ギャング || 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐛𝐚𝐤𝐮𝐝𝐞𝐤𝐮

𝑟𝑒𝑣𝑒𝑛𝑔𝑒

《Narrative; Denki》
Momento em que foi entregue a Dabi.

Eu tentei agir da melhor forma que pude na frente de Izuku, não afim de demonstrar fraquezas pro inimigo, mas assim que Touya fechou a porta, meu corpo caiu sem forças no chão. As mãos quebradas estavam acabando comigo.

— Denki! Meu Deus. — O Todoroki se abaixou ao meu lado, tirando o enorme casaco que me cobria do meu corpo e analisando minhas mãos com cuidado. — Isso tá péssimo. Eu vou chamar o nosso médico pra você.

— Você não deveria me matar? — Eu sorri torto pro meu amigo, que retribuiu.

— Eles não precisam saber que eu te mantive vivo. E na verdade, talvez nem aconteça. A escolha é do Shigaraki. — E como um demônio sendo convocado, assim que o nome foi dito, um homem entrou na sala. Muito feio. Eu deduzi ser ele. — Midoriya e companhia pediu que matassemos ele. Cumprimos ou não?

— E eu por acaso tenho cara de quem cumpro ordens do Izuku? — Touya fez que não com a cabeça. — Exato. Iremos mantê-lo vivo. Ele pode nos ser útil.

— Eu não participo dessas coisas de máfia. Eu sou policial. Prefiro morrer do que quebrar minha honra. — Meu corpo estava extremamente fraco. Eu não sabia como ainda me mantinha acordado. — Me mata.

— Você vai mudar de ideia rapidinho, loiro. Vamos curar suas mãos em um mês, te garanto. Mas se não cooperar, sua vida vai ficar difícil depois.

— Eu quero morrer. Tá surdo, por acaso? — Ele fez uma careta. — Tá achando que cara feia me assusta, monstrão? Tua cara normal já é horrível e não me afetou em nada.

— Eu gosto dele. — Sorriu, apesar de todas as ofensas. — Com certeza vamos mantê-lo. Pode levá-lo pro nosso médico.

E Touya passou os braços pelo meu tronco, me levantando e colocando meu braço ao redor do seu pescoço para me arrastar para a enfermaria. Assim que me deitei em um colchão de verdade, meus olhos se fecharam e eu não consegui evitar de dormir - ou desmaiar, não tenho certeza.

Acordei naquela mesma cama, sozinho agora. As mãos enfaixadas, e doendo bem menos do que antes. Parecia que eu estava chapado. Tentei me sentar, mas meu corpo não acompanhou a ideia do cérebro. Minha cabeça doeu.

Fiquei me perguntando como eu tinha chegado naquele ponto. Jogado pros lobos, pelo meu melhor amigo. Mais especificamente, pelo namorado dele. Aquilo era inacreditável. Eu me senti impotente, humilhado.

E isso não podia ficar assim.

— Olha quem acordou. — A voz rouca soou pelo quarto, ao mesmo tempo que a luz foi acessa, que eu nem havia notado estar apagada, fazendo meus olhos doerem. — Como se sente?

— Melhor. — Respondi, ainda hesitante de conversar com aquele cara esquisito. — Eu quero voltar pra delegacia.

— Você vai. Mas eu tenho um plano, e acho que você deveria me escutar, Denki. — Ele sentou na cama ao meu lado, me olhando deitado. Eu fiz uma careta. — Você não quer se vingar de quem te fez ficar assim?

— Mas eu posso fazer isso com justiça. Se eu conseguir provar tudo que sei, os três idiotas vão pra cadeia em um passe de mágica.

— E cadeia seria o suficiente? Pro tanto que eles te fizeram sofrer? Você não acha que eles merecem algo pior? — Fiquei pensativo, e ele sorriu de um jeito tenebroso. — Eu posso fazer da vida deles o maior inferno, com você do meu lado. Podemos roubar tudo que eles tem, pra nós, e depois mandá-los pra cadeia. Depois disso, você pode continuar trabalhando com  a gente e na polícia também. Você subiria pra chefe facinho por ter prendido a maior máfia de Musutafu. E nós nos mudariamos de Tokyo pra cá. Seria perfeito. Entra nessa comigo, Denki. Vai ser perfeito. Nem tudo tem que ser sobre a lei. Isso não vale de nada. É só bobagem, no fundo você sabe disso.