Inseguranças

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Helen

     Assim que entro não tenho o desprazer de encontrar Emanuele, nem Edgar, não sei muito bem o que devo fazer, por um lado a sensação de liberdade é boa, meu pesadelo acabou, mas não sei se consigo ficar sozinha longe dele, ir embora daqui me doí pensar, mas se Edgar não me quiser? Afinal Edgar se afastou a semana toda de mim e ainda me escondeu algo tão importante sobre minha vida, preciso ficar longe de tudo isso um pouco e pensar, vou dar uma volta, mas antes preciso me alimentar, vou até a cozinha encontro Larissa, lavando a louça.

Helen- Lari!?- ela olha para mim e se aproxima.

Larissa- Oi! está tudo bem!? Eu meio que ouvi um pouco sem querer a conversa- provavelmente ela sabe o que aconteceu, mas não vou conversar com ela sobre isso também.

Helen- Está tudo bem!- ela me olha e sabe que não está, mas preciso mudar de assunto e sair daqui - Me ajuda a separar um lanche, vou comer lá fora- Ela parece ter dúvidas, mas desiste e me ajuda, separamos suco torradas, biscoito e frutas, tudo em uma cesta e sem muito diálogo eu saiu e a deixo na cozinha, hoje não é um dia bom, só quero ficar sozinha e talvez chorar, fingir que sou forte sempre é horrível, logo saiu do casarão e respiro aliviada.

Demorei algum tempo andando, mas achei um lugar perfeito, na verdade é o mesmo lugar que eu vim com Edgar da ultima vez,  perto do rio, embaixo de uma enorme árvore, pelo menos terei uma bela vista durante meu lanche, começo a comer e chorar também, não sei o que fazer, eu deveria está feliz por não está sendo perseguida mais, no entanto tem Edgar, não sei no que fazer, começo a me acalmar e pensar como seria voltar com o Samuel? Não tenho mais ninguém lá, nem familiar, nem amigo de verdade, respiro fundo e escuto alguém pisar na folha seca atrás de mim, olho para trás e Edgar está bem atrás de mim, isso me assusta.

Edgar- Você vai embora não é? está pensando nisso agora mesmo- como ele sabe?

Helen- O que faz aqui?- me viro para frente e limpo minhas lágrimas, ele se senta ao meu lado e encara o rio.

Edgar- Eu seria muito egoísta se eu fizesse ficar, você é livre, pode fazer o que quiser, mas não quero que vá embora- Fico em silêncio e não quero dizer nada, ele também fica em silêncio até ter coragem - Desculpa! essa semana eu fui um crápula com você, eu só estava com medo de te perder e te machucar, eu não conseguia ficar perto de você sem ter o desejo enorme que sinto em você, então eu me afastei, estava com medo de te machucar- respiro fundo e pego uma maçã na cesta.

Helen- Como sempre fugindo, como sempre nem tentou, já que eu também tive vontade- não olho para ele e dou uma mordida na maçã.

Edgar- Eu sei que queria, mas eu não queria ser só movido pelo desejo e te machucar, por que vai além disso, eu te amo- ele diz e eu me engasgo com a maçã, isso é golpe baixo, olho para ele e ele me olha com os olhos cheios de lágrimas - Não estou te dizendo por que não quero que vá, mas para que vá sabendo, estarei sempre aqui quando quiser voltar- sua lagrima é liberada, ele tem certeza que eu vou embora e eu prefiro não dizer nada, estou chocada, por que eu sei que o amo também, só não quer sair agora, ele olha para frente de novo.

Helen- Por que não me contou que eu não estava sendo mais perseguida?- pergunto e encaro minha maçã em sua metade.

Edgar- Medo que me abandonasse- ele suspira -Tenho medo de fazer qualquer coisa que te leve para longe de mim, foi por isso que não te contei, foi mor isso que eu me afastei uma semana de você- eu o entendo, deveria está com muita raiva agora, mas não é isso que eu sinto, porém não sei exatamente o que sinto agora, só tenho uma certeza, eu não vou a lugar algum, ele é tudo o que tenho agora.

Helen- Bastava você conversar comigo! nenhum relacionamento dá certo com mentiras e ocultações- ele abaixa a cabeça.

Edgar- Eu sei, fiz tudo errado e no final acontecerá o que mais temi por burrice minha- olho para ele.

Helen- O que acontecerá?- ele levanta a cabeça e me olha.

Edgar- Você vai embora com aquele cara idiota!- ele afirma.

Helen- Está me expulsando?- ele me encara surpreso.

Edgar- Nunca faria isso, mas no final você está livre e pode voltar para as pessoas que amam- ele suspira.

Helen- Não sei se você acompanhou a minha história quando te contei, lá eu perdi tudo, não me sobrou ninguém que eu ame, já aqui surgiu você- ele me olha espantado - É eu te amo! você é a única pessoa que eu amo que está vivo e está bem aqui, não vou a lugar algum, só se não me quiser aqui- ele sorri com os olhos cheios de lágrimas.

Edgar- Isso é verdade!?-

Helen- Eu nunca mentiria para você, aliás, não sei se notou eu tirei o gesso para que finalmente você me tivesse como eu tanto desejo- ele sorri.

Edgar- Sua perna não dói?'

Helen- Quase nada!- sorriu e ele me puxa para seus braços.

Edgar- Isso me preocupou, mas fico feliz que tivéssemos essa conversa, mais feliz ainda por que não irá me deixar, se casará comigo de verdade e para sempre- dou risada.

Helen- o trato era o divórcio um mês após o casamento-

Edgar- Nem brinca com isso, falando em casamento o nosso já foi marcado irá acontecer em 32 dias, não consegui uma data antes, mas conseguimos sua documentação ontem e já marcamos- me afasto.

Helen- O que mais esconde de mim? - ele sorri.

Edgar- Nada meu amor, juro! Ah! como já sabe o casamento de Sergio e Josy será em 26 dias, temos que escolher seu vestido e o do nosso casamento também- respiro fundo.

Helen- Verdade! você vai ficar no altar com aquela prima sem graça de Josy, sinceramente seria até melhor eu voltar para minha cidade só para não ver a cena- vai ser horrível.

Edgar- Nem pensar ciumenta, seu lugar é comigo, afinal com ela vai ser por 2 horas, com você será o resto da vida!- sorriu, ele soube me agradar.

Helen- Espero que não fiquem muito grudadinhos, eu acabo com você- ele solta uma gargalhada gostosa e eu me sinto aliviada, por que agora está tudo bem novamente.

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