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─ nosso jantar está servindo de alguma coisa, pra ressaltar os seus dois grandes defeitos

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─ nosso jantar está servindo de alguma coisa, pra ressaltar os seus dois grandes defeitos.

─ quais são eles? ─ questiono com uma resposta na ponta da língua, depois de servir a mim mesma do vinho que solicitei. A bebida parecia brilhar por pura abstinência.

─ preferir cabernet e não ter notado que eu poderia ser o amor da sua vida. ─ diz, olhei dentro dos seus olhos por alguns instantes enquanto sentia o gosto da bebida descer pelo meu paladar.

─ por que isso agora, Amaya? ─ minha voz sai em tom de repreensão.

─ Bem, ao seu lado eu seguia como invisível quando Percy estava por perto. Agora me diz, alguma vez ele já te fez rir como eu? Te levou a testes? ─ meu semblante decai e levo, novamente, a taça até os lábios para disfarçar isso. ─ Sua expressão já diz tudo.

─ Chega. Isso acaba agora. ─ murmurei. ─ Não quero ouvir as asneiras que saem da sua boca.

─ mas é a verdade, eu não consigo pensar em mais nada. Só em você. De novo.

─ você destruiu a minha reputação, Emma foi a única do nosso meio de amizades que ficou ao meu lado. Que me ajudou.

─ então, a namorou por gratidão?

─ claro que não. Quer saber? Conversar com você é uma tortura. ─ me levanto, mas sou impedida de sair quando Amaya segura o meu pulso. Tão firme que me faz permanecer onde estou e me virar para ela.

─ se você for, eu vou. ─ diz antes de acenar para um garçom e assim, pedir a conta.

Com ininterrupta insistência por parte da mesma, baixo a guarda e aceito a sua carona até o hotel. Já que por coincidência ou não, estávamos hospedadas no mesmo lugar. E a noite entardeceu conforme o diálogo ácido que tivemos dentro do estabelecimento, seria difícil conseguir um táxi nesse horário, por justa causa, sim, é mas seguro aceitar uma carona de Amaya do que ficar na rua aguardando um motorista que ao menos conheço.

ao embarcar no seu carro, automaticamente o aparelho de rádio do veículo começou a tocar r u mine de Arctic Monkeys e com o visual panorâmico incrível da noite em Hollywood, parecia que estávamos em um set de gravação. Só que eu a olhava dirigir, visualizando tão atenta a rua pela janela que percebi que era real.

─ o que vai dizer a Ross? ─ quebro o silêncio, enquanto o veículo parava em um sinal fechado.

─ aparências. Somos um casal de aparências. ─ disse soltando as mãos do volante.

─ ok. Mas isso é loucura. Como voltou a gostar de mim de novo tão de repente?

─ eu não dizer. Eu te vi no elevador, por mera coincidência, e então, parece que a chama se reacendeu em mim de novo. ─ soltou um suspiro leve ao desabafar. ─ você sente alguma coisa por mim?

─ eu não sei. Passei esse tempo todo odiando você, pelo que aconteceu, não sei se devo te entregar a minha confiança de novo. ─ digo, observando a loira passar a marcha e arrancar com o veículo. ─ acho que foi porquê era você, que algo em mim se quebrou por dentro.

─ tenho conhecimento do meu erro, Jenna. E se quebrei o seu coração, vou colocá-lo de volta.

─ não pode fazer isso. ─ cruzo os braços, o pressionando contra o peito. ─ é, você fez o que fez e era a minha melhor amiga, quem eu contava todos os meus segredos. O amor não deveria corroer uma pessoa desse jeito, se é que você é capaz de sentir algo que não seja por você mesma.

─ não diz isso. ─ prossegue com a fala. ─ eu senti, por você.

─ por favor... não nos falamos há dois anos. As pessoas mudam o tempo todo, você conhece que eu já fui um dia e quem eu me arrependo de ter sido.

─ não me importa. Quero que você mude de ideia ao meu respeito. Mesmo que seja preciso eu me desculpar publicamente.

─ você não tem astúcia em fazer nada desse tipo, Amaya.

...

na manhã seguinte lá estava, estampado em todas as redes sociais, sites e programas de fofocas. O tuite de Amaya dizendo que ficava contente em saber que vive no mesmo século que eu.
E depois, uma série de áudios vazados em ligações que teve com seu fã-clube no twitter sobre o quanto que ela queria se reaproximar de mim, de ser como éramos antes.

─ você vai me dizer agora, tudo o que aconteceu nesse jantar. ─ disse Kubrick ao adentrar na minha suíte, se juntando a mim em frente a tevê. Com a notícia de Amaya e especulações do que pode ter acontecido entre nós durante a festa pós Oscar.

─ ela disse que está apaixonada.

─ assim tão rápido?

─ tive esse mesmo receio. Mas refleti e eu até entendo.

─ eu espero que você não esteja entendendo algo acima do que é real, pra não acabar caído lá do alto. Amaya já foi uma boa pessoa, isso eu reconheço, mas sempre é bom pôr os pés no chão.

─ obrigada pelos seus conselhos, Kubrick. Acho que dentre todas as pessoas que conheço, você foi o único que esteve realmente comigo e eu te agradeço. Muito. ─ envolvo o mais velho para um abraço.

─ sabe que você e sua mãe podem contar comigo. ─ disse, me segurando firme a ponto de me tirar do chão por um mínimo de segundos. ─ tire um tempo sozinha, pense no que deve fazer. Siga o seu coração, mas pense bem antes de fazer o que for.

─ acho que vou falar com Amaya. Sabe a numeração do quarto dela? ─ ele assente ao nos desfazermos do ato.

Eu estaria mentindo, se eu continuasse a esconder o fato de que não consigo lidar com isso. Ao caminhar pelo corredor vazio em busca do quarto 493, me vejo perdida nos próprios pensamentos, como se eu vivesse em completo achismo porquê a verdade é que eu estou no centro de uma linha tênue, entre ter que seguir em frente como sempre faço ou de dar uma chance a quem estragou uma parte do meu eu. E quando paro para olhar em voltar, se situa que estou trancafiada em um avião com alta turbulência pois posso estar prestes a cometer o maior erro da minha vida.

─ ah, oi Jenna. ─ diz Amaya depois de abrir a porta, fazendo seus lábios se curvarem para um sorriso genuíno ao me receber no corredor.

─ o que você quer de mim? ─ questionei ao adentrar sem esperar um convite da mesma. E tranco a porta automaticamente a empurrando com o pé.

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autora: oi, tô com vontade de apagar essa fic e fingir que foi um delírio da minha cabeça.

mas obrigada pelos 500 views, estrelinhas e comentários. Vocês são incríveis!

FAME - Jenna OrtegaOnde histórias criam vida. Descubra agora