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  Por fim, subiram ao palco para finalmente anunciar a ganhadora do Oscar de melhor atriz

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  Por fim, subiram ao palco para finalmente anunciar a ganhadora do Oscar de melhor atriz. Meu coração, palpitava com ardor no peito que o ventrículo parecia estar prestes a tampar de tanto bombear.

  O homem mais velho retirou vagamente o papel do envelope e um cara segurava uma câmera ao meu lado, apontando em minha direção, eu segurei a mão de Kubrick e a de minha mãe.
E só o que me restaram foi o semblante caído, na face um sorriso forçado.
  Florence Pugh, foi a melhor atriz desse ano, por mais uma vez, segurar as rédeas de um filme duvidoso e de fotografia impecável como fez com Don't Worry Darling.

  Anya Taylor Joy me abraçou, disse que sentia muito, que realmente acrediatava que eu subiria ali para segurar a estatueta e fazer um bom discurso. Eu deveria estar feliz por ao menos ter chegado à concorrer, mas me sentia como um fracasso.

  Fiquei ouvindo o discurso lindo de Florence Pugh, com aquele carisma exacerbado que encantaria até o mais triste dessa noite. Vê-la sorrir, me fez sorrir também, mas o fato de que não fui eu, não fui eu quem subi ali encima, não fui eu que segurei o troféu, não fui eu a fazer um discurso, fazia a minha cabeça girar. As palavras do meu subconsciente doíam mais do que cortes na pele.

  A ganhadora estava descendo as escadas, eu aproveitei o momento para ir ao banheiro. O lugar não estava tão pavimentado quanto achei que estivesse, parecia estar vazio. Segui para a última cabine, tranquei e me sentei na tampa do vaso sanitário. De cabeça baixa observando o azulejo do chão, lutando para conter as lágrimas pois sabia que teria de retocar a maquiagem.

─ Jenna? ─ chamou uma voz feminina qual eu a conhecia. E muito bem por sinal. ─ é a Amaya. Jenna? Eu sei que você ta aqui. Eu te vi entrando.

─ o que você quer? ─ questiono, passando o dorso da mão no nariz.

─ diz onde você tá.

  Destranquei a porta e a escancarei. Amaya simplesmente entrou na cabine onde eu me encontrava e nos trancou. Parecia nervosa, aflita, prestes a desabar. Batia o pé no chão, com os braços cruzados, seu olhar inquieto, se desviava para qualquer lugar e então, fiquei de pé em sua frente. Assim nossos olhares se concentraram um no outro.

─ o que você quer? ─ digo desviando os olhos para qualquer coisa que não fosse ela.

─ eu não ganhei! V-você não ganhou! Você não ganhou, Jenna. ─ gaguejou, notei o seu rosto avermelhado.

─ ótimo, logo você, zombando de mim?

─ não, não é isso. ─ prosseguiu com a fala. ─ estava torcendo por você.

─ acho que você está bêbada. ─ ela faz que não com a cabeça. ─ então me explica, porquê estava torcendo por mim? Depois de todos esses anos e depois do que aconteceu, fala, diz que se arrependeu.

─ eu não me arrependo.

─ ótimo. Era o que eu precisava saber. ─ me inclino para destrancar a porta e quando estou prestes a sair, Amaya me puxou de volta para dentro da cabine. Segurava firme o meu braço.

  Ouvimos alguém entrar. E agora não consigo distinguir o significado de Amaya ter trancado da porta e senti-la tão próxima. Mas quando sinto a umidade dos seus lábios macios contra os meus, com o gosto de whisk e ao mesmo tempo de gloss de cereja, não há mais nada a ter no que pensar. Da quentura da tua pele, do corpo colado, de sentir sua clavícula se roçar na minha.
  Bastaram duas batidas na porta, e eu a larguei. Empurrei ela para o outro lado do espaço que o vaso sanitário dividia.

─ tem gente. ─ falei, ao deslizar a mão pelo cabelo bagunçado.

  Tentando assimilar o que ocorreu entre mim e Amaya nesse instante, em que ela me olhava assustada. Sei que naquela pose, ela aguardava uma reação minha, pois curvou os seu lábios para cima. Em busca de uma reposta qual eu procurava dizer, esforçava, e encontrei memórias.
Coisas como, receber xingamentos de estranho na Internet, de ficar sem comer por horas, de quase não levantar da cama.

─ eu, eu sei o que está pensando... ─ ela tenta segurar o meu ombro, mas meu corpo se esquiva. E lanço um olhar, com a indignação destacada pelo que sinto. ─ Jenna

─ não tenho que ficar aqui. ─ interrompo a fala da loira. ─ Tem uma premiação lá fora, não quero que as pessoas achem que eu me escondi por ter fracassado.

   Assim, eu a deixei sozinha no banheiro, que teria ficado lotado pois a premiação estava dando um intervalo para os comerciais.

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autora: vem aí, eu acho que vem(?)

FAME - Jenna OrtegaOnde histórias criam vida. Descubra agora