Mudança

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   Beatrice

 Sou acordada por dois pares de mãos me sacudindo.
 
  Me sento na cama, um pouco bêbada do sono e me pergunto se não é um sonho.

   Marta, minha mãe e meu pai amontoando todas as coisas do meu quarto para, aparentemente, colocar tudo em caixas de papelão.

    Gilbert pega minha mão esquerda e Aaron, a mão direita, os dois me puxam para me levantar.
  
    Minha mãe vai até mim e beija minha testa.
 
  – Bom dia bela adormecida.

  – Bom dia... O que eles estão fazendo aqui?

  – Viemos ajudar com a mudança, querida – diz Marta.

   – Filha, estamos organizando as coisas aqui e o seu banheiro também está uma bagunça. Vai tomar um banho no banheiro principal e venha ajudar. Tudo bem? – faço que sim com a cabeça. Me aproximo do guarda roupa mas ele está totalmente vazio.

    – Mãe... Onde estão as minhas roupas?

    – Ah sim, eu já separei para você um conjunto. Está no banheiro junto com a toalha. É só ir lá, querida.

    – Okay... – digo passando a mão pelo rosto todo para ver se espanta o sono. Não espanta.
   
    Entro no banheiro e em seguida dentro do box de vidro preto.

   Por um momento deixo de sentir o fluxo d'água e começo a sentir exatamente cada gota que cai do chuveiro.
   
    Termino o banho e visto uma camisa tamanho G de uma cor próxima ao do pêssego, junto com um shorts legin preto. A camisa é tão grande que cobre quase todo o short.
  
    Quando saio do banheiro, três homens barbudos e grandes passam por mim carregando minha mesinha.
  
   Vou para meu quarto mas não tem nada além de um colchão e duas malas.
  
  Uma grande e uma pequena.
 
    Vou para o da minha mãe e esta a mesma coisa.

    Vou para a sala vejo Gilbert e Aaron com pistolas de plástico correndo pela sala toda. 

    Vejo no sofá outra arma e imediatamente pego e atiro nos meninos que revidam com as suas pistolas.

     — Vocês invadiram o meu território. A sentença será a morte! – grito e eles fogem para a cozinha onde encontro Marta, mamãe e Richard empacando as panelas e os potes.

   Mau entramos na cozinha e eles colocam nós três para correr e sair dali.

     O tiroteio de mentira termina em risadas, duas crianças e uma adolesente infantil e imatura jogados no sofá.

    – Bea!

    – Já vou! – deixo os meninos assistindo um desenho animado no meu celular e vou para a cozinha novamente.

    – Sim? – digo quando a encontro sentada em uma das cadeiras da ilha da cozinha e eu me junto a ela.

    – Eu passei a noite acordada ontem para procurar a nossa futura casa e eu acabei achando uma perto de uma escola. Provavelmente você irá estudar lá. A família que vendeu a casa será nossa vizinha. Eu descobri que tem muitas pessoas da sua idade lá, então, por favor não seja grossa com eles. Queria que você tentasse fazer amigos.

    – Tudo bem. Só isso?

    – Bom, isso e também para te pedir um favor – ela fala com um sorriso. Aquele tipo de sorriso que você dá quando quer algo.

    – O que foi?

    – Você poderia ir comprar um almoço? Lá naquele restaurante que a gente vai.  

   – Ah, claro mãe – digo sorrindo – Calma aí, almoço?

   – Sim, bela adormecida, são duas e meia da tarde.

Margaridas, café e mentaOnde histórias criam vida. Descubra agora