Capitulo 6

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Sara.

               Nunca pensei que pudesse me divertir enquanto cozinhava, lorenzo era uma pessoa incrível, tanto quanto Lena. Conversamos enquanto eu o ajudava na cozinha, e ele me falou sobre algumas receitas que ele aprendeu graças a sua mãe, que era tão excepcional na cozinha quanto ele. Ele aparentava ter uns 27 anos de idade, era novo mas bem eficiente no que fazia.

—Prontinho.—Olhei para alguns pratos sem saber o que era, mas levando em consideração a aparência de cada um, um dos pratos era apenas pastéis com um molho em cima e o outro uma espécie de bife empanado. Eu o ajudei sem saber o que estávamos preparando.

—O que são?.—Pergunto me apoiando um pouco na mesa curiosa para saber se meu palpite estava certo.

—São dois pratos típicos da cozinha italiana.—Aponta para os pasteis.—Esse é o ravioli.—Dessa vez aponta para o bife empanado.—E esse é Cotoletta Alla Milanese.—Ergo o olhar para ele e então levei a mão até a boca rindo espontaneamente.

—Desculpa.—Contive a risada pois não queria parecer rude. Mas nunca ouvi falar de nenhum dos dois. Ele me olha e ri também.

—Tudo bem, o nome soa engraçado não é?.—Confirmei com a cabeça.

—Posso provar?.—Perguntei e então o mesmo empurrou o prato para mais perto me entregando um garfo e uma faca.

—Deve.—Disse por sua vez.

Provei primeiro o "Ravioli" e foi realmente uma explosão no meu paladar. Olhei para o prato querendo chorar, de tão bom que era.

—Meu Deus, isso tá incrível.—Ele sorrir com meu elogio.—E então como um atrás do outro sem enjoar de maneira alguma.

—Você gostou mesmo né?.—Diz me olhando comer.—Fico tão feliz por isso.

—Foi a melhor coisa que já comi na vida.—Realmente eu não costumava comer coisas boas, na realidade quando eu não cozinhava eu se quer comia. Por isso a anemia.

—Prove o outro, e se sua reação for tão boa quanto a primeira você ganhará uma sobremesa.—Puxei o outro prato e então cortei um pedaço e levei até a boca enquanto ele me encarava ansioso pela minha reação.

UAU!

Meus olhos brilharam quando eu provei esse, foi tão bom quanto o primeiro, eu se quer precisava fingir que gostei pra ganhar a sobremesa, por que realmente estava maravilhoso. Lorenzo não sabe, mas ele tem um poder incrível sobre as mãos.

—Me convenceu apenas com o olhar!.—Ele diz sorrindo largamente.—Vou preparar a melhor sobremesa da sua vida.

***

Eu estava completamente cheia, nunca tinha comido tanto, mas o melhor foi ter feito a amizade com Lorenzo. Ele era demais. Por mim eu ficaria na cozinha o tempo todo mas teve uma hora que seu expediente acabou, o que foi um pouco estranho pra mim, afinal, ninguém daquela casa, além de mim, jantou.

Eu ficava meio constrangida por isso, e até em ter que andar por lá meio sem rumo, eu não sabia onde Lena estava. Então decidi ir até o jardim, que era o local que realmente tomou minha atenção desde o princípio. Caminhei até lá, e fiquei ainda mais admirada com as flores. Era tudo tão lindo, toquei delicadamente e aproximei meu rosto sentindo o aroma que fluía de cada uma, até meu olhar se erguer e notar a presença de uma pessoa sentada na banqueta de jardim que havia ali. Era um cara, com traços semelhantes ao Senhor Fabricio, seus cabelos eram meio ondulados possuía uma cor castanho escura, seu corpo era bem estrutural, e aparentemente ele estava na casa dos 20 e poucos anos. Ele usava uma camiseta casual branca, um pouco aberta sobre o peito. Estava distraído e um pouco inclinado para frente mexendo no celular. Outro filho? Sem que eu perceba ele levanta um pouco a cabeça e olha bem na minha direção. Fazendo eu me esconder involuntariamente por detrás daquelas flores.

Droga, porque fiz isso?

Fiquei ali agachada pensando em como sair de lá, e então comecei a caminhar em direção aos arbustos que tinham perto, ainda agachada. E quando eu estava chegando ao final daquele jardim paro ao ver ele em pé bem na minha frente. Tomei um susto. Levantei um pouco a cabeça e ele a virou também para ver melhor meu rosto.

—Tudo bem?.—Pergunta me encarando.

Me ajeitei em pé tentando esconder aquele constrangimento que provavelmente estava estampado na minha cara. E assenti com a cabeça. Ele me olha melhor e então põem as mãos no bolso da sua bermuda bege.

—Você deve ser a pessoa na qual Isaac falou, Sara não é?.—Afirmo com a cabeça.—Me chamo Adam.—Ele estende a mão e eu fico apenas fitando sua mão meio receosa de cumprimenta-lo mas logo faço isso para que o mesmo não fique constrangido.

Ele olha para o jardim e em seguida volta seu olhar para mim.

—Gosta de flores?.—Pergunta e então assenti novamente com a cabeça, ele fica me encarando em silêncio por um tempo até finalmente falar.—Você é muda?

O que??

Não...—Falei baixo e então ele riu.

Eu sei, só queria ouvir sua voz. Sou o segundo filho mais velho. Você conheceu o caçula. Isaac.—Diz.

Segundo? quer dizer que há outro?

Sim.—Falei.—Me desculpa, eu não estava tentando bisbilhotar, nem nada do gênero.—Falei.

—Eu sei disso, estava admirando o jardim, não é? mas você já conheceu a mansão por completo?.—Pergunta e eu nego com a cabeça.—Me acompanhe.

Eu o acompanhei como ele havia pedido, e então ele foi me mostrando o restante da mansão, era realmente enorme. Eu comecei a me questionar sobre o que o Senhor Fabrício  trabalhava para ter uma vida de luxo assim, e Adam era uma pessoa gentil, seu sorriso lembrava bastante o do seu pai. Quando chegamos no corredor onde ficava meu quarto ele olha para a porta da frente dando um leve suspiro quase imperceptível mas eu percebi.

E então, o que achou?.—Volta o olhar para mim.

—É imensa.—Ele ri.—Mas é linda.

—Sim, muito linda.—Disse me olhando por um tempo, fazendo eu ficar meio sem jeito até ele desviar o olhar para o seu celular que começou a tocar.—Vá descansar, qualquer coisa pode me procurar.—Diz e então se afasta para atender a ligação.

Olhei para a porta frente ao quarto que eu estava, me perguntando quem dormia ali. Respirei fundo e entrei no quarto. Sempre era um choque de realidade estar ali, eu ainda não conseguia acreditar, apesar de que era uma vida que qualquer pessoa adoraria ter, mas eu sei que não é algo que pertencia ao meu mundo, a minha realidade. Eu precisava procurar um emprego logo. E arranjar um lugar para morar. Sim, o quanto antes.

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