encontro.

Se analisavam mantendo uma distância "estratégica" segundo Wednesday.

— Confesso que esperava uma recepção menos apática. O que aconteceu com a garota das cartas? Ela parecia ter mais atitude... E não temia mostrar a que veio.

Sua resposta veio em um movimento rápido. A jovem Addams sacou a besta já armando uma flecha e não esperou qualquer reação, apenas atirou no coração do rapaz. Tyler, por outro lado, se moveu o mínimo necessário. Apenas fechou os olhos e recebeu a flecha em seu ombro como quem aceita o ferimento.

—Eu não vou fugir como se lhe temesse. Sabe o que sinto por você...Posso levar centenas de flechas se é isso que quer de mim. — Seu olhar fascinado continuava lhe devorando cada polegada —Sempre achei você mais uma garota de adagas. Pelo menos eu a teria me ameaçando por perto.

Mais uma flecha disparada a centímetros do seu rosto atingindo o tronco de uma árvore atrás de si. Ele sabia que a garota não erraria daquela forma sem ser de propósito, então apenas esperou para ser surpreendido.

—Cuidado com o que deseja... — lá estava ela a sua frente com um punhal rente ao seu pescoço enquanto seu olhar quase inexpressivo deixava escapar um ar de triunfo e satisfação —É melhor reagir ou não sairá vivo daqui.

Com movimentos em câmera lenta como se pedisse sua permissão para lhe tocar, Tyler segura seu pulso gélido para guiar o filete pontiagudo para sua bochecha onde se corta próximo aos lábios. E então sorri, pressionando o ferimento que deixa uma gota de sangue deslizar pelo rosto. Seu sorriso revela dor e angústia mas também um prazer masoquista ao perceber que Wednesday apreciou o vermelho na ponta de sua lâmina.

—Imagino que esteja curiosa para ver como o vermelho do meu sangue pode combinar com seu estilo monocromático.

— Eu não odeio essa ideia.

Ainda segurando seu pulso, o hóspede do Hyde move o ombro e não exita em gemer pela dor do ferimento. Mesmo que seus olhos simulem uma apatia, o coração da garota palpita e ele percebe isso. E sorri, porque ela não pode esconder que se importa.

Como se fosse pega cometendo um crime em sua mente, se justifica.

— Só quero que permaneça vivo mais tempo. Gosto de brincar com minha presa.

—Imagino que tenha feito exatamente isso com a Lauren, minha antiga mestra. — Ambos sabiam como a justificativa do termo de "antiga" indicava uma questão a ser resolvida entre ambos, mas ele não responderia a pergunta até que ela tivesse coragem de fazê-la — Você parecia curiosa nas cartas para saber quanto tempo eu poderia aguentar sentir dor sem desmaiar... Essa é sua chance. Em nosso jogo perverso, pode me considerar seu brinquedo, seu devoto, seu escravo.

Wednesday solta o punhal e em um movimento brusco gira a flecha fincada em seu ombro. O loiro urra de dor e deixa algumas risadas fluírem junto como se tudo aquilo não passasse de um jogo sádico. De fato era. Seus movimentos levaram ao corte em seu rosto abrir mais criando um fio vermelho até o canto dos lábios.