Missões

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No seu caminho, os espíritos começaram a perturbar, tendo que tapar as orelhas para que não surtasse, não importa o lugar onde fosse elas continuavam a lhe seguir, não poderia voltar a casa de rengoku.

No momento estava andando com as mãos nas orelhas e andando com a cabeça baixa, não conseguia ver a sua frente e nem se importava em olhar para cima, o fato dos espíritos a rodearem a ponto de bloquearem sua visão a deixava nervosa. E foi por isso que se encontrou com uma pessoa, o batendo no meio do caminho, ela finalmente olhou para cima e viu os mesmos olhos e cabelos azulados opacos de mais cedo.

O novo hashira da água, gyuu tomioka, ou foi como ele se apresentou, ela ainda estava abalada pelo tanto de almas que os rodeavam. Ela pegou o pulso do novo pilar e o puxou para um lugar mais "tranquilo". As almas "respeitavam" o Palácio de ubuyashiki, ao menos se fossem parentes próximos a ele que não a perturbava, ela olhou para cima encontrando o olhar apático mas ao mesmo tempo questionador

- sou tamashi, prazer - ela lhe estendeu a mão, gyuu só olhou para a mesma ignorando o cumprimento e apenas acenando - desculpe te desviar do seu caminho, acabei fazendo no impulso - a mesma tentou continuar uma conversa, mas no fim o homem não lhe dizia nada

- huh, certo tomioka san foi bom conversar com você - ela encerrou a " conversa" deixando o homem para lá, com isso ele apenas voltou ao seu caminho original enquanto ela ficou parada no lugar se questionando se ficava ali ou iria embora para sua casa

Depois de tanto se questionar o dia já havia passado e a hashira teve que voltar a sua residência tão cheia e ao mesmo tempo tão vazia. Ela se deitou em seu futon ignorando os sussurros e os gritos, cada dia mais e mais apareciam. Com isso seu comportamento foi ficando cada vez pior, como fugir de reuniões, andar com as orelhas tapadas e a cabeça baixa, Rengoku era quem a pegava para leva-la as reuniões, já que ele sabia de todos os esconderijos dela.

- graw uma missão para a hashira das almas, vá para o leste, várias crianças estão sumindo misteriosamente - o corvo terminou de lhe dar a missão é acompanhou planando levemente enquanto a garota corria ela tentava evitar as almas, algumas lhe davam direções para outros lugares,nas redondezas, ela conseguia passar e pegar os onis, já que mesmo as luzes do dia as almas a direcionam diretamente a eles, não dando possibilidade dos monstros escaparem.

- graw volte missão central graw volte missão central - a ave puxou sua orelha

- estou indo, se não fizer isso, elas não vão parar - discutiu com a ave, vendo que as demais almas a sua volta sumiram

Um suspiro saiu de seus lábios, indo diretamente para a cidade destinada, ela olhou para o lado e viu algumas crianças brincando... muito tarde para os pequenos brincarem.

- oe... - sussurrou baixo indo de encontros a eles, mas os meninos não prestaram atenção apenas a atravessaram continuando o pega pega. O frio subiu pela sua espinha, a sensação do fantasma passando dentro de si era horrível. Novamente se virou para os meninos, ela chegou perto deles novamente.

- crianças - desta vez mais alto, os aldeões vivos a olharam estranho, afinal para vivos já havia nenhuma criança ali

- você consegue nos ver ? - a menina à perguntou, não parecia ter mais do que quatro anos

- sim, consigo- isso fazendo mais e mais as crianças aglomeraram, sentiu se incomodada, mas no momento era necessário

- moça, você veio atrás do monstro malvado ? - dessa vez quem perguntou foi o menino com um bebê em seu colo

- huh, sim, sabem onde ele está ? - novamente a pergunta parecia estar sendo ignorada

- dama bonita, pode dizer a papai e a mamãe que haru está bem ? - outra pequena criança perguntou, não conseguia distinguir pela aparência andrógina, mas isso não importava

- claro - se levantando a mulher começou a correr na direção em que as crianças iam atravessando a cidade, elas desapareceram ao chegar perto de uma casa.

Tirando sua lança do lugar ela entrou dentro da residência escura os rangidos da madeira se faziam a cada passo que dava, um vento frio passou por si e empurrou a porta

Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui Está aqui - O sussurro infantil tão lento e repetitivo a deixou enjoada, quando a brisa gélida que passou por ela, abrindo a porta atenta a menina sentiu mais uma vez os fantasmas a direcionarem dessa vez afastando o tapete do chão lhe mostrando uma passagem

- esse cara é realmente bem escondido - dizendo para si mesma, não era um oni comum, tinha consciência e era um estrategista

Ela desceu a escada para o porão, um túnel embaixo do lugar, a albina pegou um fósforo que tinha dentro de seu haori branco, levava sempre algo para ter fogo consigo, talvez viver na neve.

Ela viu uma lamparina e a acendeu, colocando a luz no não a garota respirou fundo

Shi no kata - localização das almas - sussurrou

Ao abrir os olhos os inúmeros espíritos pequenos passaram por ela indicando o caminha, conseguia os ver correndo e brincando para o lugar que precisava. As seguindo sem se importar com a escuridão do túnel, afinal teria a lamparina que no momento estava amarrada a sua lança.

As almas se dispersaram quando na bifurcação quando ela ia passar as garras do oni apareceram tentando agarrá-la, para se desviar cravou a ponta da lâmina no chão e saltou sobre o monstro. Ao olhar em seus olhos o brilho com o kanji de segundo inferior estava lá, nos olhos azuis lindos de uma criatura tão feia e horrenda.

O demônio era enorme, com músculos ressaltados, suas presas pareciam a de um javali, o'que deveria ser cabelo estava ralo e caindo a cada vez que o monstro os puxava

- um caçador que interessante - a risada grossa tirava um pouco da terra das paredes

- devolva - a albina disse apertando a lâmina é antes que o oni pudesse questionar seu olho já havia sido acertado em questões de segundos ela já estava com a lâmina aberta em seu pescoço o ameaçando - devolva a vida as crianças que você devorou - ela terminou cortando as duas mãos da fera

- o'que mas quando ? - não a respondendo

- as almas darão seu julgamento... san no kata - julgamento das almas -Com a respiração parecia que o lugar tinha mudado, o oni se sentiu em um tribunal, todos que ele devorou estavam ali, crianças, adultos e idosos. Até mesmo os bebês que estavam nos colos de outras crianças apontaram para o demônio.

Culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado Culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado Culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado Culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado culpado

- pelas almas, eu o decreto culpado - quando a frase foi dita o oni sentiu seu corpo dilacerar, seus membros um por um cortados e por fim a única visão que teve foi da hashira com um olhar frio e vazio cortar sua cabeça sem remorsos antes mesmo que pudesse implorar

Tudo estava acabado, mais uma missão completa, as almas se foram e o fogo da lamparina também se apagou. 

Olhos para o além - Kimetsu No YaibaOnde histórias criam vida. Descubra agora