Dúvidas

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Helen

    Acordo ainda no hospital e vejo que já amanheceu, ontem á noite assim que Edgar saiu, me trouxeram a janta, eu estava faminta e estranhamente com sono, então logo comi tudo em seguida dormi, acordei algumas vezes durante a noite, na troca do soro e quando chegava alguma enfermeira para me olhar, senti dores, mas logo fui medicada.

    Agora estou aqui pensando se o tal do Edgar realmente vai voltar, se não era uma piada maluca ou um sonho doido aquela proposta de casamento, se for será que eu devo aceitar? Eu poderia está me arriscar muito, tudo isso pode ser uma mentira, uma cilada, mas eu teria que pagar para ver, afinal ele está certo, não tenho para onde ir, ainda mais com a perna quebrada, não vou poder se quer andar, sem dinheiro ou um teto, terei que aceitar sua proposta e ao fim dela quando eu poder fugirei, não quero o seu dinheiro, vou tentar refazer minha vida sozinha em outro lugar, por enquanto só preciso de um teto até eu me recuperar, afinal eu não tenho ninguém. A porta se abri e vejo duas enfermeira entrarem, uma delas como meu café da manhã, elas sorriem e me olha.

Enfermeira 1- Bom dia! o médico está vindo avaliar sua condição, se tiver tudo Ok! iremos tirar o soro e ele irá definir quando terá alta, mas por enquanto só tome seu café- a 2 enfermeira coloca a bandeja na cama e eu começo a comer.

Enfermeira 2- Está sentindo alguma dor? colocamos remédios essa manhã- por isso eu não sentia quase nada.

Helen- Só a perna latejando um pouco- ela concorda com a cabeça e eu volto a comer, logo um médico chega, até que ele é gatinho, mas estou com fome e continuo a comer, não sei quando será minha próxima refeição.

Médico- Bom dia Sophia, como se sente?- não respondo, achei que estivesse falando com uma das enfermeira - Sophia?- ele chama e eu  demoro alguns segundos para perceber que eu era a Sophia, droga! de nome falso.

Helen- Ah! eu bem, a perna lateja um pouco- volto a comer, ele me olha estranho.

Enfermeira- Ela está com amnésia Doutor- salva pela enfermeira, termino de comer enquanto ele ler minha ficha.

Médico- Ah! sim está aqui em sua ficha, não se preocupe a amnésia pode ser passageira causadas por traumas, mas então já terminou?- ele aponta para a bandeja e eu concordo com a cabeça - ok! vou te examina, já fizemos tomografia e outros exames, você chegou com início de anemia e desidratada, vou repetir esses exames e se tiver tudo bem você terá alta ainda hoje, mas acho que está tudo bem, está até mais corada- concordo.

Helen- tudo bem Doutor- concordo ele fala mais um pouco comigo e sai, as enfermeiras coletam meu sangue para o exame e minha urina que estava esse tempo todo em um especie bolsa, nem tinha percebido, ela retira a bolsa, os tubos e informa que já posso ir ao banheiro com ajuda, também que haviam me dado banho no leito ontem enquanto ainda estava desacordada, eu fico envergonhada, Edgar estava aqui no quarto e eu o tempo todo com essa bolsa, droga que vergonha, cai logo uma raio em mim.

Enfermeira2 - Não demora e voltaremos, precisando de alguma coisa, tem um botão verde ao lado da cama é só apertar, vou ligar a tv- concordo, terei alguma distração, mas começo a observar alguns detalhes, ou esse hospital público é o melhor que já vi na vida, já que estou sozinha em um quarto que tem até TV ou é um hospital particular, no segundo caso estarei ferrada, não tenho como pagar.

Helen- Obrigada!- mais uma uma coisa, que hospital é esse?-

Enfermeira 1- Hospital Santa Ceci-

Helen- É particular não é?-

Enfermeira 1- Sim, o melhor hospital de Santo Amaro- Que droga! nem se eu vendesse um ruim teria como pagar esse hospital, tô muito ferrada.

Helen- Eu não tenho como pagar- falo baixo.

Enfermeira 1- Ah! não se preocupe, sabemos que perdeu a memória, seu noivo Edgar já resolveu tudo- Merda, agora mais essa dívida com meu falso noivo, mas não vou mentir, estou muito aliviada.

   Elas saem do quarto e me deixam sozinha, é tudo muito estranho o que tenho vivido esses últimos dias, ainda nem vivi o luto e estou passando por esse turbilhão de coisas em minha vida, juro que nem sei o que pensar, nem o que fazer nesse momento, estou perdida e com um grande buraco em meio peito, sem saída, tentando só sobreviver. Já tem algumas horas que estou acordada, já almocei e até já me deram um banho novamente no leito, meio que banho de gato, mas não posso reclamar, estão cuidando muito bem de mim, só sei de uma coisa, essa conta não será barata, agora estou no quarto e o médico aparentemente já tem os resultados e está em minha frente.

Médico- Então Sophia, refiz os exames e seu quadro de anemia e desidratação melhoraram bastantes, vou te dar alta, pode sair quando desejar, já pedi as enfermeiras que chamassem um parente seu e ficaram de falar com seu noivo, ele deve chegar em seguida, só passar que ele passe em meu consultório para que eu possa orientá-lo sobre os cuidados e medicamentos, espero que melhore logo- droga! vou dar mais despesas e trabalho ao desconhecido, isso se ele realmente vim me buscar, depois do seu sumiço de ontem, eu acho que ele não irá aparecer e infelizmente dependo dele no momento, merda! Dependo e preciso de um estranho atraente.

Helen- Obrigada! Doutor-

Médico- Precisando é só me chamar, desejo uma boa recuperação-

Helen- Obrigada!- falo baixinho, estou preocupada que Edgar não venha, estarei ferrada e condenada a passar dias aqui e uma divida caríssima, o médico sai da sala e eu fico por lá preocupada em ser esquecida, se minha perna estivesse boa nesse momento daria um jeito de fugir daqui! mas não tenho como fazer algo assim.

  Já era quase fim de tarde! essa altura eu tinha certeza que Edgar havia me esquecido, o que era muito compreensível uma vez que eu era uma estranha, eu já tinha pensado como eu poderia sair dali, mas não tenho como sai fugindo com uma droga de perna quebrada, pensei se eu tinha algum parente vivo que eu poderia entrar em contato para me buscar, mas meus primos e tia moram no sul da Bahia, não faço ideia de onde, não sei seus nomes completos ou onde mora, estou sem saída, vejo a porta do quarto se abri e imagino que seja a enfermeira, devem ter vindo me da uma medicação, mas estou focada em minha saída daqui enquanto finjo em assistir então não dou atenção.

Edgar- Podemos ir-? ao escutar sua voz me assusto, me sinto aliviada e feliz ao mesmo tempo, mas seguro meu sorriso, ele veio.

AbsmoOnde histórias criam vida. Descubra agora