Sara.
Há muitos questionamentos que costumamos fazer ao longo da vida, um deles é: "o que eu preciso fazer para melhorar como pessoa?" eu mesma vivia me questionando sobre isso quando mais nova, e pensando hoje em dia vejo que eu era bastante ingênua por achar que o problema estava em mim.
—Você é muito desprezível, eu odeio ter que olhar para sua cara todos os dias.—Diz com desdém.
Essas foram as palavras proferidas pela boca da minha própria mãe, ou simplesmente a mulher que me pariu, já que ela nunca me viu como sua filha. Desde pequena vivo dentro de um ciclo, um ciclo sem fim, onde dentro dele há dias em que sou humilhada, agredida tanto fisicamente quanto verbalmente ou até mesmo completamente ignorada, como se eu sequer existisse no mundo em que vivemos, apenas alguém insignificante.
E meu "pai" bom, foi outro que na primeira oportunidade de pular fora do barco, já estava na água nadando pra bem longe. Descobri ainda criança mesmo sem entender muito bem, que minha mãe era uma pessoa completamente narcisista, e com dupla personalidade, ela simplesmente criava um personagem falso para que as pessoas a vissem como uma boa mãe, era o que acontecia, em casa ela me desprezava, me maltratava, falava diversas palavras cruéis para uma criança ouvir, e eu ainda tinha que segurar cada lágrima que tentasse cair pelo meu rosto, afinal ela não aceitava meu choro, pois mesmo sem eu dizer nada a mesma interpretava que eu a via como um monstro e ela achava isso inadmissível.
Em casa era assim, esse inferno todo santo dia, e tinha dias que me batia sem motivo nenhum simplesmente por estar mal-humorada, ainda sim uma coisa que ela não foi capaz de tirar de mim, foi meus estudos, eu ia pra escola, afinal de contas se eu não fosse o conselho tutelar iria bater em casa, e por mais que eu não aguentasse aquela vida não conseguia se quer desabafar com qualquer professor, ou adulto sobre o que eu passava dentro da minha própria casa, pois ainda recebia ameaças, eu não tinha amigos na escola pois não sabia interagir com ninguém e todos me achavam "esquisita" e mesmo que eu quisesse não poderia levar nenhum colega para casa, ou ir até a casa de um colega e visse e versa. Minha vida era como uma prisão. Na escola ela mantinha uma postura diferente, me tratava bem, me dava "carinho" aos olhos das pessoas aquilo poderia ser natural, uma rotina de uma mãe carinhosa, atenciosa. Que nunca existiu...
—O Bryan vai vim hoje não quero que saia do seu quarto por nada, tá me ouvindo?.—Ela falava enquanto eu estava sentada no chão do meu quarto apenas fitando a janela.—É isso que eu mais odeio em você! você se quer olha pra minha cara enquanto eu estou falando.
Aquelas palavras se tornaram tão comuns e repetitivas para mim, mas eu nunca as respondia a altura pois sentia que não faria diferença eu apenas alimentaria mais seu ódio por mim.
Ela saiu do quarto e então olhei para porta e pude ouvir a campainha tocar. Fui até a porta do meu quarto correndo e a tranquei sentindo meu corpo estremecer naquele momento.
Pensei que as coisas não poderiam piorar, até entrar Bryan nas nossas vidas, ela arranjou uma pessoa tão repulsiva quanto ela. Ela não gostava quando eu chegava perto dele pois dizia que eu me atirava pata cima dele, quando na verdade era ao contrário, mal sabe ela o quão cafajeste e mal caráter é seu namorado, o mesmo já tentou diversas vezes me agarrar a força, eu mesma fazia todo esforço do mundo para não olhar para a cara dele, pois sentia nojo. O problema é que ele sempre conseguia entrar na mente dela.Escuto alguém bater de forma brusca na porta, me afasto com tudo para perto da minha cama me reprimindo no canto com medo e receio de abrir a porta pois já sabia que era ele.
—Abra.—Escutei a voz dele e logo senti meus pés e mãos suarem frios, eu não iria abrir aquela porta por nada.—Vamos Sara, não me faça esperar, abra logo essa maldita porta.—Meu corpo se tremia todo.
Me encolhi toda e abaixei minha cabeça abraçando minhas pernas. Ele começou a bater com mais força na porta aquele barulho ecoava na minha cabeça incessantemente. Pus as mãos no ouvido.
—Para...—Falei baixo.—Por favor PARA.—Gritei.
Então aquele barulho cessou. Meu coração estava acelerado e eu estava em Pânico, não queria que ele chegasse perto de mim eu não posso deixar isso acontecer!
Tentei me acalmar aos poucos mas logo escuto um outro barulho, dessa vez da porta se destrancando, só quem tinha a chave reserva do meu quarto era minha mãe.Meu corpo estremeceu quando a maçaneta começou a girar então ele abriu a porta e logo me olhou com aquele sorriso malicioso no rosto, eu entrei em Pânico naquele momento.
—Você deveria ter aberto a porta para mim
Sara.—Fala se aproximando.—Não dificulte as coisas para o meu lado.—Fica longe.—Falei com a voz trêmula.
Era a noite então eu não entendi onde minha mãe poderia estar, e ainda estava caindo um temporal lá fora, por mais que odiasse que ela o encontrasse no meu quarto tudo que eu mais queria naquele momento era que ela aparecesse. Tentei fugir mas o mesmo me puxou e me jogou na cama, então voltei pra trás com tudo me encolhendo.
—Bryan por favor...—Falei já com a voz falhando querendo chorar alí mesmo.
—Não precisa complicar as coisas sara, será rápido.
—Não! POR FAVOR NÃO!!!!.—Ele me agarra porém mesmo eu tentando relutar contra ele comecei a chorar alí mesmo pois já sabia que o pior iria acontecer o mesmo com sua força conseguiu rasgar minha blusa naquele momento de pânico escuto um grito.
—CADELA! ordinária.—Bryan saí de cima de mim com tudo então vejo minha mãe me encarando como se eu fosse uma aberração.
Por mais que eu saiba que eu levaria toda a culpa ali, me senti completamente aliviada por ela ter chegado na hora certa.
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FanfictionFechei os olhos, e contei 60 segundos, acredito que mesmo sendo tão pouco tempo é o suficiente para mudar tudo. Sara Pearl, uma jovem californiana de 17 anos que desde que se entenda por gente cresceu sendo vítima de agressões e violência verbais p...