Sara.
Por mais que eu não quisesse já estava começando a me questionar "ele tem mais um filho?!!" pois naquele mesmo instante o vigia fez um sinal em direção a guarita e os portões se abriram para que aquela pessoa entrasse.
Assim que os portões abriram-se completamente, ele se dirigiu para dentro com aquele barulho alto do motor daquela moto, ele seguiu direto sem se importar que tivéssemos ali. O fato de até então ter esbarrado só com homens nessa mansão, com excessão de Lena, me frustrava um pouco. O vigia me olhava como se estivesse esperando alguma reação minha. Ou simplesmente esperando que eu entrasse depois do conselho que me deu.
Mas antes que eu vá e ele também, eu me viro novamente para ele.
—Perdão, como você se chama?.—Ele me olha como se estivesse um pouco surpreso com a minha pergunta repentina e ao mesmo tempo estava relutante em responde-la. Fiquei encarando enquanto ele ainda estava pensativo sobre me responder ou não.—Wagner.—Diz por fim ao encolher um pouco os ombros.
—Boa noite então, Wagner.—Sorri para ele e me virei para retornar.
Eu não sabia o que acontecia com os funcionários daquela casa, na verdade eu não sabia de nada. E era por essa razão que eu sentia a necessidade arranjar um lugar para mim o mais rápido possível, antes que minha curiosidade falasse mais alto
Retornei para a mansão até me dar conta que ao chegar perto, aquela moto estava no canto direito próximo ao jardim. Dei uma olhada longe, mas continuei seguindo meu caminho. Durante o dia, aqui é simplesmente encantador, porém durante a noite, parece tão sombrio quanto uma rua deserta.
Finalmente cheguei no corredor onde ficava o quarto em que eu dormia, mas antes que eu entrasse virei um pouco o rosto para olhar aquela porta escura, logo a frente, balancei a cabeça então voltei minha atenção para frente e entrei fechando a porta.
[...]
Eu estava novamente na cozinha auxiliando Lorenzo no preparo do café da manhã, enquanto conversávamos. Até Lena aparecer.
—Eu estava a sua procura!.—Diz e então ela me dar uma leve analisada ao me ver totalmente suja de diversos ingredientes possíveis. Então acaba dando uma risada.
—Então é aqui que passa boa parte do seu tempo, com Lorenzo?Olhei para Lorenzo que também sorria e então assenti rindo.
—O que estão preparando aí?.—Ela se inclina um pouco para olhar as massas.
—Croia...—Olhei para Lorenzo torcendo para que ele me ajudasse a completar o nome daquilo. E então ele ri.—...sam?
—Croissants.—Ele diz me corrigindo.
Dessa vez ficou nos três na cozinha conversando, depois eu e Lena o ajudamos a por o café da manhã na parte da mesa que era gigantesca. Havia bolo, geleia, frutas entre outras diversas opções ali.
—Fique a vontade, Sara. É tudo pra você.—Lena diz.
Pra mim? e os outros?!
Olhei para aquele tanto de alimento, me perguntando como uma pessoa "só" seria capaz de comer tudo isso, em um lugar onde tem mais pessoas? então eu abri os lábios por um fatídico segundo, querendo perguntar sobre isso a Lorenzo ou Lena, mas perguntei outra coisa de forma que não parecesse inconveniente.
—Vocês podem se juntar e comer comigo?.—Ambos se olham como se não estivessem esperando isso.
—Somos funcionários senhorita, não comemos em horário de expediente.—Lorenzo responde.
—O Sr Fabricio não se importa, na verdade ele mesmo nos dar uma certa liberdade para isso, mas, preferimos não abusar.—Lena responde por sua vez.—Coma, não se preocupe com nada. Normalmente não se faz café da manhã aqui.
Me sentei olhando para frente um pouco desconfortável. Chega a ser um pouco irônico isso, quando eu morava naquela casa, eu sempre criava um cenário como esse, quando eu fitava aquela mesa com apenas restos de comida que sobrava para mim, eu imaginava um banquete agora não é só minha imaginação.
—Qualquer coisa vá a minha procura, estarei no seu quarto, preciso organizar algumas de suas coisas, pois o Senhor Fabricio comentou que você logo irá frequentar a escola.—Diz.—Bom apetite.—Ela sorrir e sai enquanto Lorenzo ainda estava de pé com as mãos para trás me olhando.
—Vamos, coma comigo, por favor!.—Pedi fazendo gesto com a mão.
Ele abaixa a cabeça rindo.
—Não estou com fome senhorita.—Diz.
—Senhorita?.—Faço uma careta.—Não precisa de formalidade comigo. Eu estou me sentindo como se estivesse em um palácio.—Ele ri novamente.—Por favor, não vou conseguir comer se não tiver alguém para me acompanhar.
Ele respira fundo e puxa uma cadeira ao meu lado e se senta. Fazendo eu criar uma completa esperança por ele finalmente ter se rendido.
—Posso ficar aqui a observando, até terminar de comer.—Sua resposta me fez engolir minha esperança.
—Tudo bem Lorenzo, eu posso me juntar a ela.—Escuto uma voz masculina vindo por detrás de nós dois. Familiar.
Lorenzo se levanta, se vira e faz um gesto.
—Sim senhor.—Ele olha mais uma vez para mim com uma expressão de surpresa no rosto.—Tenham um bom apetite.—Fala sorrindo em seguida.
O que era aquela expressão?!
Logo escuto os passos se aproximando sem me dar o trabalho de me virar para encarar então a pessoa surge do outro lado da mesa, sentando-se bem a minha frente.
Adam. Esse era o seu nome, o cara da noite passada, do jardim. Ele estava com um sorriso no rosto. Ele se inclina um pouco para frente, seu cabelo estava um pouco molhado quase secando, seu rosto de manhã era bem mais notável ele realmente tinha todos os traços possíveis do senhor Fabricio.
—Bom dia, Sara.—Diz com a voz suavemente calma.—Vamos comer?
Por mais que eu realmente quisesse companhia por alguma razão, eu me sentia meio...
Aflita
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FanfictionFechei os olhos, e contei 60 segundos, acredito que mesmo sendo tão pouco tempo é o suficiente para mudar tudo. Sara Pearl, uma jovem californiana de 17 anos que desde que se entenda por gente cresceu sendo vítima de agressões e violência verbais p...