Capítulo 2.

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Depois de passar metade da minha manhã dentro de uma quadra fumando, logo pude escutar o sinal tocar, indicando que as aulas finalmente acabaram. Voltei ao mesmo lugar que estava mais cedo e me sentei em um banco de madeira bastante desgastado pelo tempo. Retirei de dentro do meu bolso um maço de cigarro, coloquei o mesmo entre os lábio e o acendi, tragando tudo que meu pulmão poderia aguentar. Prendi a respiração por longos segundos e logo deixei com que a fumaça saísse por entre meus lábios. Tenho toda consciência de que daqui a alguns anos, talvez arranje um belo câncer de pulmão, mas o que eu posso fazer? Parar de fumar, claro. Bem, digamos que não é tão fácil como todo mundo diz. Depois de tempos fumando, seu organismo passa a depender da nicotina que você consume. E quando você se dá conta, não consegue mais parar de consumir.

O cigarro faz isso com as pessoas.

- Ei..- Um garoto corria em minha direção como um retardado. Seus cabelos voavam junto ao vento que suavemente batia sobre eles. Ele segurava sua bolsa com dificuldade pois ela insistia em tombar para o lado, provavelmente o peso dos livros fez com que ela ficasse mais pesada que o normal. -Ei, você por acaso viu umas chaves caídas por aqui? - O menino, na verdade o mesmo garoto que deixou suas chaves caírem hoje mais cedo, pôs-se a me perguntar.

- Não. - Disse ríspido, liberando a fumaça do cigarro entre meus dentes. Seu olhar desapontado caiu sobre mim, fazendo-me o encarar de imediato.

- Ah.. Se você acha-lá por aí, sei lá, você pode me entregar... Por favor?

- Diga-me um porquê para fazer isso.

- Uh.. Eu, eu não sei, voc.. - O cortei.

Soltei novamente a fumaça de meus pulmões antes de começar a falar. - Esquece. - Pisei em cima do cigarro. - Já que a chave era tão importante assim, por que não tomou mais cuidado com ela? - Fiquei de pé em sua frente o olhando melhor agora, a propósito, seus olhos eram de um tom verde esmeralda. Digamos que suas órbitas eram um tanto quanto bonitas.

- Eu não vi quando elas caíram, você... Talvez você poderia me ajudar a encontrar.. Eu acho.

- O que? - Comecei a rir desesperadamente. - Espera. - Respirei fundo antes de começar a falar. - Uh, desculpa, isso foi realmente hilário.

Ele me olhou, demonstrando seriedade.

- Você não está brincando não é?

- Não. - negou com a cabeça.

- Não irei ajudá-lo a encontar as malditas chaves, não tenho culpa pela sua incapacidade de cuidar das suas coisas. Olha.. não tenho tempo para isso. - Balancei a cabeça em reprovação. - Tchau.

Me "despedi" e trasei meu caminho até o estacionamento, passei por um garoto parado atrás de um poste usando drogas, sorri ao ver o quanto ele era parecido comigo. Nunca quis me viciar tanto a uma coisa tão errada quanto essa, mas os problemas me fizeram procurar por salvação nas drogas.

Cheguei em meu carro, um belo BMW cinza, isso é que é motor, destranquei as portas e me sentei no banco do motorista. Ligando o iPod no volume máximo ao som de red hot chili peppers, californication. Girei a chave na ignição e comecei a dirigir pelas ruas de Londres cantarolando a melódia da música. Ainda estava pensava no que o garoto enrolado me disse sobre ajudar ele a encontrar as chaves perdidas, não tão perdidas pois eu sabia o exato lugar onde estavam. Chega a ser engraçado me ver nessa situação, ajudando-o a encontrar as chaves.

Isso jamais iria acontecer.

[N/A]

Os capítulos não serão pequenos assim, não se preocupem.

All the love, m xx

Dark Paradise |l.s| (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora