Irritado

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Edgar

Minha manhã foi uma merda desde que saímos daquele quarto, tudo que eu queria está com ela em algum lugar, só nos dois, mas tive que enfrentar Emanuele que marcou um jantar com os amigos hoje aqui, não estou gostando dessa história, discuti com ela, mas desistir e fui ver Helen, assim que chego sinto a porra de um ciúmes de Sergio mesmo sabendo que ele ama Josy, além do mais ela é linda e ele meio que não disse nenhuma mentira, então eu o afasto dela e entraremos no escritório, fecho a porta.

Sergio- Ciúmes da noiva?- Ele acha graça e eu me sento na poltrona.

Edgar- Vai se fuder!-

Sergio- Acho que está ficando real seu relacionamento com ela, só espero que ela sinta também- merda não tem como perceber e pior sei que dá parte dela nunca vai acontecer, quando ela beijou o canto da minha boca eu quase parei de respirar, sentir meu coração acelerar e percebi que não tinha mais volta, foi só a droga de um beijo no canto da boca, não sou adolescente.

Edgar- O que quer?-

Sergio- Ual, está com o humor de cão hoje- respiro fundo ele não tem culpa.

Edgar- Dia ruim, muitas brigas e ele mal começou- Sergio cruza os braços.

Sergio- Só passei para ver meu amigo que sumiu, até parece está realmente em uma lua de mel- ele me encara.

Edgar- Eu até iria te chamar para sair hoje, mas Emanuele parece que ficará em minha cola para descobrir sobre meu relacionamento com Helen e ainda vai dá um jantar aqui então nem quero imaginar se um dos convidados sobe para meu quarto por engano e acham ela- Sergio sorri.

Sergio-  Como é o nome disso mesmo?- ele brinca.

Edgar- Disso o que?-

Sergio- Ah! é paixão, amor- ele zomba.

Edgar- Não enche- o encaro sério.

Sergio- Nunca te vim assim cara, você está ferrado-

Edgar- Não precisa me dizer o que já sei- confesso, ele me conhece.

Sergio- Conquista ela, sei que dará certo, olha minha passagem aqui foi rápida, vim te ver e chamar para sair mais tarde também, mas agora tenho que ir, tenho um cliente para defender-

Edgar- Até mais então idiota, também tenho que sair com Helen-

Sergio- Escuta! meu casamento será em menos de um mês então se lembre que é o padrinho, temos um ensaio para fazer na próxima semana, Ah! tô feliz que serei padrinho em alguns meses do seu casamento real- ele sai e eu sorriu! Será que uma mentira irá virar verdade?.

Saiu do escritório e vou em busca de Helen, chego na sala de jantar e ela não está, subo correndo para o meu quarto preocupado que algo tenha a acontecido e a encontro na cama, a teimosa deve ter subido as escadas sozinha.

Edgar- Por que não me esperou? Subiu só?- ela vira para mim e então me percebe.

Helen- Você estava ocupado, não queria atrapalhar e sim eu subi sozinha- me sento na cama em sua frente.

Edgar- Por favor! não faz mais isso, você poderia cair da escada- isso me preocupa.

Helen- tudo bem! logo estarei bem- Ela fica em silêncio e brinca com os dedos, está triste, depois me olha - Edgar, Será que Emanule pode investigar minha vida e estragar nosso plano? Não quero estragar nada para você - espero fundo e seguro sua mão.

Edgar- Você não está estragando nada e nem vai-

Helen- Mas ela pode descobrir sobre meu pecado-

Edgar- O que tem para esconder é tão grave assim?-

Helen- Sou fugitiva- ela suspira.

Edgar- Disso eu já sabia- imagino que esteja fugindo de um ex namorado idiota.

Helen- escuta, não me sinto a vontade para ter essa conversa aqui, é perigoso, vamos ao passeio ainda?- merda eu acho que tem alguma coisa errada.

Edgar- sim, vem- eu solto sua mão me levanto e a pego no colo, ela fica em silêncio e eu saiu do quarto com ela, esperando que dessa vez não haja interrupção.

Eu trouxe Helen para o Rio, aqui é mais tranquilo, deixei ela no carro , forrei a grama e quando estava tudo certo a peguei no colo e coloquei na grama embaixo da arvore, ela está triste desde que saímos do quarto, quando me sento ao seu lado ela enfim fala.

Helen- Eu vou precisar ir embora, Emanuele irá saber quem sou eu rápido, minha cabeça está a prêmio, mais especificamente vale 10 mil reais - ela me olha e eu estou tentando entender, é muito mais grave do que eu imaginava.

Edgar- O que aconteceu?-

Helen- Minha vida nunca foi um mar de rosas, morei em Brasilândia uma das maiores comunidades de São Paulo, fui criada lá, naquele lugar eu vi de tudo, coisas terríveis como tráfico, execuções e nada pude fazer, éramos eu meu irmão gêmeo Heitor, minha mãe e Lorena minha melhor amiga, nunca conheci meu pai e quando criança chamava todos os homens que minha mãe saia de pai- vejo lágrimas saírem só seu rosto, eu a puxo para os meus braços com o coração apertado, droga ela sofreu tanto.

Edgar- Agora está tudo bem querida!- ela respira fundo.

Helen- Minha mãe morreu de covid-19 no início da pandemia, meu irmão gêmeo morreu dois dias antes de você me atropelar, mataram ela e minha melhor amiga- Eu a aperto em meus braços e ela chora, demora algum tempo até que se acalme, eu aliso seu cabelo. - Meu irmão foi estúpido e não seguiu meu conselho, na verdade ele só pensava nele e em ser rico a todo custo, convenceu Lorena do mesmo, então eles cometeram a burrice de roubar o traficante, eu não sei o que foi ou quanto foi, mas eu os vi escondida morrerem e o traficante botar minha cabeça a prêmio 10 mil, então imagino que o valor que meu irmão roubar seja muito superior, mas eu não tenho ideia de onde esteja o que foi roubado- Merda! é muito pior do que eu achei.

Edgar- Vamos dá um jeito nisso- digo e só quero protegê-la, ninguém vai chegar perto dela.

Helen- Escuta! eu não posso ficar, Emanuele vai descobrir e não só minha vida como a sua correm perigo, minha perna já esta um pouco melhor já devo ir-

Edgar- Você não vai- a aperto em meus braços.

Helen- Você é bonito logo achara outra para fingir ser sua noiva, uma mulher melhor e vai ter sua fazenda de volta- ela funga, ainda chora.

Edgar- Foda-se isso tudo agora, eu vou te proteger entendeu? você não vai, vou investigar e qualquer coisa me mando daqui com você e tudo ficaria para trás- me surpreendo com o que eu disse, mas eu não a quero longe de mim isso é fato.

Helen- Por que? isso aqui é sua vida-

Edgar- Não mais- respiro pesado, pois se ela entendeu eu acabei de me declarar, ela encosta em meu peito.

Helen- Obrigada! por me ouvir e por permitir que eu chorasse em seus braços, na verdade foi bom, eu estava me perguntando esse tempo todo se eu era um monstro? pois ainda não tinha vivido essa fase do luto-

Edgar- obrigado! por compartilhar sua história comigo- ela concorda e ficamos assim abraçados, em silêncio, tenho medo de dizer algo que a deixe com medo e fuja.

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