Ethan
- Agora, - começo a falar - eu tenho certeza, absoluta, de que você é uma idiota.
- Mas você já não tinha antes?
- Sim, mas agora é absoluta.
Ela dá de ombros.
- Vou aceitar como um elogio.
Dou um riso nasal enquanto seco o cabelo na toalha. Estamos sentados nas cadeiras do bar e acabamos de pedir dois coquetéis de pêssego e - como não é só de bebidas que vive o homem - pedimos também uma bandeja com petiscos e alguns aperitivos como coxinha, anéis de cebola, batata frita, carne e mais algumas coisas.
- Caramba... - digo depois de olhar para o relógio digital pendurado no canto do bar - Já são duas da manhã.
- É - o barman entrega nossas bebidas. Bea pega a dela, dá um gole, levanta a taça pro alto, como se fizesse um brinde, e sai da cadeira - Duas da manhã e esta festa só está começando! - ela ri.
Sorrio e vou atrás da maluca de olho verde.
[...]
E quem diria que haveria uma pista de dança na casa do vagabundo do Alex!
À esta altura eu já estava muito bêbado. Já nem tinha mais consciência das minhas ações ou pensamentos.
Eu só queria ela.
A garota de olhos verdes.
A garota que me pediu para dançar com ela.
A garota que - não importa se eu a conheço há apenas uns dias - já me fazia enlouquecer.
E como não enlouquecer? A menina é linda, coração puro e bondoso, surtada e só um pouco doida.
Eu quero ela.
Eu quero...
Eu acho que vou vomitar.
- Gdc! - gritei em meio a música estrondosa e animada - Eu tô muito chapado! Vou me sentar ali rapidinho, tá?!
- Tá! - ela gritou em resposta e voltou a dançar.
Andei para fora da pista, saindo daquele espaço abafado em que estávamos e fui ao bar (outro! Pra que tantos bares em uma casa só?!).
Me sentei no banco e apoiei a cabeça nas mãos. Estou tonto, com a visão um pouco turva e com vontade de vomitar.
- Você tem água? - perguntei ao barman que concordou logo em seguida - Por favor, pode trazer uma garrafa para mim? Gelada de preferência.
Ele se curvou embaixo do balcão e logo apareceu com a bendita garrafa.
- Aqui, senhor.
- Obrigada - peguei a garrafa, tomei um gole, fechei a tampa e coloquei-a na cabeça que estava latejando de dor.
Sabia que essa festa não era boa ideia. Ah, qual é! É do Alex de quem estamos falando. Amigo do Josh! Mas não! Não ouvi minha intuição e...
- E aí cara! - ele dá um tapa nas minhas costas.
- Oi - resmungo fazendo careta - Como vai... Josh? - perguntei com indiferença e não conseguindo evitar a vontade de revirar os olhos.
- Eu tô bem, obrigado por perguntar - ele sorri mostrando os dentes e se senta do meu lado - Mas quem parece não estar muito bem é você - ele ri. Uma risada tão forçadamente alta que faz a minha cabeça doer ainda mais - Que cara é essa, Ethan? Você está em uma festa! Se divirta!
- Defina "diversão", Josh.
- Ah cara, beber! Dançar, comer, trans...
- Okay, Josh! - o interrompi antes de ele falar alguma besteira -Eu já entendi. Porém, não. Isso não é diversão. Isso é vagabundagem.
- Até a parte de beber, dançar e comer?
Fiquei em silêncio.
- Não, essa parte não. Só a última.
- Ah, vai dizer que você é virgem.
Fiquei em silêncio de novo. Ele olhou para mim. Seus olhos se arregalaram à medida que minha falta de palavras se prolongava.
- Ai meu Deus. Você é virgem?
- Algum problema, Josh? - perguntei, com confiança. Confiança falsa? Sim, mas quem liga não é mesmo?
- Nenhum, cara - ele segurou a risada - Nenhum.
- Beleza então. Se você puder me dar licença... - me levanto - Tenho que ir agora.
Ele pousa a mão no meu peito me impedindo de ir embora. Olho para ele prestes a perguntar o porquê ele fez isso, mas então olho em seus olhos. De uma hora para outra eles ficaram sombrios, cruéis e frios. Ele me empurra em direção ao banheiro enquanto tapa minha boca e me pergunto se não há ninguém vendo o que ele está fazendo comigo.
Tento me soltar de seus braços, uma tentativa terrivelmente fracassada. Ele continua me empurrando até entrarmos e ele nos trancar dentro da pequena cabine. Ele finalmente me solta.
Antes de poder falar qualquer coisa ele me soca no queixo. Depois no nariz e logo depois no olho. Minhas pernas falham por um segundo e eu caio de joelhos. Sinto uma dor aguda do lado das costas, nas costelas. Fecho os olhos enquanto tento suportar a dor que é o chute dele.
Tento falar, gritar, clamar ou qualquer coisa que faça alguém vir e me ajudar. Ele agarra a gola da minha camisa e desfere vários socos. Minha visão fica escura e meu corpo completamente dolorido.
- Eu... - consigo sussurrar - te odeio... Muito.
Ele me solta e eu caio desleixado. Minha cabeça bate na privada e meu corpo despenca no chão. Josh saindo do banheiro é a última coisa que vejo.
[...]
A dor é absurda. Sinto gosto de vomito na língua.
[...]
Ouço vozes. Quatro. Ouço quatro vozes diferentes, porém familiares o suficiente para saber que estou seguro.
Sinto meu corpo, que não é nada mais que um saco de carne molenga com alguns ossos, sendo carregado. Vejo tudo opaco, embaçado e turvo. Minha cabeça deita em alguma coisa e meu corpo relaxa. Só um pouco. Ouço som de motor e um leve sacolejado.
Não tenho noção do tempo nem quanto tempo estamos em movimento.
De novo, meu corpo é carregado por um tempo e, mais uma vez, deitado em algum lugar.
- Desculpa, Bea, tenho que levar Maggie de volta antes das 5. Pode ficar aqui?
- Claro. Sem problemas.
- Desculpa te colocar nessa situação - diz Maggie.
- Já disse: sem problema algum. Vou cuidar dele...
Meu olhos pesam quilos e fecham o pouco que estavam abertos.
Não ouço mais nada
e
eu
caio
na
escuridão.
...
Continua...
Meu Deus, quase morri escrevendo esse capítulo. Mas relaxem! O Josh vai ter o que merece... Em breve.
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Margaridas, café e menta
RomansaSe você tem Pinterest, já deve ter visto aquelas fotos de casal teen, ou as fotos de vários amigos juntos, na fogueira, andando de skate, no parque de diversões... Enfim... Criando memorias. Bom... Beatrice Cooper, nossa querida protagonista, não é...