surpresas... e uma cesta de frutas

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Capítulo 11

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- Parem esse casamento agora! - o esverdeado esbravejou à qualquer um que pudesse ouvir. O burburinho entre os convidados começou logo em seguida.

- Ai, graças a Deus... - Tadashi nem ao menos tentou disfarçar seu alívio. Aproveitou a oportunidade para fazer um sinal de mão e dispensar o padre o mais rápido possível antes que alguém mudasse de ideia. Hiromi se benzeu e saiu daquele altar de fininho.

- Mas o que..? - o príncipe abandonou a sentença no meio. Não conseguia acreditar que um estrangeiro estava atrapalhando seu casamento.

- Kojiro!! - Cherry pronunciou seu nome com entusiasmo, na mesma medida em que seus olhos brilharam. Queria descer daquele altar e correr até seu cavaleiro, mas viu que Nanjo se aproximava tenso e ainda meio exaltado. Achou melhor esperar e ver o que aconteceria a seguir; sua ansiedade a consumia por dentro.

A luz do sol quase poente iluminava a catedral em um tom quente de amarelo. Sakurayashiki sabia que não tinha muito tempo, mas tinha de deixar aquele momento acontecer.

- Eu sinto muito, Cherry. - o esverdeado se desculpou de antemão ao olhar timidamente nos olhos de sua princesa. - Eu não queria atrapalhar o seu dia, mas... Eu não posso deixar você se casar com esse cara.

- Ah, que pena... - Tadashi fingiu estar triste com o empecilho. - Vamos ter que cancelar o casório... - a secretária falou, sendo assolada por um coro de "Agora não!!" por parte da platéia. Aparentemente, os espectadores estavam interessados em saber qual seria o final daquela novela. Ainosuke tomou a frente do altar e dirigiu o discurso ao esverdeado.

- E quem é você para achar que tem alguma autoridade para atrapalhar meu casamento? - o azulado desafiou, mas Kojiro não fugiu diante do confronto.

- Eu posso não ser um reizinho de merda igual a você. - o esverdeado rebateu na mesma altura. - Nem ter um castelo, lotes e mais lotes de terra, nem mesmo dinheiro suficiente para pagar por um único buque de lírios brancos. Mas, em menos de três dias, eu levei inúmeros tapas dessa moça, considerei abandoná-la no meio do caminho 'pra cá e fugir com o dinheiro, e até mesmo considerei o absurdo de ir embora daqui e deixar ela casar com você, mas... Mesmo com tudo isso, Cherry... - ele voltou os olhos à sua princesa. - Eu nunca conseguiria esquecer você. - ele confessou, fazendo com que o rosto da moça corasse. - Eu não sei explicar o que eu sinto por você, e talvez eu passe anos sem saber colocar em palavras, mas meu coração acelera sempre que se trata de você. E eu tenho certeza absoluta de que me arrependeria pelo resto da minha vida se deixasse você se casar com esse cara sem que você soubesse como eu me sinto. - ele sentia que seu coração podia pular para fora do próprio peito. Era como se não houvessem outras pessoas naquela igreja além dos dois, e isso só deixava Kojiro ainda mais nervoso. - T-Talvez você não sinta a mesma coisa e, se quiser mesmo se casar com esse cara, tudo bem, vá em frente. Você sabe que eu te apoiaria em qualquer decisão, mas... Eu quero que essa seja uma decisão sua. Quero que se case com ele porque é isso o que você quer, e não porque alguém disse que era o que você tinha de fazer. - ele jogou todas as cartas na mesa.

- Kojiro... - o tom de voz da moça beirava o sussurro. Cherry sentia seu peito implorar por ele, na mesma medida em que suas mãos tremiam e seus olhos lacrimejavam. Teria descido aquelas escadas e se jogado nos braços de seu homem, mas, antes que pudesse fazê-lo, Ainosuke tornou a abrir a boca.

O sol da meia-noite (MatchaBlossom)Onde histórias criam vida. Descubra agora