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Meus olhos sequer se abriram, permaneci acordada durante o toque irritante do alarme qual eu o derrubei

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Meus olhos sequer se abriram, permaneci acordada durante o toque irritante do alarme qual eu o derrubei. Quase que acidental se não tocasse sem parar por cinco minutos. Por fim, o silêncio retornou ao ambiente. Estiquei meu braço, procurando Amaya pelo restante de espaço que não era ocupado por mim. Notando sua ausência no vazio imenso que fizera na cama, levanto em sua procura. Esforçando a vista para inspecionar por todo o ambiente de seu quarto e não a encontrei, nem no banheiro e nem no closet. Caminhei até a sala, soltando enfim uma inspiração suave, com o ar que prendia se esvaziando ao encontrá-la.

Estava praticamente numa pose pensativa no sofá, como se estivesse recebido uma notícia que a fizesse repensar em todas as coisas que fez até aqui.

─ o que aconteceu? ─ questiono ao me colocar de joelhos em sua frente e segurar o seu joelho, Amaya finalmente notou a minha presença depois de tanto tempo ali apenas observando-a.

  A loira hesitou o impacto de nossos olhares, me tomou para si, em um ato afetivo e um tanto de causar estranheza. Porquê Amaya, nunca se comportou a preferir o silêncio depois de uma das maiores demonstrações de amor, que a mesma já havia dito que considerava.
  Na verdade, seu toque se demonstrava tenso. Isso me assustava e então sentido seus dedos se roçarem carinhosamente na minha pele, fez com que me sentisse confortável em apoiar a minha cabeça em seu ombro.

─ recebi uma notícia. ─ disse apenas arrastando sua face para que ficássemos frente a frente. Ainda com seus braços cercando a minha silhueta e totalmente corada. O sorriso despretensioso surgiu.

─ vai ficar sorrindo feito boba ou vai dizer?

─ você sempre estragando o momento. ─ levantou repentinamente do sofá, me possibilitando o impacto da face contra o estofado.

Ouço a risada frouxa escapar, mas a minha cabeça  permanece entre as estruturas grossas e macias do sofá.

─ eu finalmente encontrei e consegui o papel dos meus sonhos. ─ continuou, virei a cabeça em sua direção. Observando andar em círculos sem esconder a agitação e entusiasmo. ─ Eu estou de pé muito antes de o sol nascer, tudo parece resolvido, meu passaporte não ta vencido, então posso viajar e eu vou precisar tingir o cabelo. São tantas coisas, já não me lembro de como fiquei entusiasmada assim.

Então, pensei sobre o que disse, na verdade a deixe de ouvir quando disse que seu passaporte não a impossibilitava de viajar e soou como um eco pelo ar. Amaya continuava falando, tão rápido, que mesmo se eu não me mantivesse presa no que poderia estar em jogo conseguiria ouvir.

─ você vai gravar em que região? ─ digo sem partido da própria fala.

─ Noruega.

Amaya se acomoda ao meu lado no sofá, jogando o corpo para trás e pousando sua cabeça em mim. Tento esconder a tensão que a minha respiração poderia identificar. Tentei prendê-la por alguns segundos e soltar vagamente para que se reprimisse.

─ acha que eu consigo dar conta? É que eu estou muito animada e não quero desapontar ninguém, nem eu mesma.

─ é claro que vai conseguir. Você é a Amaya Gracie Ryce, todo mundo sabe a que ponto de atuação pode chegar. Eu, eu estou feliz por você. Se acha que é disso que precisa. ─ digo, ela então se vira em minha direção e faço o mesmo quando me segura no rosto.

Em um momento breve de silêncio, Amaya se endireita no sofá e levanta, notei que buscava por palavras e eu temia quais fossem as escolhidas a serem manifestadas. A observo abrir um sorriso singelo enquanto soltava o ar, mantendo a sua calma e confiança, ela me encara e toma um passo adiante.

─ pode ir comigo, sabe? ─ ergui a cabeça a sua direção. ─ Vou ficar ausente por um tempo, em outro país, e Deus sabe como a minha agenda ficará bagunçada.

─ amaya, e-eu não posso ir com você. ─ por instinto, naquele momento eu me levantei mesmo que ela continuasse mais alta que eu. ─ desculpa mas a minha equipe tem um cronograma, queria poder descartar isso fora mas você sabe que se eu recusar uma proposta pelo qual eu batalhei para conseguir, não vão me dar uma segunda chance.

─ o que a gente pode fazer?

─ se você acha que o seu papel é importante, o faça, por favor, eu saio daqui imediatamente.

─ eu estava contando que você fosse comigo, já não sei o que fazer por ter caído nessa rotina.

Senti um choque no corpo, algo que não adiantou tentar segurar as lágrimas, para que eu escondesse o rosto entre as mãos.

─ sua carreira não é mais importante do que eu, somos um casinho, a gente pode se cansar em dois anos e se separar ao contrário do seu trabalho. Que você luta por ele desde criança e sei que você está mais acomodada com o prazer de ser atriz do que com uma rotina de amor pacato com uma antiga rival sua.

─ não acredito que você acha que essa é a melhor decisão a se tomar. Eu sei que pra você isso é novidade, mas a ausência não anula o sentimento porquê eu sinto isso todos os dias, desde os meus vinte e três anos por uma só pessoa. Não pode acabar assim.

─ mas é diferente, não vou mudar a minha vida por você e nem você deveria considerar isso por mim. Sabemos que eu não estou valendo tanto como pessoa, que sou negligente.

Amaya se virou de costas e se apoiou no balcão de madeira, um metro mais a frente da sala. Seu corpo se comportava diferente ao meu durante esses momentos, o vermelho se alastrava por sua face e suas pernas balançavam. Sempre arrumava um jeito de se balançarem. No mesmo instante que eu a observei respirando tão intensamente, constatei que tentava conter suas lágrimas e não conseguia.

─ Olha, não vou mais impedir se é isso o que quer. Então, vai embora. ─ ela gritou, a expressão em seu rosto estava dominada pela raiva e tristeza, a mesma que dominava o tom de sua voz. ─ Finge que nunca deu aquela entrevista tosca no lado leste da cidade, que nunca se embebedou em uma festa e me trancou em um armário de limpeza com você.

Eu me aproximei afim de segurá-la, porquê conhecia Amaya a tempo suficiente para saber o quão explosiva ela poderia ser consigo mesma. Mas então, ela me empurra de leve e suas lágrimas percorrem pelo seu pescoço sem transparecer a vermelhidão.

─ se você quiser voltar, eu também não vou parar mais a minha vida por você. Porquê partir foi uma decisão sua e todas as vezes eu fiquei esperando qualquer chance mínima de afeto mútuo. Você tentou se casar, eu criei situações ruins para reprimir, você me abandonou no hotel e eu tentei seguir em frente, então você nos firmou nesse apartamento só para a esperança se restaurar dentro de mim novamente. Não se preocupe, eu faço as honras de ser a primeira a sair por aquela porta.

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autora: sim, eu sou completamente doida e meus personagens também.

vocês querem que elas terminem juntas, só pra mim escrever um finalzinho do jeito que vocês merecem?

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⏰ Última atualização: Apr 16, 2023 ⏰

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